Astrologia Védica: descubra qual é o seu signo no horóscopo indiano
Mesmo que pouco conhecida deste lado do globo, a astrologia védica é o que podemos chamar de um parente muito próximo e distante ao mesmo tempo dos signos que conhecemos.
Vamos iniciar da seguinte maneira: os doze signos do zodíaco provavelmente formam a área de estudo mais conhecida pelos ocidentais – ou ao menos está entre as principais. Toda essa popularidade tem alguns “porquês”, na verdade bem simples.
Descubra o seu signo da astrologia védica através da data de nascimento
- Mesha, o signo de Brahma (14/04 a 14/05)
- Vrishabha, o focado (15/05 a 13/06)
- Mithuna, o sociável (14/06 a 14/07)
- Karkataka e o mundo da Lua (15/07 a 15/08)
- Shimha, o filho do Sol (16/08 a 15/09)
- Kanya, o adorável (16/09 a 15/10)
- Thula, o revolucionário (16/10 a 14/11)
- Vrishkha, o introvertido (15/11 a 14/12)
- Dhanus, o alto astral (15/12 a 14/01)
- Makara, o trabalhador (15/01 a 12/02)
- Khumbha e seu jogo de cintura (13/02 a 12/03)
- Meena, o emocional (13/03 a 13/04)
Com funcionam signos da astrologia védica?
Antes de mais nada, o estudo dos signos é uma das veias mais básicas de todo o estudo místico que envolve os astros e estrelas. Outro ponto muito importante é que zodíaco forma um dos conjuntos de conhecimento que provavelmente mais tem informação de domínio público.
Entendido isso, também é mais fácil compreender como os signos do zodíaco se relacionam com os signos da astrologia védica. A astrologia védica é também um estudo dos astros, tal como a vertente ocidental, porém, com suas origens identificadas na Índia.
Apesar de também dividir conjuntos estelares em 12 casas, tal como fazemos, e destinar um período do ano a regência de cada uma delas, as suas semelhanças não vão muito além disso. Podemos entender como as duas vertentes astrológicas divergem uma da outra em passos bem simples.
Vamos lembrar que se trata de um estudo de origem indiana, e que surgiu há mais de 6 mil anos. Sim, ela é mais antiga que a grande maioria de nossas ciências, e aí está a primeira grande diferença. Aqui no ocidente, os astros se posicionam em uma formação tropical para então sincronizarem com todas as estações do ano. É por isso que Áries é o signo que dá início a roda do zodíaco, pois ele marca o início da primavera.
Alguns podem ficar confusos com isso, mas basta lembrar que o zodíaco como conhecemos tem origens no hemisfério norte de nosso planeta. Lá, quando Áries inicia seu domínio, é quando chega a primavera.
Na astrologia védica esse sistema não se aplica. Como dissemos, também existem doze casas, porém o sistema utilizado para orientação é o sistema sideral – isso quer dizer que são as estrelas que servem de parâmetro para orientação, bem como outros corpos celestes.
É por esse motivo que as 12 casas do sistema indiano não batem exatamente com o sistema ocidental, já que trabalham com uma orientação diferente. Na prática, isso quer dizer que uma pessoa que está sob o signo de Áries – o primeiro signo do zodíaco ocidental – não necessariamente vai estar sob o signo de Mesha, o primeiro signo do sistema védico.
Como podemos ver, até mesmos dentro das poucas semelhanças existentes entre eles, também há diferenças essenciais entre os dois sistemas astrológicos. Outro bom exemplo disso é a presença e a organização de regentes planetários para os signos.
A astrologia védica também possui um sistema de regentes para seus signos, mas enquanto no zodíaco ocidental existem doze grandes astros responsáveis por guiar cada um deles, na astrologia védica encontramos apenas sete, onde cada um deles se reveza entre os doze.
