“Estamos vestindo um corpo-humano” – Chico Xavier
Francisco de Paula Cândido, popularizado como Chico Xavier, foi um médium adepto do espiritismo, filantropo e grande escritor brasileiro, sendo considerado um dos maiores ícones religiosos do país.
Nascido de uma humilde família católica, teve seu nome de batismo em homenagem ao santo de seu dia de nascimento. Apresentou seus primeiros sinais de mediunidade aos quatro anos de idade, um ano antes do falecimento de sua mãe, com quem manteve contato espiritual durante muitos anos de sua vida.
O Espiritismo e Chico Xavier
Mesmo tendo manifestado cedo seu contato mediúnico, Chico Xavier permaneceu católico até os 17 anos de idade, quando se aprofundou e aderiu aos ensinamentos da doutrina espírita, aconselhado pelo espírito de sua falecida mãe. Como base de sua crença, Chico seguia os preceitos das obras de Allan Kardec de modo que acreditava que as enfermidades e os males que nos atingem são resultado não somente do corpo físico, mas do estado espiritual e mental em que nos encontramos.
De maneira simples, o espiritismo de Chico Xavier reúne dentro do cristianismo, a filosofia, a ciência e a religião, acreditando na vida após a morte e na reencarnação e trazendo à tona a ideia de “aprimoramento espiritual”; tendo como base a caridade para com os semelhantes e pondo em discussão frequente o equilíbrio dos três pontos (ciência, religião e filosofia). Chico Xavier acreditava em tais princípios e que o diálogo e a proximidade entre as três partes traria uma maior compreensão da realidade.
Mundo Espiritual – “Estamos vestindo um corpo-humano”
O espiritismo pregado por ele era um conceito de altruísmo e oposto a todo e qualquer materialismo; diferente da maioria das outras crenças, ele se apoia na possibilidade da comunicação entre os mundos físico e espiritual. O conceito de existência de um único Deus também é presente no espiritismo de Chico, porém sem o dogma da santíssima trindade. Crê ainda na igualdade de criação para todos os espíritos, de modo que todos são iguais e possuem o livre-arbítrio de escolher seu caminho para o bem ou para o mal.
Para a doutrina espírita de Chico Xavier, o estado natural de alma ou espírito não é preso ao corpo ou a matéria física e sim na condição de livre, ou de modo desencarnado. Acredita-se que o estado em que nos encontramos se baseia no princípio inteligente do universo de forma individualizada “vestindo um corpo humano”, se conectando a ele por meio de um períspirito.
O chamado períspirito funciona como uma cobertura ou uma aura que envolve o espírito, assim como a cobertura do gérmen de um fruto; e é essa cobertura que transmite a vontade do espírito ao corpo físico. Vale citar também que o espiritismo é livre de rituais institucionalizados como o batismo, por exemplo e que ainda aceita a possibilidade de existência de vida inteligente no universo além da Terra.
A Mediunidade de Chico Xavier
Segundo a doutrina espírita de Chico Xavier, é possível a comunicação entre o mundo físico e o espiritual, dando a essa capacidade o título de mediunidade. Ela pode se manifestar em qualquer pessoa que possua um grau mais elevado de sensibilidade e isso independe de crença ou religião; podendo se manifestar desde psicofonia (oralmente) a uma manifestação por meio de ectoplasmas. A mediunidade manifestada em Chico Xavier foi a da psicografia, ou a comunicação com um espirito através da escrita, dando origem a inúmeras cartas e obras literárias. Entretanto, além das citadas, existem outros meios de comunicação com o mundo espiritual como a vidência, que acontece quando um espirito se manifesta de forma visível.
Inspire-se
Chico Xavier foi um dos grandes responsáveis pela disseminação da doutrina espírita pelo país e muito de seu reconhecimento se deu pelo modo como conciliou seus ensinamentos com outras crenças, de modo a não entrar em conflitos. Tal pacificidade e coerência atraiu muitos interessados em seus ensinamentos.
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