Arcanos Maiores do Tarot: Desvende Seus Mistérios e Significados
Esse texto foi escrito com todo o cuidado e carinho por um autor convidado. O conteúdo é da sua responsabilidade, não refletindo, necessariamente, a opinião do WeMystic Brasil.
O Tarot é um instrumento de estudo, consulta e autoconhecimento. Auxilia no desenvolvimento pessoal e espiritual devido à complexidade de informações e sabedoria que condensa. Conheça aqui os Arcanos Maiores do Tarot!
Cada um dos arcanos conta uma história a partir de símbolos antigos, que fazem com que o baralho de Tarot seja diferente de qualquer outro tipo de oráculo. Neste artigo, você vai conhecer o significado dos 22 Arcanos Maiores do Tarot e aprender a usar essa ferramenta poderosa para o autoconhecimento e para ajudar a si mesmo e às pessoas que o cercam.
O que são os Arcanos Maiores do Tarot?
Trata-se de um baralho esotérico de 78 cartas, composto de duas partes: Arcanos Maiores e Arcanos Menores. Os Arcanos Maiores são compostos por 22 imagens cheias de simbolismos e significados, que representam os arquétipos humanos. A palavra arcano significa “mistério” e os 22 Arcanos Maiores do Tarot carregam profundos segredos da natureza humana, as respostas para os questionamentos da humanidade.
As cartas desse baralho possuem uma beleza única, e encerram um conjunto de conhecimentos “secretos”. Suas imagens são especialmente criadas para nos conduzir ao longo de um aprendizado profundo, intuitivo e introspectivo em que o conhecimento oculto vai se revelando. Conforme vamos decodificando a mensagem dessas cartas confrontamos nossas dúvidas e redimensionamos nossa compreensão de Self, como seres filosóficos e espirituais que somos.
Os Arcanos
Os Arcanos Maiores do Tarot – ou “trunfos”- são densos e abrangentes. Cada trunfo revela um tema em que a estrutura da consciência humana se desenvolve. Numa tirada, essas cartas traduzem o esquema maior das coisas, influenciando todos os segmentos da vida.
Cada Arcano Maior corresponde a um arquétipo. Arquétipos expressam ideias complexas de forma compacta e ao mesmo tempo multivalente porque falam de experiências universais: amor, perda, morte, recomeço, escolhas, esperança e tantas outras. Como vivemos integrados a uma cultura e também à nossa bagagem ancestral, nós reconhecemos quando um arquétipo se apresenta. Por mais que se manifeste numa linguagem simbólica, nossa atenção captura algo que parece familiar e valioso. Esse significado atravessa o tempo preservando sua força porque arquétipos são atemporais e universais.
Esses 22 trunfos maiores levam marcação numérica em algarismos romanos. A progressão numérica facilita nossa compreensão conforme vamos acompanhado a chamada “Jornada do Louco”, como se contasse uma história. Ao longo dessa trajetória percebemos que o próprio equilíbrio do Universo se dá através das mutações. Também depreendemos dessa sequência certa noção de circularidade, sugerindo que o desenvolvimento da consciência não ocorre de forma linear, mas numa espiral em que revemos conteúdos e vamos assimilando melhor o aprendizado a cada “revisão” – que pode se dar tanto numa vida quanto em vários ciclos encarnatórios.
A carta O Louco, arcano Zero, representa “o Grande Nada de onde tudo vem e para o qual todas as coisas retornam”. Metafisicamente, ele precede a criação do Universo – tudo o que vem a ser nasce desse arquétipo. Não por acaso as cartas cujos algarismos reduzem a um quando somados são O Mago (arcano 1), A Roda da Fortuna (arcano 10, onde 1+ 0 = 1) e O Sol (arcano 19, onde 1 + 9 = 10, e 1+ 0 = 1). Estas cartas representam o início, meio e fim da jornada do Louco. A consciência só surge com O Mago, quando instaura o conceito de um “Eu”. No meio da série, A Roda da Fortuna marca o ponto de virada dos Arcanos Maiores, onde o primeiro ciclo de construção se fecha para começar nova desconstrução. O Sol representa o momento em que a consciência se integra aos demais aspectos do Eu. A jornada encerra com O Mundo (21).
Para os conhecedores da Cabala, os 22 trunfos derivam dos 22 caminhos que conectam a Árvore da Vida. Há uma correlação desses arcanos com os 12 signos e os 10 planetas de nosso sistema solar, que também somam 22. Daí as associações com a Astrologia e com a Numerologia O mais influente e difundido baralho, o Rider-Waite-Smith, inverteu a colocação das cartas A Força (oitava posição, associada a Leão) e A Justiça (décima primeira posição, associada a Libra) para se basear nas correspondências astrológicas conforme proposta pela Ordem Hermética da Golden Dawn. As ramificações do conhecimento esotérico dialogam entre si e criam uma estrutura de suporte umas às outras.
Na verdade, o que se desenrola a partir de O Louco até O Mundo, corresponde às diversas fases do processo de individuação conforme descreve a psicologia analítica de Carl Jung. A cada novo trunfo, a inocência (e também a ignorância) d’O Louco é acrescida de algum ensinamento. Seu percurso é cheio reviravoltas onde pistas vão surgindo e enigmas vão se revelando, porque ele precisa passar por testes de coragem e fé para descobrir seu propósito e sua sabedoria – semelhante à Jornada do Herói na mitologia e contos de fadas, como explica a psicologia junguiana. A carta O Mundo simboliza o momento de realização e completude, pois a iluminação acontece quando o Eu se percebe uno com o Universo.
O grande fascínio de se estudar o Tarot é perceber que o Universo nos traz continuamente oportunidades de compreendermos seu segredo. O Tarot fornece chaves para o desenvolvimento de nossa consciência para nos situarmos em meio à essa grandeza.
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