As origens e estilos da dança do ventre
A origem exata da dança do ventre é um tanto quanto incerta, levantando várias hipóteses sobre essa dança de movimentos sinuosos, misteriosos e sensuais. Sua prática é comum em diversas regiões do Oriente Médio e Ásia Meridional, tendo seus primeiros registros datados de 7000 a.C. em regiões como o Antigo Egito, Babilônia, Mesopotâmia, Pérsia e Grécia, onde fazia parte inclusive de rituais preparatórios para as mulheres que o dedicavam às divindades.
As origens da dança do ventre
Cheia de controvérsias, a dança do ventre provavelmente era praticada na antiguidade com propósitos preparatórios para a fertilidade, bem como em cultos primitivos à chamada Deusa Mãe, uma divindade feminina comum à época. Segundo estudiosos e historiadores, os movimentos ondulatórios realizados no abdômen durante a dança serviriam ao propósito de preparar as mulheres para os movimentos de contrações que ocorrem durante o parto. Outra função ritualística está relacionada ao misticismo envolto em seus movimentos.
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Por se tratar de uma dança de caráter sensual e com movimentos corporais que realçavam a natureza feminina, eles provavelmente eram usados em um período matriarcal, como forma de cultuar entidades místicas femininas, como a Deusa Mãe, Grande Deusa ou Mãe Cósmica.
Apesar da associação comum da dança do ventre com a cultura egípcia, o que se tem registro no Antigo Egito, na realidade, são movimentos semelhantes, porém de aspecto muito mais acrobático.
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Evolução da Dança do Ventre
Outro ponto importante consiste nas manifestações religiosas relacionadas à fertilidade, as quais na verdade estão ligadas à uma dança do ventre um pouco diferente da que conhecemos hoje. A dança vem naturalmente sofrendo modificações ao longo dos anos, recebendo nesse processo até mesmo a inclusão de movimentos oriundo do ballet clássico.
O formato que temos atualmente começou a tomar formas em meados de 1789 com a invasão de Napoleão Bonaparte ao Egito, ocasião na qual recebeu o atual nome ocidental de dança do ventre.
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Conheço os Estilos desta dança
Das duas principais castas encontradas pelas tropas de Napoleão na época, as Awalim e Ghawazee, somam-se atualmente basicamente quatro grandes escolas: a Norte-Americana, a Libanesa, a Egípcia e a Brasileira, cada uma com alguma peculiaridade em seus estilos.
A Norte-americana é marcada pela utilização de véus em profusão, por movimentos mais intensos com o quadril, deslocamentos amplamente elaborados com diversos elementos do Jazz e bom uso de mãos e braços. Já a Libanesa segue deslocamentos muito mais simplificados com shimmies mais amplos e informais.
A Egípcia, por sua vez, demostra um profundo domínio dos tremidos, deslocamentos simplificados de braços e adaptados do Ballet Clássico, assim como um uso mais sutil do quadril. A escola Brasileira, por fim, já procura reunir características de todos os estilos, possuindo um amplo repertório de movimentos com caráter mais bem-humorado.