As causas espirituais do Alzheimer: muito além do cérebro
Esse texto foi escrito com todo o cuidado e carinho por um autor convidado. O conteúdo é da sua responsabilidade, não refletindo, necessariamente, a opinião do WeMystic Brasil.
“A doença de Alzheimer é a ladra mais inteligente, porque ela não apenas rouba de você, mas rouba exatamente o que você precisa para se lembrar do que foi roubado”
O Mal de Alzheimer é uma doença terrível. Só quem já encarou esse monstro de frente sabe o quão terrível é essa enfermidade e o desequilíbrio emocional que ela causa nos familiares. E disso eu posso falar com muita propriedade: eu, como autora desse artigo, perdi meu pai e também a minha avó materna para as complicações de saúde que essa doença traz. Vi esse monstro de perto e conheci sua pior face. E infelizmente o Alzheimer só aumenta o número de vítimas e ainda não existe uma cura, apenas medicamentos que controlam por um tempo a evolução dos sintomas.
É realmente muito triste. Muito. Diria, sem dúvida, que os dez anos em que o meu pai apresentou os sintomas da doença foram os piores anos da minha vida. Em qualquer outra enfermidade, por mais terrível que ela seja, existe uma certa dignidade na luta pela saúde e, muitas vezes, uma chance de cura. Com o câncer, por exemplo, o paciente sabe contra o que está lutando e pode ou não vencer a batalha. Mas com o Alzheimer é diferente. Ele leva o que você tem de mais importante, algo talvez ainda mais valioso que a saúde: você. Ele leva embora suas memórias, apaga os rostos conhecidos e faz você esquecer da sua família e da sua história. Os mortos antigos voltam à vida e os vivos são, aos poucos, esquecidos. Esse é o ponto mais horrível da doença, quando você vê que o seu familiar tão amado esquece quem é você. Eles também esquecem como viver, como comer, como tomar banho, como caminhar. Ficam agressivos, têm delírios e não sabem mais identificar o que é real e o que não é. Vão virando crianças e se encerram por completo dentro de si mesmos, até que não resta mais nada.
E, como sabemos que todas as doenças físicas possuem uma causa espiritual, quais serão os motivos que levam alguém a adoecer de tal maneira a ponto de deixar de existir em vida? Se você passa ou passou por isso, leia o artigo até o final e entenda quais as possíveis causas espirituais do Alzheimer.
Alzheimer segundo o Espiritismo
O espiritismo quase sempre oferece explicações cármicas para boa parte das doenças, mas em alguns casos fica claro que certas enfermidades têm origem orgânica ou no próprio padrão vibratório da pessoa. Através de estudos e conhecimento médico passado através de médiuns, o espiritismo considera que o Alzheimer pode ter origem em conflitos do espírito. Uma somatização de questões mal resolvidas durante a vida que causam alterações biológicas. No livro “Nos Domínios da Mediunidade”, psicografado por Chico Xavier, André Luiz explica que “assim como o corpo físico pode ingerir alimentos venenosos que lhe intoxicam os tecidos, também o organismo perispiritual absorve elementos que lhe degradam, com reflexos sobre as células materiais”. Dentro desse raciocínio, a doutrina espírita apresenta duas prováveis causas para o desenvolvimento do Mal de Alzheimer:
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Obsessão
Infelizmente os processos de obsessão espiritual fazem parte da encarnação. Sejam inimigos espirituais antigos, de outras vidas, ou espíritos de baixa evolução que atraímos para perto em função da vibração que emanamos, o fato é que quase todas as pessoas são acompanhadas por um obsessor. Muitas dessas pessoas tem a sorte de ter algum contato com o assunto e buscar ajuda, mas aquelas que passam a vida desligadas da espiritualidade e sequer acreditam nos espíritos têm muita chance de carregar um processo obsessivo durante toda a vida. E é aí que entra o Alzheimer, quando a relação entre um encarnado e um obsessor é intensa e prolongada. Como fruto dessa relação temos alterações orgânicas especialmente no cérebro, o órgão do corpo físico mais próximo da consciência espiritual e que, por isso, seria a estrutura material mais prejudicada pelas vibrações espirituais. Quando somos bombardeados por pensamentos e induções doentias, a matéria reflete essas vibrações e pode ser alterada de acordo com elas.
