8 coisas que você deve saber sobre Cultura Cigana
Na cultura cigana, as pessoas não possuem endereço fixo, documentos, contas em bancos ou carteira assinada. Suas vidas passam despercebidas, como se nunca tivessem existido. A cultura cigana é tão antiga e extensa, tão cheia de crenças e histórias que nem mesmo seu povo sabe avaliar bem o que é verdade ou lenda.
Os ciganos são subdivididos em três etnias principais: rom, calon e sinti. Eles não formam um povo homogêneo, nem todos são nômades e nem todos falam romani. Podem ser ricos ou pobres, cristãos, mulçumanos e judeus. O que os constitui um povo é a sensação comum de não serem gadgés – como eles denominam os não ciganos- e de se identificarem como calon, sinti ou rom. As comunidades ciganas sofrem muito preconceito desde sua chegada no continente Europeu. Acredita-se que eles saíram da Índia, no século XIII, e sofreram perseguição sendo até hoje marginalizados. O preconceito acontece pela falta de informações e falsos mitos difundidos.
8 coisas que você deve saber sobre Cultura Cigana
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A Índia é seu país de origem
Diversas pesquisas em áreas como linguística, antropologia cultural e genética defendem que os ciganos vieram do norte da Índia. Apesar de não terem dados precisos sobre o período em que migraram, existem evidências que entre os séculos III e V começaram sua jornada para o Ocidente. Alguns registros mais evidentes demonstram forte presença na Europa a partir do século XIII. Os ciganos também vivem em todos os outros continentes do mundo.
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O espírito viajante
Na cultura cigana, nem todos são nômades, porém, não se sentem pertencentes a um único lugar. Os ciganos não costumam criar raízes, não possuem uma noção concreta de propriedade. Eles fazem negócios todo o tempo com seus pertences e gostam de pagamentos em ouro, para que tenham valor em qualquer nação. Por isso, a imagem cigana frequentemente é associada ao uso de ouro como adereço. Ciganos não gostam der ter leis ou regras, que não sejam as deles. Sua liberdade é prezada acima de tudo. Eles podem se estabelecer muito tempo em um lugar – como é comum entre os sinti- mas, buscam morar na mesma rua ou em acampamentos, onde consigam preservar sua autonomia e manter a unidade familiar.
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A organização da comunidade
A comunidade cigana se organiza em torno da família. Existe um líder, sempre homem, que é nomeado por mérito e não por herança. Sua escolha é feita a partir de vários aspectos. Um dos mais importantes é ter um documento de identidade, para conseguirem alugar um terreno, montar um circo ou fazer parte de feiras. Isso se tornou um desafio, já que os ciganos não conseguem registrar o nascimento dos filhos, por não possuírem documentos próprios, se tornando um ciclo sem fim. O líder também deve ser um interlocutor entre o poder público e seu grupo, além de ter habilidade para resolver os problemas internos da comunidade. Ele dita as regras, divide as tarefas e cria as leis do grupo.
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Porajmos – o holocausto cigano
Os ciganos sofreram perseguição desde sua chegada na Europa. Eles foram escravos por 500 anos na Romênia (Valáquia, Moldávia e Transilvânia). O Holocausto cigano, também chamado de Porajmos, é sempre esquecido nas celebrações do dia memória do Holocausto, que ocorre em 27 de janeiro. Apenas em 2015, o Parlamento Europeu votou para adotar uma resolução que reconhece historicamente o genocídio dos ciganos, ocorrido durante a Segunda Guerra Mundial.
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A diversidade na Cultura Cigana
Os ciganos formam uma comunidade heterogênea, com diferentes culturas, línguas, religiões, regras, tradições e normas. Alguns falam a língua Romani, comum entre diversos grupos, junto com sua língua de origem. Outros apenas falam a língua de seu país de origem. Apesar de serem um povo heterogêneo, os ciganos mantêm o senso de pertencer a uma única cultura cigana. Eles possuem hábitos pouco ortodoxos, o que trouxe preconceito em relação à sua cultura. Quando chegaram ao Ocidente, tinham uma língua indecifrável, de origem desconhecida, muitos filhos, pele escura e costumes completamente diferentes.
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Os ciganos são mágicos?
A falta de oportunidades de emprego pode ter sido uma das causas da veia artística na cultura cigana. Eles eram expulsos e se mudavam, levando novidades dos lugares de onde vinham. Desta forma, surgiu a fama de serem mágicos e feiticeiros. Uma vez que todos acreditavam nisso, aproveitaram para fazer dinheiro. As mulheres começaram a ler as mãos e prever o futuro. Os negócios de objetos eram sua outra forma de sobrevivência, eles tinham acesso a mercadorias “exóticas” e carregavam suas tralhas por onde fossem.
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Comemoração do dia do cigano
O Dia Internacional do Cigano foi oficializado em 8 de abril, declarado em 1990, em Serock na Polônia. A data foi definida no quarto encontro mundial dos ciganos.
Diversas cidades na Europa organizam atividades e eventos comemorativos durante esse dia. Na cidade de Glasgow, no Reino Unido, é realizada uma parada anual desde 2013, em que os ciganos e não ciganos marcham contra o racismo e o preconceito, celebrando a diversidade cultural.
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