Bruxa: o que é e o que faz?
A figura da bruxa é algo que permeia as artes, a religião e o imaginário das pessoas desde os tempos mais sombrios. A partir de uma conexão errônea com o termo italiano bruciare (queimar), que era muito utilizado durante a Inquisição, nasce a ideia de que se condenavam mulheres porque seus atos estavam relacionados ao fato de ela ser uma bruxa.
Desde então, o termo “bruxa” é sempre associado a uma figura grotesca, muito velha, com uma verruga enorme no nariz (que é ainda mais feio) e que se diverte dando gargalhadas horrendas enquanto faz suas maldades relacionadas à Magia Negra. Contudo, as bruxas, que em verdade nada se assemelham a essa ideia, querem modificar o pensamento das pessoas quanto a quem são e o que de fato fazem. E então, você imagina o que é de verdade uma bruxa e o que ela faz?
Bruxas x Inquisição
Desde a Idade Média as bruxas são ligadas a pensamentos demoníacos, feitiços e ações do mal. Durante a Inquisição, a Igreja Católica declarou perseguição e morte em fogueiras feitas nas praças públicas a inúmeras mulheres que eram ligadas a algum culto de bruxaria ou mesmo a medicina alternativa, o caso, por exemplo, da guerrilheira francesa Joana d’Arc (julgada como bruxa também por ser ruiva, característica essa que acreditava-se estar ligada a algo diabólico, já que seriam “cabelos de fogo”, imagem muito reforçada pelas figuras de Judas, Seth, Maria Madalena, Caim, Lilith etc.). Nasce então a disseminada ideia da “caça às bruxas”, fazendo com que a maioria delas tivesse que viver escondida para evitar os castigos cruéis que lhes eram direcionados.
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E hoje, como vive uma bruxa?
Felizmente essa situação foi bastante aplacada com a descentralização do poder religioso, além da expansão cultural de figuras cinematográficas como Harry Potter, por exemplo, contrariando a fama marcada até então por bruxas com características sombrias. Entretanto, quando isso ultrapassa a ficção, ainda nos deparamos com casos horrendos de morte a pessoas que são julgadas por terem ligação com outras crenças ou atividades ditas “satânicas”. Por isso, o grande desafio ao longo de todos esses séculos tem sido o de desmistificar o que envolve o termo “bruxa”, que no fundo são pessoas como todos nós, que têm família, estudam, trabalham, têm uma vida social, dificuldades, tristezas, medos e que apenas optam por práticas que ainda desconhecemos ou ignoramos, como energias e elementos da natureza que são usados de forma benéfica e até para cura, seja ela física ou espiritual.
As bruxas refletem sua vida em ligação à terra, às forças da natureza, aos animais, às estações do ano, às mudanças da lua, à regência dos planetas, aos alimentos e tendem a ver sua vida, corpo e alma como elementos sagrados. Assim como é muito positivo deixar claro que a elas não está ligado o culto com sacrifícios humanos nem de animais, pactos diabólicos, renúncia a Deus, forças sobrenaturais, crimes, assassinatos e uso de crianças para atos cruéis
Agora que o termo e toda a sua origem ficaram claros, fica ainda mais fácil de entender tudo o que circunda esse universo e porque até a data comemorativa, 31 de outubro, carrega tanto mistério: mais uma vez as lendas apareceram e acredita-se que neste dia fatídico um elo entre vivos e mortos estaria comprometido, o que daria liberdade às almas para vagarem e se apossarem de outros corpos.
Assim, as pessoas encontraram no uso de fantasias uma boa maneira de se proteger desse risco. Verdade ou não, a tradição surgiu há centenas de anos e ainda permanece viva, ao menos como um traço não apenas cultural, mas de maior compreensão ao que envolve o lado místico da vida das bruxas.
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