Xangô: o Orixá da Justiça na Umbanda
Xangô é o orixá da Justiça. Ele rege tanto a justiça divina quanto a justiça dos homens, de forma imparcial, sem escolher lados. Conheça mais sobre este poderoso orixá da Umbanda. Conheça mais características sobre Xangô, o Orixá da Justiça na Umbanda.
Quem é Xangô na Umbanda?
Ele é o orixá da sabedoria, da justiça, da política. Seu poder é representado pela balança, simbolizando o equilíbrio do julgamento. Ele é quem luta para manter o universo divino balanceado e consistente. A representação de Xangô muitas vezes é feita com um machado. É um machado de dois gumes, que representa a força da justiça que corta para os dois lados, representando a neutralidade do equilíbrio. Quem invoca a justiça de Xangô deve ter em mente que também será julgado, e se estiver devendo à justiça divina, também terá que pagar.
A história de Xangô – o Orixá da justiça
- Xangô era um ser humano que se encantou e tornou-se um orixá. Ele nasceu em uma cidade chamada Oyó, que atualmente faz parte da região ocidental da Nigéria. Foi um homem sedutor e vaidoso, que descobriu ter o domínio do Fogo e do Trovão. Muitas são as lendas que envolvem este orixá. Na mitologia, muitas vezes ele aparece como filho de Bayani, como um orixá que nasceu para reinar, e como Ogum, conquistar e solidificar.Uma famosa lenda de Xangô retrata seu poder, sua fúria, mas acima de tudo seu senso de justiça. Ele, acompanhado de seu numeroso exército, viu-se à frente com um poderoso exército inimigo. Este tal exército era conhecido pois exterminar seus opositores, sem qualquer piedade. A batalha foi dura, o exército de Xangô perdia muitos homens. Ele via seus homens sendo derrotados, mutilados e jogados ao pé da montanha. Isso provocou a ira do orixá, que num movimento rápido chocou o seu martelo contra a pedra, provocando imensas faíscas. Quanto mais forte ele batia, mais inimigos eram atingidos pelas faíscas. Ele fez isso até derrotar boa parte do exército inimigo. A força de seu machado acovardou o inimigo. Alguns inimigos haviam sido feitos de prisioneiros, e os ministros de Xangô pediam a destruição total dos opositores. Ele negou. “Meu ódio não pode ultrapassar os limites da justiça. Os guerreiros cumpriam ordens, foram fiéis aos seus superiores e não merecem ser destruídos. Mas, os líderes sim, estes sofrerão a ira de Xangô.” Neste momento, ele ergueu seu machado ao céu e descarregou uma sequência de raios, que atingiram cada um dos chefes inimigos. Os guerreiros, poupados, passaram a servir Xangô com lealdade.Esta lenda mostra como para este orixá, a justiça está acima de tudo e que sem ela, nenhuma conquista vale a pena. Para Ele, o respeito é mais importante do que o medo.
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A atuação do orixá Xangô pelo equilíbrio
Quando se pede a intervenção de Xangô pela justiça é preciso estar atento que antes de nos ajudar, ele irá analisar a nossa conduta. Ele verifica se temos sido justos em nossa vida com os nossos semelhantes. A balança deste orixá busca o equilíbrio, e tudo o que não está de acordo com a Justiça Divina é contado. Ele nos provém da justiça que buscamos de acordo com a nossa necessidade e merecimento.
Os filhos de Xangô
Os filhos de Xangô são descritos como tipos firmes, seguros, energéticos. São seres que inspiram a maturidade mesmo quando jovens, sem que isso lhes tire a beleza ou alegria. Têm comportamento comedido, prezam pela sua segurança e por isso nunca dão um passo maior que a perna. Suas medidas e decisões são tomadas com estabilidade. Assumem facilmente a liderança, são bons conselheiros e não gostam de ser contrariadores. São normalmente serenos, mas podem passar a atitudes austeras e até agressivas quando estão irados ou contrariados. São discretos, humildes e não guardam rancor de ninguém.
O medo de cometer injustiça, muitas vezes, retarda suas decisões. Contraditoriamente, o maior defeito dos filhos de Xangô é julgar os outros. Eles precisam aprender a domar essa caracetrística para se tornarem verdadeiros representantes do Senhor da Justiça, do Rei das Pedreiras. É um erro pensar que os filhos de Xangô têm privilégio em seu julgamento. Ele atua sobre os seus filhos com o mesmo peso do machado, para educar e ensinar sobre a justiça. Este orixá é o pai que auxilia e educa o filho para o caminhar por toda a eternidade, para fazer dele o reflexo divino do equilíbrio, lealdade e justiça.
A simbologia do orixá
As pedras e rochas são símbolos de Xangô Umbanda, pois representam a estabilidade do mineral. Quando as pedras se chocam, saem faíscas que iniciam o fogo. Por isso, o elemento de Xangô é o fogo. E essa é uma analogia da chama purificadora e equilibradora de Xangô.
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O Sincretismo de Xangô na Igreja Católica
Xangô Umbanda é sincretizado com santos cristãos, como São João Batista, São Pedro e São Jerônimo. Essa assimilação acontece porque estes santos (em especial São Jerônimo) são santos também ligados à justiça divina.
Atenção: lembramos os nossos leitores que este artigo possui a intenção apenas de trazer maiores conhecimentos sobre as características e poderes deste orixá. Não pretendemos instalar verdades absolutas pois muitas das informações sobre ele são baseadas em lendas e conhecimentos passados de forma oral, que podem sofrer alterações de acordo com a interpretação e a linha de Umbanda seguida.
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