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Auto-obsessão
Na auto-obsessão o processo é semelhante ao que acontece quando existe a influência de um espírito denso que perturba o encarnado. Porém, nesse caso o obsessor é a própria pessoa e seu padrão de pensamentos e emoções. Segundo a doutrina, esta parece ser uma das principais causas espirituais do Alzheimer. A auto-obsessão é um processo nocivo, muito comum em pessoas com rigidez de caráter, introspectivas, egocêntricas e portadoras de sentimentos densos como o desejo de vingança, o orgulho e a vaidade.
Como o espírito é contrário a tais sentimos, o chamado da missão da encarnação fala muito alto e inicia um processo de culpa, que raramente é racionalizado e identificado pela pessoa. Até porque sua vaidade e egocentrismo impedem que ela reconheça que algo não vai bem e que ela precisa de ajuda. O espírito é chamado a ajustes com a própria consciência, necessitando de isolamento e esquecimento temporário de suas ações pretéritas. E pronto, se instaura o processo demencial do Alzheimer.
Vale lembrar que a auto-obsessão nos coloca em uma frequência tão destrutiva que fatalmente espíritos que se afinizam com essa energia serão atraídos para perto de nós. Então, é bem comum que um portador de Alzheimer se encaixe nas duas situações, tendo a si mesmo como algoz e também sendo vítima da influência negativa de espíritos doentios. E, como esse processo leva anos e anos até que cause os estragos físicos que vemos na doença, faz sentido que o Alzheimer seja uma doença tão comum na fase senil.
O Alzheimer é uma rejeição à vida
A explicação espírita pode ser ainda mais aprofundada. Louise Hay e outros terapeutas colocam o Alzheimer como uma rejeição à vida. Não ao desejo de viver, mas sim uma não aceitação dos fatos como ocorreram, sejam os que podemos controlar ou aquilo que nos acontece e que nos foge ao controle. Tristeza após tristeza, dificuldade depois de dificuldade e a pessoa vai tendo cada vez mais um sentimento de aprisionamento, uma vontade de “ir embora”. Angústias e tormentos psíquicos que duram uma vida inteira, muitas vezes com origem em outras existências, sucumbirão no final da vida física traduzidos em doenças.
O portador de Alzheimer provavelmente possui uma incapacidade de encarar a vida como ela é, de aceitar os fatos como são. Grandes perdas, traumas e frustrações são os grandes responsáveis por fazer crescer essa vontade de não mais existir. Tão forte é esse desejo, que o corpo físico responde a ele e acaba por atender a essa vontade. O cérebro começa a se deteriorar de maneira irreversível e o final é um corpo vazio, que vive e respira sem que uma consciência esteja realmente ali. Nesse caso, a palavra consciência tem uma conotação ainda mais importante do que a espiritual, pois, o espírito (que conhecemos também por consciência) está ali, mas a pessoa perde a consciência de si, do mundo e de toda sua história. A coisa chega a tal ponto que os espelhos devem ser retirados do alcance de um portador de Alzheimer, pois, não raro, eles olham no espelho e não reconhecem sua própria imagem. Eles esquecem o nome, esquecem sua história.
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A importância do amor
No Alzheimer, nada tem mais importância do que o amor. Ele é a única ferramenta possível contra essa doença tão terrível, e é através dele que a família consegue se reunir em torno do portador e enfrentar os períodos de enorme tristeza que vem pela frente. A paciência também anda de mãos dadas com o amor, pois, é impressionante a quantidade de vezes que um portador pode repetir a mesma pergunta e você terá que responder com todo seu coração.