Os astros que estão presentes no sistema indiano são: Marte, Vênus, Mercúrio, Saturno e Júpiter, além do Sol e da Lua. Nem mesmo o sistema de equinócios é igual na astrologia védica, onde a precessão dos equinócios e as posições siderais das constelações contêm elementos diferentes e a presença das nakshatras.
Outras diferenças muito interessantes existem entre os dois sistemas astrológicos, basta consultar um pouco do que cada um dos Rashis (os signos do zodíaco védico) e fazer uma breve comparação. Não podemos nos esquecer, é claro, de que é preciso descobrir se você ainda está na mesma posição do zodíaco de acordo com seu nascimento. É possível que não esteja mais no primeiro, e sim no ultimo signo da roda do zodíaco de acordo com a astrologia védica.
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A história da astrologia védica
A astrologia védica é uma ciência mística muito antiga que, como já dissemos, remonta a tempos mais antigos que a maioria das ciências ocidentais. Manuscritos sobre ela revelam que sua idade já ultrapassa os 6 mil anos.
A astrologia védica é também conhecida como “Jyotisha” que, em sânscrito, quer dizer “conhecimento da luz” – algo que faz muito sentido se considerarmos que ela é orientada pelas estrelas. Hoje o nome de Jyotisha é mais utilizado entre estudiosos e acadêmicos da área, mas ele perdurou até muito pouco tempo atrás, na realidade.
Segundo contam os mesmos estudiosos, o termo astrologia védica passou a ser mais usado por volta da década de 80, graças a algumas publicações de medicina Ayurveda e Yoga que começaram a se popularizar e introduziram o termo.
Em território indiano, a astrologia védica é extremamente respeitada e tida como uma das grandes ciências da cultura indiana. Especialistas contam que existem basicamente seis grandes disciplinas que contam a história da crença védica hindu. Essas disciplinas recebem o nome de Vedangas e são formados pelos textos sagrados: Shiksha, Chandas, Vyakarana, Nirukta, Kalpa e claro, o Jyotisha.
O Jyotisha é um dos mais antigos dos textos sagrados e ele foi criado com a intenção de se formar uma espécie de calendário. Esse calendário era utilizado para guiar a realização de rituais e até mesmo de sacrifícios dessa civilização.
Existem muitas curiosidades dentro da história de criação e de desenvolvimento da astrologia védica. Depoimentos de historiadores revelam que talvez alguns termos em sânscrito interpretados como “planetas”, inicialmente se referiam na verdade a supostos demônios originários de eclipses.
De todo modo, o fato é que a astrologia védica é considerada em diversos meios acadêmicos como a aplicação mais precisa de princípios astrológicos. Esse é mais um dos pilares de sustentação da importância que essa linha de estudos tem em toda a cultura indiana.
Sua influência é tão presente que, desde 2001, muitas universidades indianas já oferecem cursos de graduação superior especificamente voltados para o estudo da astrologia védica. Infelizmente, no lado ocidental essa ciência astrológica ainda é pouco conhecida e da mesma forma não tem muito reconhecimento por parte da comunidade científica.
Parte dessa “rejeição” pode ser atribuída a simples falta de informação mais aprofundada sobre o tema. Existem muitos textos que se encontram perdidos pelo tempo – nomes como o Brihat Parashara Hora Shastra e Sārāvalī, de Kalyāṇavarma, contam apenas com compilações datadas da era medieval, algo pouco confiável e muito recente se considerarmos todo o tempo de existência dessa ciência.
A falta de textos traduzidos para o português também dificulta o acesso a essa informação. Mesmo na língua inglesa ainda não é possível encontrar disponível todos os textos sobre esse assunto.
Caso queira se aventurar um pouco mais sobre o tema, algumas fontes bibliográficas como o “The Blackwell Companion to Hinduism” de Flood, Gavin. Yano, Michio ou o “Astrology; Astrology In India; Astrology in modern times”de David Pingree e Robert Gilbert, podem oferecer um grande esclarecimento.
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