Como tratar ovários policísticos com Ayurveda
Há algumas gerações, dificilmente você ouvia falar sobre condições como a dos ovários policísticos. Entretanto, hoje em dia a questão tomou proporções épicas, diagnosticada em garotas que mal completaram seus 18 anos. Parece até coisa do mundo moderno. E é – pelo menos é o que afirmam os especialistas em Ayurveda.
O que diz a Ayurveda sobre casos de ovários policísticos
Na Ayurveda, diz-se que os três pilares para que o indivíduo tenha uma boa saúde são divididos em Aaharam, Nidra e Brahmacharya – traduzidos como comida, sono e sexo. Quanto mais equilibrados esses três aspectos estiverem em sua vida, melhor estará definida e sua condição de saúde.
Nos últimos tempos, comidas processadas, lanches rápidos, comer novamente antes que a refeição anterior tenha sido digerida, bebidas frias,… todos esses elementos presentes no nosso cotidiano têm contribuído para que o mandagni, ou fogo digestivo, funcione de maneira muito pouco eficiente.
Portanto, uma vez que a comida ingerida não é corretamente digerida, isso leva a uma produção de ama, também conhecido como toxinas. As consequências levam a uma ruptura no equilíbrio hormonal do indivíduo – no caso que tratamos aqui, das mulheres. Uma vez que há uma interrupção nesse equilíbrio dos hormônios, uma série de consequências preocupantes se dá início.
As consequências do desequilíbrio
De condições como a dos ovários policísticos até o desenvolvimento de diversos tipos de câncer, todo tipo de doença pode se manifestar naquele que não segue bons hábitos alimentares.
Milhões de reais são gastos em pesquisas para encontrar as causas do câncer enquanto a resposta se vê presente em muitos dos textos antigos da Ayurveda. Se você não come direito, não espere ter uma vida saudável.
Pessoas que viajam muito a trabalho ou mesmo profissionais que precisam enfrentar turnos da noite frequentemente se perguntam por que estão sempre atormentados por tantas doenças. Uma afirmação é absoluta: se você não respeita os ritmos circadianos, problemas de saúde haverão de te seguir.
A cura
Uma vez que os ovários policísticos podem ser tratados com Ayurveda, a discussão sobre a disponibilidade de cura para esse problema é garantida. Principalmente se levarmos em consideração que a cura pela alopatia costuma ser pior que a própria doença, devido a efeitos colaterais.
Com toda certeza, a prevenção é melhor que a cura. Ovários policísticos consistem em uma doença causada por desequilíbrios hormonais, os quais podem levar a condições como amenorreia (ausência de fluxo menstrual), ganho de peso e crescimento anormal dos pelos faciais e corporais.
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Remédios ayurvédicos
A Ayurveda indica dois medicamentos muito comuns para o tratamento dos ovários policísticos e amenorreia. São eles o Ashoka Vati e o Raja Pravartini Vati.
A Ashoka Vati é direcionada ao tratamento de casos de dismenorreia e amenorreia. Contém casca da árvore Ashoka (uma das espécies mais antigas e sagradas da fé hindu) e vitriol verde (um tipo de sulfato de ferro). Costuma ser administrada em conjunto com Ashokaarishta.
Já o Raja Pravartini Vati precisa ter acompanhamento de um vaidyar (médico), pois esta é uma droga extremamente ushna veerya. Ou seja, apresenta a potência máxima que um medicamente ayurvédico pode alcançar.
Essa medicação é utilizada para o tratamento ayurvédico de sangramento escasso e amenorreia. O Raja Pravartini Vati é composto por aloe vera, vitriol verde purificado, bórax (borato de sódio) e asafoetida (uma espécie de planta do gênero Ferula). A combinação é muito efetiva para restabilizar o ciclo menstrual.
Temos ainda uma terceira droga, a qual costumava estar disponível nos tratamentos da Ayurveda, mas hoje já não é mais tão encontrada. Falamos, portanto, da Lodhra. Esse é um medicamente antigo, utilizado para problemas ginecológicos comuns – da menarca a menopausa.
Lodhra consiste em uma combinação dos seguintes ingredientes: symplocos racemosa (Lodhra), saraca indica (Ashoka), glycyrrhiza glabra (Yashtimadhu), acácia catechu (Kadhira), mangifera indica (Amra), woodfordia floribunda (Dhataki), laccifer lacca (Laksha), bombax malabaricum (Salmali), rubia cordifolia (Manjishta), santalum album (Chandanam), curculigo orchioides (Musli), tribulus terrestris (Gokshura), andropogon muricatus (Usheera), toona ciliata (Toona), terminalia arjuna (Arjuna), fícus racemosa (Udumbara), holarrhena antidysentrica (Kutaja), terminalia chebula (Haritaki) e cyperus rotundus (Mushta). Todos esses ingredientes são misturados em uma base de xarope.
A Lodhra é um medicamento muito potente e leva em sua composição ervas muito eficientes para seu propósito. O xarope de Lodhra é muito fácil de ser administrado também. Basta ingerir 10 ml do líquido diluído em mesma quantia de água duas vezes ao dia, antes das principais refeições.
Antes do período da puberdade, a dose é de 5 ml com igual quantidade de água antes das refeições. Entretanto, nessa idade a prevenção de problemas futuros é bem mais fácil, cuidando para que a criança ou pré-adolescente mantenha-se com o Aaharam (alimentação) e o Viharam (atividades físicas) em equilíbrio.
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