Ansiedade: veja 3 técnicas para aliviar os sintomas no dia a dia
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Um dos principais, e talvez mais comum, sintomas que um ansioso apresenta é a preocupação constante com o futuro.
Samira Paiva, de AnaMaria Digital
Nervosismo, medo, coração acelerado, tremedeira, insônia, irritação e, principalmente, preocupação excessiva. Esses são apenas alguns dos muitos sintomas – físicos e psicológicos – que a ansiedade pode manifestar no corpo de uma pessoa. Infelizmente, este é um problema mais comum do que imaginamos.
Um estudo divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em junho de 2019 já apontava que 18,6 milhões de brasileiros, ou 9,3% da população do país, sofria com algum transtorno do tipo. Aí veio a pandemia e, muito provavelmente, a qualidade de vida dessas pessoas caiu ainda mais. Apesar de ser um assunto bastante discutido na sociedade atualmente, nem todos sabem o que, de fato, caracteriza a ansiedade.
Trata-se de um estado psíquico natural e que todo mundo tem, explica a psicóloga Adriana Severine, especializada em Terapia Cognitivo Comportamental. “Em uma situação de perigo, é aquela reação que nos faz ficar atentos e em estado de alerta e atenção, porque algum perigo iminente pode acontecer.”
A ansiedade, como instinto natural, nos fornece sinais suficientes para nos livrarmos de situações ameaçadoras: “Por isso os batimentos cardíacos aceleram, sentimos, às vezes, uma ruborização e a mão esquenta. Isso tudo fará o seu corpo se preparar para a luta ou para a fuga”, complementa a especialista.
Um dos principais, e talvez mais comum, sintoma que um ansioso apresenta é a constante preocupação com o futuro. Com medo de que suas expectativas não sejam atendidas ou já pensando em um possível problema, ele sempre tem planos extras preparados para determinada ocasião.
“O ansioso pensa: ‘Se isso aqui não der certo, vou fazer outra coisa’. Seu medo é baseado na ideia de que aquilo que está pensando ou o que espera possa não acontecer ou dar errado”, ressalta Adriana.
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Quando afeta o seu cotidiano, a ansiedade merece atenção
Apesar de parecer comum, é necessário pontuar que essa inquietação torna-se anormal quando passa a afetar diretamente o dia a dia da pessoa, sua produtividade e até mesmo seu descanso. “Quando você percebe que isso está te atrapalhando muito, fazendo mal e tirando sua paz, é hora de procurar ajuda especializada”, acrescenta.
Nesse contexto, é importante ressaltar que o acompanhamento de um psicólogo torna-se indispensável a partir do momento em que você identifica os sintomas iniciais da ansiedade. As sessões de terapia vão ajudar o paciente a entender melhor o motivo de suas crises e quais são os “gatilhos emocionais” para que elas aconteçam, fazendo com que essa sensação ruim possa ser barrada e ainda transformada em algo “bom”.
“Quanto mais cedo você for ao psicólogo, melhor. Ele vai te ajudar a entender tudo isso que você está sentindo, se é ansiedade, depressão ou um transtorno que você tem e que, com a pandemia, acabou se agravando”, ressalta Adriana.
Além do acompanhamento psicológico, também existem algumas técnicas que, quando aplicadas no dia a dia, principalmente em um momento de crise, podem amenizar os sintomas da ansiedade. Pensando nisso, separamos três dicas para você. Confira!
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Anote tudo!
Os pensamentos, preocupações excessivas e inseguranças permeiam a mente do ansioso o tempo inteiro, podendo se manifestar, com maior frequência, no período da noite, o que vai atrapalhar a sua rotina de sono. Aqui, a ideia aqui é deixar sempre um caderninho e caneta ao lado da cama.
“Escreva tudo que estiver passando na sua cabeça, não precisa ter sentido e nem coerência, pode ser desde uma lista de afazeres até sua próxima compra no supermercado. Apenas escreva tudo antes de dormir, porque é como se o seu cérebro falasse: ‘Agora ela já anotou tudo o que precisa fazer, então eu posso descansar’”, propõe Adriana.
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Inspira e expira!
Não é segredo nenhum que a respiração é extremamente importante para o funcionamento do organismo e, apesar de ser um ato involuntário, em situações de medo pode se tornar dificultosa. Exercícios que trabalham a concentração e controle respiratório surgem como grandes aliados do ansioso, pois, além de tranquilizá-lo e diminuir a frequência cardíaca, irão desligá-lo dos pensamentos preocupantes.
“Comece a respirar e contar. Conforme você vai prestando atenção na contagem, automaticamente deixa de pensar naquilo que estava te afligindo. Então, primeiro você enche o pulmão e solta, aí começa a contar de trás para frente e de frente para trás, por exemplo: 1, 100, 2, 99, 3, 98, e assim por diante”, indica Adriana.
Outro exercício bastante parecido é a inspiração e expiração do ar com intervalo de cinco segundos. “Então você respira fundo, segura a respiração, conta até cinco e solta tudo de uma vez, repetindo o processo várias vezes”.
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Trabalhe os cinco sentidos
Outro exercício bem legal é fechar os olhos e sentir tudo o que está ao seu redor. Esse tipo de técnica irá exercitar os cinco sentidos do corpo, estimulando o cérebro a se concentrar, pensar, buscar informações e se desconectar de tudo o que tira sua atenção.
“Você tenta sentir um cheiro que tem na sala, conseguiu? Tenta identificar qual é esse cheiro, se você gosta ou se te lembra alguma coisa. Depois, ainda de olhos fechados, tente perceber em sua mente uma cor ou algo que te chame atenção”, aconselha Adriana.
Depois, estimule o lado tátil, passando a mão e sentindo a textura de algo que está próximo a você. “Sinta a diferença das coisas, pode ser da sua pele ou da roupa que você estiver vestindo. Caso tenha uma mesa ao seu lado, tente identificar o que tem na superfície, se são papéis, canetas ou um notebook”, acrescenta a profissional.
Não tenha medo de procurar ajuda!
Nunca é demais reforçar que a ansiedade é um assunto sério e que precisa ser tratada para que não leve a outras doenças, como a depressão. Quando a pauta é essa, porém, muitas pessoas ainda sentem vergonha de procurar um profissional. Mas saiba que a ajuda de um psicólogo, ou até de um psiquiatra em casos específicos, levará ao melhor tratamento.
“Quando a TAG (Transtorno de Ansiedade Aguda) é muito forte e já está partindo para uma depressão, a gente vai precisar do trabalho conjunto do psicólogo e psiquiatra”, ressalta Adriana, antes de completar: “Infelizmente, as pessoas ainda hoje, em pleno século 21, têm muito preconceito, mas sinto que o pessoal mais jovem está perdendo essa vergonha.”
Por fim, tenha em mente que a ansiedade não irá te matar. Muito pelo contrário: quando trabalhada positivamente, ela torna você uma pessoa melhor. “Ao colocar uma ‘coleira’ na ansiedade, ela vai para onde você quiser, te dá impulso, força e faz correr atrás do futuro. Tudo melhora quando você entende que é uma pessoa ansiosa e aprende a usá-la para o seu próprio bem”, finaliza a psicóloga.
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