Autocoaching: o que é e como montar seu próprio processo
Ninguém é perfeito, e todo mundo sabe disso. No entanto, o que você pode fazer para trabalhar aqueles pontos negativos que atrapalham e estacionam a sua vida? O autocoaching pode ser a resposta.
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O que é autocoaching?
Sabe quando você deita a cabeça no travesseiro e arrependimentos começam a invadir seus pensamentos, bombardeando a sua paz? Pois é, num aspecto mais construtivo, isso se chama autoconhecimento. Todo mundo passa por isso, mas é o modo como você lida com esses pensamentos que o torna uma pessoa melhor ou pior.
Ao contrário do que você possa estar imaginando, não estamos falando sobre aqueles momentos de autocrítica, julgamentos, auto sabotagem e outros tipos de confrontos com a realidade. Quando o assunto é autocoaching, a abordagem é outra.
Aqui o foco é ter consciência sobre a situação presente e abrir mão do piloto automático. É crescer diante dos aprendizados, é tomar decisões, é implementar mudanças positivas e estar alerta para as oportunidades de progresso.
Diante dessas indagações, muitas pessoas, especialmente aquelas mais focadas na carreira, buscam profissionais especializados em coaching como ferramentas para aprimorar qualidades, suprimir dificuldades e estabelecer estratégias e ações a fim de chegar a determinado resultado.
Ótimo! Em questão de duas a oito sessões, você terá em mãos todo o processo necessário para atingir seu objetivo. Mas, e depois disso?
Um coach não fica a vida toda ao lado de seu cliente. E justamente para que o processo de coach seja contínuo, o conceito de autocoaching é propagado. Ou seja, aqui o indivíduo realiza uma autoaplicação das ferramentas de coaching — as quais consistem grande parte em perguntas contundentes, que gerem reflexão — para que seja possível um desenvolvimento por toda a vida.
Mas aí você questiona: autocoaching é só conversar consigo mesmo? A resposta é não. Além de se questionar acerca de comportamentos versus resultados, o processo trata-se de uma reflexão estruturada, na qual os seguintes tópicos precisam ser preenchidos:
- Assumir responsabilidades e ter consciência da necessidade de mudar;
- Persistir até que resultados sejam obtidos;
- Questionar-se com perguntas desafiadoras;
- Ter uma regularidade em suas práticas de autocoaching;
- Utilizar as técnicas e ferramentas propostas.
Autocoaching é autoajuda?
Para muitas pessoas, autocoaching nada mais é que um nome bonito para designar autoajuda. No entanto, a prática vai muito além, uma vez que envolve técnicas multidisciplinares que levam o indivíduo a refletir e, posteriormente, agir com foco em seus objetivos de vida.
Aqui nós podemos até encontrar frases bonitas e motivadoras, mas se não houver treino e ação, nada acontece. Embora beba das mesmas fontes, coaching não é terapia, nem consultoria. E, ao contrário do que muitos possam imaginar, esse processo só faz com que a pessoa realize seus sonhos se ela colaborar para isso.
Não existe fórmula mágica, existe encontrar dentro de você aquilo que te motiva a seguir adiante e mudar a chave para atingir os resultados esperados.
A partir do momento em que você compreende seus valores e objetivos, é possível descobrir onde nasce a sua motivação, e o que você precisa fazer para acessá-la. E é a partir desse entendimento que a ação, o foco, o ânimo e a produtividade ganham força.
Quais são os benefícios do autocoaching?
A jornada do autocoaching é contínua, e em pouco tempo os primeiros resultados já podem ser observados. Por meio desse processo de autoconhecimento, muitas pessoas descobrem suas vocações, talentos, habilidades, e despertam um imenso poder que andava adormecido. Além das vantagens que já citamos por aqui a respeito dessa técnica, existem outros benefícios que podem ser alcançados, aprimorados e levados para a vida inteira. São alguns deles:
- Explora e fortalece a autoconfiança;
- Desenvolve novas habilidades;
- Identifica crenças limitantes;
- Maximiza o foco e a concentração;
- Promove clareza mental;
- Organiza ideias, sentimentos e pensamentos;
- Extrai o melhor do seu verdadeiro potencial;
- Aprimora sua gestão de tempo;
- Desenvolve e estabiliza sua inteligência emocional;
- Permite alcançar uma maior harmonia interior;
- Encoraja a tomada de decisões assertivas;
- Expande suas perspectivas de futuro;
- Facilita a administração dos desafios diários;
- Dentre tantos outros benefícios que se estendem a todas as áreas da vida.
Como fazer Autocoaching?
Assim como no processo de coaching, quando somos nós nossos próprios “treinadores”, o primeiro passo é sempre o autoconhecimento.
Quem sou eu? Essa é a grande pergunta que você precisa responder.
Providencie um caderno
Ainda que você adore usar seu celular para fazer anotações, e tenha aplicativos com essa finalidade, aposte no bom e velho papel a caneta para começar a esmiuçar o seu processo de autoconhecimento. Você precisará ter um lugar para exteriorizar sentimentos e pensamentos — até mesmo como um teste, se você está realmente pensando e sentindo em consonância com aquilo que deseja atingir.
Caso prefira deixar as coisas mais organizadas ao final do dia, passe todo o conteúdo a limpo em um documento de Word ou outra plataforma que preferir registrar o seu “diário”.
