Quando chega a hora de colher os frutos das minhas ações?
Colhemos aquilo que plantamos. Certo? É impossível plantar bananas e querer colher laranjas. Tudo aquilo que fazemos reverbera no universo e o retorno que recebemos é parte da inteligência divina que rege a existência. Por isso, nunca devemos pensar que existem castigos ou punições, mesmo que estejamos colhendo frutos de atos realizados em vidas passadas e que, por isso, não conseguimos uma explicação lógica fácil nesta vida para tudo o que nos acontece. E viver pode ser bem difícil.
Tudo que nos acontece na vida é uma colheita, e a prova disso é o aprendizado que se esconde em cada situação difícil que enfrentamos. Quando olhamos por este prisma, conseguimos extrair da colheita que nos surge o máximo possível, de maneira mais inteligente, pois conseguimos transcender a revolta, o vitimismo e enfrentar de peito aberto os desafios e retirar deles as bênçãos em forma de aprendizado que eles ocultam.
Mas será que esse retorno tem uma hora marcada?
A ressurreição da carne
Segundo a lógica católica, por exemplo, após a nossa morte permanecemos adormecidos. Não vamos para lugar algum, apenas ficamos “dormindo”, até que o fim dos tempos e o julgamento final que ele carrega possa nos libertar da inconsciência, em direção à vida eterna ao lado do pai. Desse modo, todas as nossas ações se resumem a uma única vida e tudo que nos acontece é “pela vontade divina”, sem ter uma explicação mais lógica e racional como a que a ideia de reencarnação nos proporciona. Temos uma única vida e uma única morte, e nessa chance singular é que podemos passar ou reprovado no teste divino.
“Deus nos fez o menos possível, para que nós nos fizéssemos o mais possível”
Quando Deus decidir colocar um fim à vida na Terra, as trombetas do apocalipse soarão e julgamento iniciará. Passaremos pelo mesmo processo de ressurreição que Jesus passou, sendo elevados aos céus em carne e osso. Ou também o inferno pode ser nosso destino, e o purgatório servirá para aqueles que ficarem no meio-termo e precisarem expurgar seus pecados.
Nesse sentido, a colheita de nossos atos ocorrerá uma única vez. Eu, apesar de nascida em berço católico, não simpatizo muito com essa ideia. Uma única chance é muito pouco para a infinitude e dimensão da inteligência divina e o amor incondicional que ele derrama sobre nós. Essa noção também não dá sentido à todas as desigualdades do mundo, injustiças, mortes prematuras e doenças terríveis que acometem crianças por exemplo. Se não vivemos outras vidas e, nesta atual, colhemos os frutos de nossas ações, que karma pode ter uma criança, do alto de sua inocência, para sofrer as adversidades de doenças tão horríveis quanto as que existem na Terra? Só o câncer já é medonho o suficiente, mas a nossa cabeça pode explodir quando nos deparamos com a diversidade quase sem fim de doenças pavorosas e aterrorizantes que existem. Simplesmente não faz sentido um Deus que escolhe uns para dar tudo e outros para inflingir apenas a dor.
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A colheita é constante
Só o retorno sobre as nossas ações é que podem dar um sentido mais ético e metafísico ao mundo, fazendo dele um lugar não de sofrimento, mas de aprendizado. Nosso livre-arbítrio é o mecanismo divino que proporciona esse crescimento: é exatamente por causa da capacidade que temos de raciocinar e discernir o certo do errado, é que o homem é resultado de si mesmo na medida em que o passado repercute no presente. Cada ser colhe de acordo com o que plantou, de forma universal. Essa lei que não discrimina e nem protege ninguém, é também conhecida como Lei de Causa e Efeito ou Lei do Retorno, um dos princípios fundamentais do espiritismo.
“A semeadura é livre, a colheita é obrigatória”
É através das escolhas que são feitas no hoje que tecemos e construímos as consequências. E elas tanto podem vir nessa vida, com uma rapidez espantosa, quanto podem ficar de débitos para vidas futuras. Por isso, renascemos. Não só como uma forma de vivenciar uma nova oportunidade de crescimento e aprimoramento, como também um meio para resgatarmos os débitos de ações negativas que prejudicam outros. É a justiça e a melhor forma de aprendermos.
Por isso, a colheita não tem hora. Ela é uma constante em nossas vidas. A ideia de que o mundo gira é muito próxima da verdade e do mecanismo que rege o mundo. E a melhor parte é que colhemos também o amor que plantamos. Tudo de bom que fazemos, especialmente pelos outros, retorna para nós. Se ajudamos alguém num momento de aflição, encontramos em nosso caminho almas que também vão nos ajudar quando precisarmos. Se defendemos alguém em situação de opressão, certamente seremos defendidos. Se promovemos a justiça e nos pronunciamos frente a uma situação injusta, provavelmente não seremos negligenciados por atitudes injustas.
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Transição Planetária: aceleração do processo de retorno
Se pensarmos a colheita aos olhos da Transição Planetária, podemos dizer que chegou a hora da colheita. Não que antes ela não fosse uma constante da vida humana, mas ocorre que a transição pela qual estamos passando está acelerando ainda mais este processo. O tempo para o despertar espiritual está favorecido, e tudo que vem junto com ele, acelerado. E com a Lei da Causa e Efeito podemos testemunhar essa aceleração de forma ainda mais intensa, basta observar. Parece que “bateu aqui, tomou ali” é uma verdade como nunca antes. Como a nossa capacidade reflexiva também está mais ativa, conseguimos perceber quando recebemos de volta do universo algo que fizemos.
“Não julgue cada dia pela colheita que você obtém, mas pelas sementes que você planta”
Estamos ficando sem tempo. Isso não significa que o fim dos tempos se aproxima, pois isso não sabemos; essa informação não está acessível aos mortais. Mesmo que existam tantos médiuns prometendo um fim trágico e apocalíptico, ninguém pode saber ao certo o que irá acontecer e qual é o destino da humanidade. Eu suponho que esse fim que estamos esperando seja mais energético do que físico, embora eu não descarte um apocalipse nuclear. Deus é um ser de possibilidades infinitas, e, por isso, não acredito que, mesmo a humanidade merecendo um final trágico, ele vá nos enviar tanto sofrimento. Porém, o nosso livre-arbítrio garante essa possibilidade, a medida que nos armamos nuclearmente da forma que nos encontramos hoje. E as tensões entre as nações cresce a cada dia, somada ao fato de que, quanto mais o planeta se afunda nesse sistema capitalista e cresce a população da Terra, mais os recursos vão se tornar escassos, o que é um grande estopim para qualquer guerra. Nesse sentido, o fim da raça humana está muito mais ligado às escolhas que fazemos do que com uma punição divina.
É hora de avaliarmos o que temos plantado e a qualidade das sementes que semeamos. Devemos priorizar as sementes do bem, do amor incondicional, da fraternidade, empatia, tolerância, solidariedade, desapego, perdão e gratidão. São essas as palavras que devem guiar as nossas ações, para que possamos ajudar não somente a nós, mas, através do nosso exemplo, auxiliar na elevação da energia do planeta. Pois é disso que trata a Transição Planetária e a oportunidade da existência na matéria, que recebemos como um presente divino para o aprimoramento do espírito. Sejamos mais rigorosos com nossas ações, para colhermos em retorno o amor e um planeta mais saudável. Nossa felicidade depende da consciência com a qual semeamos e quanto à isso não restam dúvidas.
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