Alienação parental: um pecado contra o espírito
Esse texto foi escrito com todo o cuidado e carinho por um autor convidado. O conteúdo é da sua responsabilidade, não refletindo, necessariamente, a opinião do WeMystic Brasil.
O processo de separação é muito doloroso. São sonhos que se desfazem, uma família que fica partida e um futuro que antes parecia certo se torna instável. É triste abrir mão de toda uma história, especialmente quando o amor gerou frutos. E esses frutos quase sempre sofrem muito nesse momento, sem a menor necessidade.
Nascemos sozinhos e vamos morrer sozinhos. Nossa felicidade não está no outro, e projetar nossa alegria no que é externo a nós certamente vai trazer sofrimento. Somos livres para escolher com quem queremos dividir a vida e quem já se relacionou por longos períodos sabe como pode ser complicado um casamento. Realmente não é fácil e a vida pode atropelar uma relação com suas urgências, rotina, questões financeiras e até sexuais. Então, o sentimento que unia o casal começa a morrer aos poucos, e o que antes era amor passa a ser ódio, ressentimento e mágoa. E temos que ter maturidade para a lidar com os ciclos da vida e o jogo de idas e vindas do amor. E, quando existem filhos na jogada, a atenção deve ser redobrada para que eles não carreguem nos ombros o ressentimento dos pais durante uma separação.
“Paz e harmonia: eis a verdadeira riqueza de uma família”
É sedutor usar os filhos para atingir o outro. É fácil restringir visitas, usar a criança para investigar a vida do ex parceiro e transformar a raiva na humilhação da figura daquele que “abandonou o lar”. Digo isso entre aspas, pois, um pai ou uma mãe não precisam morar na mesma casa para exercer a parentalidade. Troca-se de casa, mas os filhos são filhos para sempre, pois, existe uma ligação amorosa e espiritual eterna e que alimenta as famílias e dá propósito a elas. Por isso, a alienação parental é um pecado contra o espírito.
A alienação parental
A prática da alienação parental parte normalmente do genitor que se sente prejudicado pelo fim do relacionamento e não consegue absorver de forma saudável o fim da união. Tomado pelo ressentimento e pela dor, esse genitor entra em um processo emocional de vingança e acaba usando os filhos como armas para atingir o ex companheiro.
Assim, a criança se vê no meio de uma guerra onde um dos pais tenta excluir o outro do convívio familiar, criando obstáculos para as visitas, denegrindo a imagem do outro e fazendo com que a criança se sinta obrigada a escolher um dos pais. Mesmo que esses ataques sejam indiretos, a criança vai se sentir impelida a tomar um partido. Imagine o sofrimento que isso acarreta na vida de quem mal iniciou a existência e não tem as mesmas condições de processar as emoções que um adulto. Aliás, como podemos observar, não são todos os adultos que conseguem se processar de maneira saudável suas emoções. A finalidade desse contexto é sempre destruir a relação afetiva entre a criança e o genitor que não possui a guarda, fazendo com que toda a admiração e respeito que antes existiam desapareçam.
A criança fica perdida e entra em um processo de sofrimento desnecessário, pois o amor dos pais não está atrelado ao sucesso da relação entre eles. A criança acaba por desenvolver uma instabilidade emocional muito grande, sendo tomada pelo sentimento de culpa, conflito de lealdade, agressividade, mudanças de humor repentinas, sentimento de abandono, alterações nos padrões de sono e alimentação, dificuldade de concentração, mau desempenho escolar, propensão para depressão, ansiedade, pânico, baixa autoestima, dificuldade em estabelecer relações com os outros, personalidade manipuladora e comportamentos de risco a longo prazo.
São marcas que a criança vai carregar para a vida adulta, que muitas vezes nem mesmo a terapia dá conta de resolver. É uma tragédia imposta não pela separação em si, mas pelo comportamento dos pais.
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A programação da encarnação e a família
Apesar da dor, o momento pede calma, reflexão e superação. As crianças devem ser a prioridade, assim como o esforço entre os envolvidos de preservar a relação entre elas e os genitores. Salvo em condições extremas, onde uma das partes coloca em risco a vida da criança, não há situação possível que justifique que filhos sejam afastados do convívio de um dos pais ou tenham que lidar com a destruição da imagem de quem mais amam.