Faça perguntas e reflita sobre elas
Comece com o exercício mais simples, respondendo àquela questão que levantamos anteriormente: quem sou eu? Na hora de responder, não pense demais, apenas deixe que os pensamentos e sentimentos fluam naturalmente.
Depois de algumas horas, ou até mesmo um dia, releia as suas respostas e surpreenda-se. É muito provável que, a partir daí, você comece a identificar crenças limitantes e valores que você nem sabia que existiam. E é agora que o seu trabalho de reflexão começa.
Caso esteja curioso sobre esse processo de autoconhecimento envolvendo seus valores, pode ser bastante interessante fazer o teste “Barret Personal Values Assessment”, ou PVA, para ter uma clareza maior a respeito desse aspecto. O teste é gratuito e você pode encontrá-lo em português na internet.
A partir desse questionamento inicial, você pode migrar a outras perguntas mais específicas, mas que devem ser repetidas e refletidas diariamente para tirá-lo da zona de conforto. Veja alguns exemplos:
- Como eu estou me sentindo hoje?
- Qual o desafio mais importante do dia de hoje?
- Eu me sinto respeitado nas atividades que desempenho atualmente? (isso envolve tanto a vida pessoal quanto profissional)
- Eu me sinto valorizado nesses aspectos?
- Eu continuo aprendendo diariamente?
- Como eu avalio a qualidade emocional do meu dia?
- O que eu faço, está relacionado ao meu propósito de vida?
- Quais são as competências que eu preciso desenvolver?
- Quais recursos estão indisponíveis (internos ou externos) para aumentar meus resultados?
- O que está me limitando hoje?
- O que me impede de tentar?
Analise e defina ações
Diante desses questionamentos, e de um objetivo definido, você deverá começar a imaginar e descrever os detalhes a respeito, avaliando seu desempenho atual em cada aspecto.
Se, por exemplo, você chegou a conclusão que, para chegar no seu objetivo profissional você precisa aprimorar o inglês, então comece a listas as ações necessárias, como os cursos que deve buscar, as atividades diárias, o investimento e os treinamentos. Esse processo se aplica a qualquer outra área da sua vida.
Defina prazos e monitore
A partir do momento em que você estabelece o seu plano de ação, é necessário começar a definir prazos para que ele seja concretizado. Se a sua listagem de objetivos é extensa, divida-a por tópicos e prioridades (reflita se a solução de um dos itens não seria suficiente para atingir outros objetivos elencados).
No caso de objetivos de longo prazo, como mudar de país, por exemplo, não se desespere em querer resolver tudo “pra ontem”. Divida o processo em várias etapas, e assim você não só evita sofrer por antecipação, mas enxerga o progresso acontecendo de forma contínua.
Diariamente, consulte o seu caderno e questione-se novamente. Verifique se você está progredindo e se permanece engajado com seu objetivo final.
Clique Aqui: Perdoar a si mesmo é essencial – exercícios de autoperdão
Roda da Vida – um exercício de autoconhecimento
A Roda da Vida é uma poderosa técnica de coach, praticamente indispensável, que visa auxiliar em seus projetos pessoais. Segmentada em doze áreas (que podem ser personalizadas de acordo com as suas necessidades), essa ferramenta abrange questionamentos acerca da sua vida social, espiritualidade, família, trabalho, equilíbrio emocional, realização, finanças, relacionamento amoroso, dentre outras.
Apesar de ser amplamente utilizada em processos de coaching, você também pode fazer uso dela para aprimorar áreas deficientes ou problemáticas em sua vida. Essa é uma ferramenta simples, e pode ser facilmente encontrada online. Por meio de seu intuitivo layout, você automaticamente é questionado sobre como se sente.
Preenchendo a Roda da Vida
Essa roda, segmentada em áreas, possui numerações que vão de 0 a 10 em cada uma delas, e você provavelmente já sabe o que precisa fazer. Sim, numere seu nível de satisfação e prioridade.
Por exemplo, na categoria “trabalho”, avalie se isso é realmente o que você gostaria de estar fazendo, se aprecia seu ambiente de trabalho e se sente que está se desenvolvendo dia a dia. Se optou por listar a categoria “espiritualidade”, pense se você anda dedicando um tempo adequado a esse setor, se sente bem com suas ações ultimamente ou se anda se contradizendo em alguns aspectos.
Ao finalizar a classificação, ligue os pontos. O desenho final obtido na roda é um panorama do momento que você está vivendo.
Refletindo sobre o resultado
Depois que você chegar a um resultado visual, chega a hora de refletir e traçar um plano de ação com a finalidade de equilibrar seu nível de satisfação num futuro próximo.
Comece questionando se você se sentiu feliz com o resultado obtido, ou se gostaria que algo fosse diferente. Caso exista alguma área que você deseje melhorar ou equilibrar, marque o ponto desejado na roda com uma caneta de outra cor.
A partir dessa marcação, você dará início a um processo ainda mais intenso de autoconhecimento, e poderá aplicar os questionamentos que você aprendeu anteriormente. Pergunte-se sobre quais áreas são prioritárias, quais mais lhe afetam, e como. Não tenha medo de discorrer sobre o gráfico.
Com esse primeiro contato, já poderemos rever prioridades, criar novos projetos e traçar planos de ação, sempre com base na realidade e estabelecendo metas. Vá em frente, pois os resultados podem te surpreender.
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