“O amor é paciente, o amor é bondoso. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca perece”
E nada é por acaso. Não pense que o carma do Alzheimer se limita somente ao portador. Não não. Uma família nunca é acometida por essa doença sem que existam débitos que justifiquem as mudanças drásticas que a doença traz. Ela é, sem dúvida, uma grande chance de aperfeiçoamento espiritual para todos os envolvidos, já que essa é uma doença que devasta especialmente quem está em volta. Um portador de Alzheimer exige vigilância e atenção 100% do tempo, como uma criança de 1 ano que acabou de aprender a andar. A casa deve ser adaptada, exatamente como fazemos para os bebês tapando tomadas e protegendo quinas. Só que, neste caso, retiramos os espelhos, instalamos barras de apoio nas paredes e no banheiro, escondemos as chaves das portas e limitamos o acesso quando há escadas. Compramos toneladas de fraldas para adultos. A cozinha também se torna área proibida, especialmente o fogão, que vira uma arma letal no comando de um portador de Alzheimer. Todos se envolvem no tratamento e só o amor consegue ser o pilar capaz de sustentar tanto trabalho e tanta tristeza em ver a pessoa que você ama acabar aos poucos.
“Cuidadores de Alzheimer andam na maior, mais rápida e assustadora montanha-russa emocional todos os dias”
Os familiares que estão novamente reunidos para resgatar débitos contraídos entre si enfrentam provações dolorosas com a doença, porém reparadoras. Quase sempre o cuidador sofre muito mais que o portador… Porém, aquele que hoje cuida, ontem pode ter sido um algoz que agora reajusta sua conduta. E como isso acontece? Adivinhem… O amor. O outro fica tão necessitado de cuidados que o amor acaba brotando, mesmo quando não existia antes. Nem mesmo os cuidadores terceirizados escapam dos efeitos evolutivos do Alzheimer, pois, nos casos em que o cuidado é terceirizado, o ensejo é de exercitar a paciência, desenvolver a compaixão e o amor ao próximo. Mesmo para quem não tem relação familiar com o portador, é muito difícil cuidar de alguém com Alzheimer.
O Alzheimer tem algo de bom?
Se tudo tem dois lados, isso também serve para o Alzheimer. O lado bom? O portador não sofre. Não há dor física, nem mesmo a aflição causada pela consciência de que existe uma doença e que a vida está mais próxima do fim. Quem tem Alzheimer não sabe que tem Alzheimer. De resto, é só inferno.
“Nada pode destruir os laços do coração. Eles são ETERNOS”
Ainda falando e amor, foi através da evolução do Alzheimer do meu pai que tive a certeza de que o cérebro não representa nada e que os laços de amor que estabelecemos na vida nem mesmo uma doença como o Alzheimer consegue destruir. Isso porque o amor sobrevive à morte e não depende do cérebro para existir. Nosso corpo precisa dele, mas não o nosso espírito. Meu pai mesmo sem saber quem eu era, mudava a expressão do rosto quando me via, mesmo nos momentos finais quando já estava internado no hospital. A porta do quarto era constantemente aberta pelo entra e sai de médicos, enfermeiras, visitas e faxineiras. E lá estava ele, perdido em si mesmo, totalmente ausente e sem nenhuma reação. Mas, quando a porta abria e era eu quem entrava, ele sorria com os olhos e estendia a mão para eu beijar. Me puxava para perto e queria beijar meu rosto. Ele me olhava feliz. Uma vez, juro que vi uma lágrima escorrer por seu rosto. Ele ainda estava ali, mesmo sem estar. Ele sabia que eu era especial e que ele me amava, mesmo sem saber quem eu era. E o mesmo acontecia quando era a minha mãe quem ele via. O cérebro fica com buracos, mas nem eles conseguem destruir os laços eternos do amor, uma prova cabal de que a consciência não está no cérebro. Nós não somos o nosso cérebro. O Alzheimer tira tudo, mas o amor é tão forte que nem o Alzheimer pode com ele.
Meu pai foi o grande amor da minha vida. Pena que se foi sem saber disso.
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