A primeira coisa que devemos ter em mente é que nada acontece por acaso. Se a criança nasceu em um determinado lar, próxima daquelas pessoas, é porque as necessidades deste espírito condizem com essa formação familiar. Existe uma programação, um planejamento com o qual todos concordamos antes de nascer e a família onde vamos reencarnar é parte essencial desse planejamento. Aliás, não só quem encarna faz escolhas e concorda com certos termos, mas quem recebe a criança também entra nessa jogada e aceita receber aquele filho. Pois bem. Quando um casal deixa de se relacionar essas regras continuam valendo, ou seja, aquela criança possui necessidades espirituais e evolutivas ligadas a energia dos pais e essa relação não deve ser interrompida ou manipulada.
Quando a alienação parental acontece, a relação entre a criança e o genitor excluído fica muito prejudica. Às vezes esse prejuízo pode ser permanente, exterminando para sempre qualquer possibilidade de reconciliação. A alienação parental é um pecado contra o espírito. Sim, contra o espírito. Toda a programação daquela encarnação, toda a evolução e resgate cármico que estava planejado ocorrer por meio daquela convivência são perdidos com essa ausência forçada de um dos genitores. Mais do que o psicológico, quem se ressente nessas situações é o espírito. Ele se vê preso, em conflito, pois, precisa daquela relação, deseja evoluir através do amor dos pais, mas se vê impedido de exercer essa afetividade. As ligações familiares são, em essência, laços espirituais.
“A cura vem pelas portas da maternidade”
O lar na Terra é o grande núcleo de aprendizado onde almas evoluem através do convívio, e a figura dos pais é essencial inclusive para a construção da noção de pertencimento no mundo.
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Como superar a dor da separação
Toda e qualquer ajuda é bem-vinda. Sejam os doutores da Terra como os psiquiatras e psicólogos ou seja o apoio dos mestres espirituais, ninguém precisa passar sozinho por um momento turbulento como uma separação. Buscar ajuda é o primeiro passo. Quando os pais estão bem, os filhos automaticamente absorvem essa vibração e tendem a seguir seu caminho com mais tranquilidade.
A terapia é de grande valia para a racionalização da ruptura e a ressignificação do momento. Superar a dor exige um mergulho dentro de si, abrindo portas para o autoconhecimento e evolução. Essa é a chave para evitar tanto sofrimento quando o casamento chega ao fim: usar o momento como aprendizado e crescimento. Essa visão aliada a vontade de preservar o universo emocional dos filhos já coloca os pais em um patamar de enfrentamento saudável da situação. Priorizar o bem-estar das crianças deve sempre ser o foco em situações de conflito, o que exige maturidade e abnegação para colocar a tristeza de lado e fazer o que é necessário. Você pode estar sofrendo agora, mas sua dor vai passar. Você pode, inclusive, se casar de novo e deixar no passado essa relação mal sucedida, enxergando ela como uma ponte que leva você a um relacionamento mais feliz. Mas, para a criança, o sofrimento de uma separação mal digerida pode assombrar as emoções dela até a vida adulta e é preciso evitar isso a todo custo.
“Não se ofenda com meus amores de antes. Todos tornaram-se pontes pra que eu chegasse a você”
Perdoe. Seja o que for, sempre busque o caminho do perdão. Você pode odiar seu parceiro, mas o perdão fará com que você não caia na tentação de difamar a imagem de alguém que tem uma importância ainda maior para seu filho do que para você. Viva seu luto sem envolver os filhos e faça uma transição da forma mais sutil possível, explicando sempre que necessário que o casal não se ama mais, mas que o amor de um pai ou uma mãe por um filho são eternos. Isso é tudo que a criança precisa para vencer essa difícil transformação, pois, ela só precisa se sentir amada e apoiada. Sem que a criança se envolva todos vão ter tempo de se recuperar do rompimento, e eventualmente tudo vai voltar ao normal. Perdoe o outro e perdoe você. Divida seu fardo, se abra, converse, aceite ajuda. Caminhe no seu tempo e escolha sempre o diálogo como veículo de resolução de qualquer conflito. E nunca projete na criança a sua dor. Ela é sua, não do seu filho.
O apoio espiritual será essencial. Busque terapias alternativas, encontre um local espiritual onde se sinta acolhida e use a espiritualidade como jornada de autoconhecimento. Peça ajuda. Sempre que você pede, a espiritualidade escuta. E não há nada neste mundo que tenha um poder de cura maior do que os caminhos da fé.
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