Salmo 36 – A justiça divina e a natureza do pecado
O Salmo 36 é considerado um saldo de sabedoria que ao mesmo tempo exalta o amor de Deus e revela a natureza do pecado. Veja a nossa interpretação de cada versículo dessas palavras sagradas.
As palavras de fé e sabedoria do Salmo 36
Leia com muita atenção as palavras sagradas:
A transgressão fala ao ímpio no íntimo do seu coração; não há temor de Deus perante os seus olhos.
Porque em seus próprios olhos se lisonjeia, cuidando que a sua iniquidade não será descoberta e detestada.
As palavras da sua boca são malícia e engano; deixou de ser prudente e de fazer o bem.
Maquina o mal na sua cama; põe-se em caminho que não é bom; não odeia o mal.
A tua benignidade, Senhor, chega até os céus, e a tua fidelidade até as nuvens.
A tua justiça é como os montes de Deus, os teus juízos são como o abismo profundo. Tu, Senhor, preservas os homens e os animais.
Quão preciosa é, ó Deus, a tua benignidade! Os filhos dos homens se refugiam à sombra das tuas asas.
Eles se fartarão da gordura da tua casa, e os farás beber da corrente das tuas delícias;
pois em ti está o manancial da vida; na tua luz vemos a luz.
Continua a tua benignidade aos que te conhecem, e a tua justiça aos retos de coração.
Não venha sobre mim o pé da soberba, e não me mova a mão dos ímpios.
Ali caídos estão os que praticavam a iniquidade; estão derrubados, e não se podem levantar.
Interpretação do Salmo 36
Para que você consiga interpretar toda a mensagem deste poderoso Salmo 36, preparamos uma descrição detalhada de cada trecho dessa passagem, confira abaixo:
Versículos 1 a 4 – As palavras da sua boca são malícia e engano
“A transgressão fala ao ímpio no íntimo do seu coração; não há temor de Deus perante os seus olhos. Porque em seus próprios olhos se lisonjeia, cuidando que a sua iniquidade não será descoberta e detestada. As palavras da sua boca são malícia e engano; deixou de ser prudente e de fazer o bem. Maquina o mal na sua cama; põe-se em caminho que não é bom; não odeia o mal”.
Esses primeiros versículos do salmo 36 mostram como o mal age dentro do coração dos ímpios. Como ele se aloja dentro do ser, afasta o temor a Deus, traz malícias e enganos à suas palavras, abandona a prudência e a vontade de fazer o bem. Ele passa a planejar o mal pois já não tem repulsa ou ódio pelo o que é errado. Além disso tudo, ele esconde de seus próprios olhos o que faz, cuidando para que suas maldades não sejam descobertas e detestadas.
Versículos 5 e 6 – A tua benignidade, Senhor, chega até os céus
“A tua benignidade, Senhor, chega até os céus, e a tua fidelidade até as nuvens. A tua justiça é como os montes de Deus, os teus juízos são como o abismo profundo. Tu, Senhor, preservas os homens e os animais”.
Nestes versos, encontramos o absoluto oposto de tudo que foi dito nos versículos anteriores. Agora, o salmista revela a imensidão do amor de Deus, o quanto a bondade de Deus é imensa e a sua justiça é inesgotável. São palavras de louvor que contrastam com as descrições da natureza (as nuvens, os abismos, os animais e os homens).
Versículos 7 a 9 – Quão preciosa é, ó Deus, a tua benignidade!
“Quão preciosa é, ó Deus, a tua benignidade! Os filhos dos homens se refugiam à sombra das tuas asas. Eles se fartarão da gordura da tua casa, e os farás beber da corrente das tuas delícias; pois em ti está o manancial da vida; na tua luz vemos a luz”.
Nestas palavras, o salmista exalta os benefícios que os fiéis a Deus irão desfrutar: da proteção à sombra das asas de Deus, da comida e da bebida, da luz e da vida que o Pai oferece. Ele mostra como será gratificante ser fiel ao pai. A salvação e misericórdia contínua de Deus pelo Seu povo são muitas vezes descritas em termos de águas vivas e revivificantes
Versículos 10 a 12 – Não venha sobre mim o pé da soberba
“Continua a tua benignidade aos que te conhecem, e a tua justiça aos retos de coração. Não venha sobre mim o pé da soberba, e não me mova a mão dos ímpios. Ali caídos estão os que praticavam a iniquidade; estão derrubados, e não se podem levantar”.
Mais uma vez, Davi faz uma comparação entre a natureza dos ímpios e o amor fiel de Deus. Aos fieis, a bondade de Deus e a justiça. Aos ímpios, morreram em sua soberba, sendo derrubados sem se poderem levantar. Davi tem um vislumbre do horror das consequências do juízo divino sobre os ímpios. O salmista, na verdade, como que assiste a uma cena do julgamento final, e estremece.
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