O que é o candomblé? Entenda suas origens e princípios
Atualmente, com a grande aceitação da diversidade religiosa e do intercâmbio de doutrinas e figuras, o candomblé encontra seu espaço entre as muitas crenças ocidentais. Com suas origens no continente africano, o candomblé foi trazido ao Brasil junto aos escravos, os quais desembarcaram em terras tupiniquins logo após o descobrimento.
O que é o candomblé?
Religião afro-brasileira baseada no culto aos antepassados, o candomblé consiste, basicamente, na homenagem e culto à divindades e encarnações de forças naturais buscando, em seus rituais, trabalhar as questões terrenas, responsáveis pela felicidade dos seres, bem como a preservação do meio como um todo. Com seus rituais tradicionalmente realizados em locais chamados de casas, roças ou terreiros – como ficaram mais conhecidos -, estes funcionam como uma espécie de templo para a prática religiosa. Tal tempo pode ser regido em duas linhas mais comuns, a Matriarcal ou Patriarcal, limitando sua liderança apenas a indivíduos do sexo masculino ou feminino; templos mistos também podem ser aceitos na crença, ainda que a prática seja menos comum.
A realização dos rituais feitos no terreiro é conduzida pela Mãe de Santo ou pelo Pai de Santo, que são os líderes do terreiro e responsáveis pelo “despacho do Exu”. Toda cerimônia é realizada com músicas tocadas em tambores em um ritmo de dança, com duração superior a 2 horas. Entre os princípios do candomblé, o respeito à vida e a preservação da felicidade dos seres da natureza (o que inclui os humanos) está entre seus maiores objetivos, visando proporcionar o equilíbrio do meio para que todos possam ser felizes em sua plenitude.
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Candomblé e a Igreja Católica
Durante muito tempo a prática do candomblé foi marginalizada, já que nesse período a igreja católica, detentora do apoio do governo, proibia diversos rituais fora do círculo católico – inclusive o africano -, considerando sua prática um ato criminoso. Isso fez com que os escravos louvassem suas entidades, como Orixás, Inquices e Vodus secretamente, ocultando-os em santos do catolicismo, dando origem a diversas similaridades entre as crenças na atualidade. Como exemplo, Ogum tem sua associação direta a São Jorge e Iemanjá, a Virgem Maria.
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Candomblé e Umbanda
Algo muito comum é que exista uma confusão entre o candomblé e a umbanda, onde uma das poucas semelhanças é o fato de ambas serem rejeitadas pela igreja católica. No entanto, é preciso compreender que existem diferenças fundamentais entre as duas.
Antes de mais nada, é preciso dizer que o candomblé tem suas origens dentro do continente africano; já a umbanda, até o momento é dita como uma religião de origem brasileira, surgindo oficialmente por volta de 100 na região do Rio de Janeiro, como uma mistura do próprio candomblé com religiões como o catolicismo, kardecismo, budismo e o islamismo.
Tanto a umbanda quando o candomblé possuem seus orixás, que são as divindades de cada crença. Entretanto, enquanto na umbanda acontecem incorporações de espíritos, sendo eles encarnados ou desencarnados através de pessoas denominadas médiuns, no candomblé isso não acontece. Nesta prática não ocorre a incorporação de espíritos, pois seus Orixás incorporados são vistos como divindades da natureza.
Ainda sobre as entidades, no candomblé o culto é direcionado aos Orixás como deuses e não espíritos. Nele, os cânticos entoados nos rituais são feitos em línguas africanas (ioruba ou banto), de acordo com a origem do terreiro. Nos cultos de umbanda, os cânticos são todos em português.
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