10 coisas que (provavelmente) você não sabe sobre a Umbanda
Ainda existem preconceitos a respeito de algumas religiões, principalmente as espíritas como a Umbanda. É essencial que conheçamos as religiões antes de definirmos nossa opinião sobre elas. O medo ou curiosidade a respeito da Umbanda acontece pela falta de informação das pessoas. Criam-se especulações e lendas sobre o que não conhecem. Porém, vivemos em uma era em que a informação é acessível para a maioria das pessoas na internet. Devemos aproveitar esta condição para discutir, esclarecer e acabar com boatos sem fundamento sobre as religiões. Neste artigo, vamos falar sobre 10 coisas que você provavelmente não sabe sobre a Umbanda, entre verdades e mitos.
10 coisas que não sabe sobre a Umbanda
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A Umbanda é uma mistura de diversas religiões
Este é um fato verídico sobre a Umbanda: ela é uma mistura de várias religiões. A palavra Umbanda é derivada de um termo do idioma angolano quimbundo – a palavra m’banda, que significa curandeiro. A religião reúne elementos descobertos e desenvolvidos por Alan Kardec, que é o fundador do espiritismo kardecista, elementos de indígenas e dos cultos afro-brasileiros, além de algumas características do catolicismo, cristianismo e esoterismo.
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A Umbanda oferece trabalhos em troca de dinheiro
Esta informação não procede, trabalhos não são oferecidos em troca de dinheiro nos terreiros de Umbanda. Porém, existem pessoas de má-fé que usam títulos falsos para tirar proveito de necessitados e cobrar dinheiro para realizar trabalhos. A Umbanda original é baseada em caridade. O umbandista ajuda o próximo sem cobrar nada em troca. Esta é uma forma de aprendizado dos praticantes, de se aproximar de Deus.
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O fundador da religião tinha apenas 17 anos
Zélio Fernandino de Moraes é considerado o pai da Umbanda e tinha somente 17 anos quando foi convidado para uma sessão espírita, no Rio de Janeiro. Nesta ocasião, um espírito conhecido como Caboclo das Sete Encruzilhadas incorporou nele e proferiu as seguintes palavras: “Venho trazer a Umbanda, uma religião que harmonizará as famílias e há de perdurar até o fim dos tempos.” Este acontecimento marcou o início da religião conhecida atualmente como Umbanda.
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Os umbandistas sacrificam animais
Existem religiões africanas que sacrificam animais em seus rituais. Alguns elementos na prática da Umbanda vieram do Candomblé, mas o sacrifício dos animais não é um deles. A religião valoriza a vida dos animais e não possui o costume de realizar sacrifícios.
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O significado do termo “macumba”
No começo do século XX, surgiram as “giras” da Umbanda – eventos em que vários espíritos de uma determinada falange reúnem-se, através de incorporações em médiuns. Elas eram muitas vezes realizadas em praias e passaram a ser chamadas pelo termo macumba. Porém, a macumba é um tipo de reco-reco, usado durante as giras. Como se trata de um instrumento musical, as pessoas se referiam da seguinte forma: “Estão batendo a macumba na praia”. Isso fez com que as giras ficassem conhecidas como macumba ou culto Omolokô.
Ao longo dos anos, tudo que envolvia rituais que não se enquadravam no catolicismo, protestantismo, entre outras religiões, era considerado um tipo de macumba. Então, acabou se tornando um termo pejorativo. Um macumbeiro nada mais é que alguém que toca reco-reco estilizado.
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Apenas quem tem alguma ligação com a cultura africana pode fazer parte da Umbanda
Esta informação é falsa. Apesar da Umbanda ter raízes em elementos do Candomblé africano, trata-se de uma religião brasileira e multicultural. Todas as pessoas são bem-vindas no terreiro de Umbanda. Isso independe de cultura, raça, orientação sexual, posição social, ou o que for. Não existe preconceito na religião umbandista. Então, caso você esteja à procura de uma fonte espiritual, um método de autoconhecimento, será bem-vindo nos terreiros umbandistas.
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As imagens católicas na religião umbandista
As imagens católicas começaram a ser utilizadas nos primórdios da religião Umbanda, quando os senhores das senzalas castigavam os escravos. Naquela época, os senhores usavam as imagens dos santos para proteger seus familiares e si próprios das macumbas feitas pelos escravos como vingança aos castigos. Eles obrigavam os negros a cultuar os santos católicos. Com o passar do tempo, os santos foram associados a entidades da religião, o que é chamado de sincretismo religioso. Cultuar santos católicos simbolizando suas próprias entidades também era uma forma de disfarce para se defender das perseguições contra a religião.
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Todas as pessoas são médiuns
Para fazer parte de um ritual de gira ou desenvolver o dom mediúnico em um terreiro, existe a necessidade de ter mediunidade de incorporação. A Umbanda defende que todas as pessoas são médiuns em diferentes graus, que todos possuem um tipo de mediunidade, ela se manifestando ou não em algum momento da vida. Existem pessoas que possuem alto grau de mediunidade, mas que não frequentam terreiros e buscam a Umbanda para desenvolver este grau.
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A reencarnação na Umbanda
Os umbandistas acreditam na reencarnação. Para eles, os espíritos desencarnados estão entre nós com o papel de nos ajudar e nos dar avisos. Então, eles não estão aqui à toa, de acordo com a doutrina. Mas, não são todos espíritos que se manifestam. Os que entram em contato já são muito evoluídos e não precisam mais reencarnar em outros corpos. Neste patamar, eles conseguem se manter como espíritos para interagir com os humanos, ajudando as almas reencarnadas a manter o percurso da evolução.
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Exu é considerado um demônio?
Exu é um guardião mensageiro, que trabalha na Linha de Esquerda da Umbanda. Ele é regente da vitalidade dos seres e o mais humano dos mistérios da Umbanda, porque reflete em si a natureza emotiva do médium que incorpora e manifesta. Apesar de dizerem que ele é um punidor, Exu atua como um agente esgotador e um filtro de energias negativas. É conhecido por criar estímulos que ativam e tratam o emocional humano. Ele é regido pelo mistério “Trono Neutro”, não promove nem o mal nem o bem, mas o equilíbrio. A partir do equilíbrio, Exu vitaliza e desvitaliza mistérios dos embasamentos orixás: conhecimento, amor, religiosidade, ordem, equilíbrio, geração e evolução.
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