Esqueça o que aprendeu sobre sucesso: foque na realização
Quem não quer alcançar o sucesso? Quem nunca se pegou pensando ocupar uma posição de destaque social, seja através da carreira ou da fama? Em tempos modernos onde as novas celebridades são influenciadores digitais, vemos como a fama, o dinheiro e o sucesso seduzem as massas. Não que no passado tenha sido diferente, mas é evidente que hoje esses valores estão escandalizados pelas redes sociais. Angaria-se milhões de seguidores e contratos em publicidade mostrando a rotina de vida, compras, produtos de beleza, viagens e tours pelo apartamento novo decorado. Vlogar a futilidade virou uma febre e a atenção que esse tipo de exposição recebe é estrondosa.
“Felicidade é a certeza de que a nossa vida não está se passando inutilmente”
Está implícito em chegar lá o acúmulo material, passeios exclusivos, carro do ano, roupas de marca, celular de última geração e uma bela casa, de preferência com varanda gourmet. E não há nada de errado com essas coisas e muitas delas são mesmo bacanas, como viagens, por exemplo. Melhor investimento que fazemos são as viagens, pois, além do prazer de passear em lugares diferentes, visitar certos lugares nos traz muita cultura e conhecimento. Viajar é uma delícia e custa caro, o que significa que somente quem possui um certo nível econômico consegue desfrutar desse luxo com regularidade.
Mas, você já pensou sobre a relação entre o sucesso e a realização?
Nossa ideia de sucesso está errada
Como vimos, infelizmente a nossa noção de sucesso é incompleta e baseada em conquistas materiais. Costumamos atrelar o sucesso ao que é material, mas às vezes o preço que pagamos por isso é justamente o que destrói a nossa felicidade. Corremos atrás do êxito a qualquer custo, sacrificando por tantas vezes o que temos de mais precioso: tempo, família, saúde e nossos verdadeiros desejos.
Quem não conhece alguém como dons artísticos, por exemplo, mas que sufocou essa vocação em nome de uma carreira que dê melhor retorno financeiro? Ou aquele profissional que não viu o filho crescer porque priorizou a empresa? Há que se ter equilíbrio, pois, tudo que é em excesso vai causar instabilidade.
“O homem. Porque ele sacrifica sua saúde, a fim de ganhar dinheiro. Em seguida, sacrifica o dinheiro para recuperar sua saúde. E então está tão ansioso sobre o futuro que não desfruta o presente; o resultado é que ele não vive nem no presente nem no futuro; ele vive como se nunca fosse morrer, e depois morre sem nunca ter realmente vivido.”
Na infância, os valores e o que nos faz feliz são coisas muito simples, como, por exemplo, estar com nossos pais, correr, comer algo que gostamos muito, descobrir um esconderijo novo… Brincar. E não é a toa que a maior parte das pessoas sente a que infância foi a fase mais feliz e mágica da vida. No entanto, à medida que crescemos a sociedade vai nos minguando a liberdade e impondo seus conceitos e urgências, restringindo a nossa liberdade e nos enchendo de responsabilidades. Nos vemos obrigados a dedicar cada vez mais tempo a atividades que não nos agradam tanto e o tempo que nos resta para realizar coisas que nos fazem felizes reduz drasticamente. Entramos no círculo vicioso da perseguição da felicidade e do sucesso, que parecem estar sempre um passo à frente. Já reparou como a felicidade reside sempre no próximo nível? Primeiro, desejamos sair do primário, pois, nos maravilhamos com a liberdade que existe no ginásio. Depois, somos induzidos a pensar que a felicidade chegará com a maioridade e nos é dito que a vida começa mesmo na universidade. Quando nos formamos, ouvimos que a felicidade só será possível quando arrumarmos determinado emprego, e, depois disso, quando casarmos. Mas ainda não está bom. Após casar, é preciso ter filhos e então ser promovido, para atingir o próximo level na carreira. Depois, essa felicidade é jogada para a aposentadoria, onde a sensação de dever cumprido e o dinheiro recebido todos os meses poderá nos fazer felizes, pois finalmente teremos tempo para nos realizar. E então, num piscar de olhos, a morte chega e talvez tenhamos perdido a nossa vida perseguindo um sucesso e uma felicidade que nunca chegaram.
Eliminamos a ligação com nosso “eu” mais profundo, negligenciamos nossa felicidade e passamos a cumprir com objetivos ditados pelo senso comum. Como resultado, trabalhamos cada vez mais, independente de gostarmos ou não desse trabalho, fazendo com que cada dia seja uma tortura e gerando um mal-estar psicológico e físico. Não é estranho que com o passar dos anos, nossa saúde tanto mental quanto física termine doente e sejamos obrigados a usar o dinheiro que conquistamos para tentar recuperar a saúde.
Será que essa noção de sucesso vale a mesmo a pena?
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A realização é o caminho da felicidade
Se pensarmos o sucesso como realização pessoal, certamente vamos escapar desse ciclo interminável que a sociedade nos impõem. O grande filósofo grego Aristóteles definiu o sucesso como “alcançar a felicidade”. E sobre felicidade, ele próprio afirmou que trata-se de “ter algo o que fazer, ter algo que amar e algo que esperar”. Poderíamos dizer que o sucesso está relacionado às escolhas que alguém faz buscando realizar algo que ama. E nem sempre esse objetivo que faz o coração bater mais forte está diretamente relacionado com dinheiro, destaque e ascensão em carreiras tradicionais.
Na verdade, não há nada de errado em almejar o crescimento profissional, querer adquirir uma casa melhor e certo conforto. Não existem regras, essa que é a verdade. Há quem se realize dessa forma e pague o preço desse escolha, pois, todos os caminhos tem seu amor e sua dor. Afinal, estamos no umbral. Mas não devemos nunca esquecer que essas são as imposições padrão, são normas ditadas pela sociedade e com as quais estamos acostumados a enxergar a vida. Entretanto, elas não são exclusivas, no sentido de que existem inúmeros caminhos. A realização pessoal não tem nada a ver com encaixar-se nos padrões esperados socialmente.
“Procure ser um homem de valor, em vez de ser um homem de sucesso”
Há quem se realize com vidas bem mais simples, realizando atividades que fogem à gama de proposições normativas. Tem quem deseje, por exemplo, uma vida tranquila no campo em contato com a terra. Outros, gostariam de seguir uma vida baseada em trabalhos artísticos e artesanais, vivendo na praia e em contato com o mar. A grande sacada da realização, e, portanto, do sucesso, é atender aos anseios da alma, ouvir a voz do coração. Trânsito, correria de grandes metrópoles e um ambiente corporativo não funcionam para todos e nos obrigar a seguir esse caminho pode trazer sofrimento. Toda escolha implica em resultados específicos e, quando se trata da nossa vida, a escolha tem que satisfazer os nossos parâmetros para atingirmos a realização.
3 perguntas para refletir sobre o sucesso, dinheiro e felicidade
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Quanto tempo da sua vida você estaria disposto a pagar por esse novo produto?
Cada coisa material que desejamos adquirir tem um custo financeiro, é claro, mas se pararmos para analisar veremos que o custo em tempo é o verdadeiro preço que pagamos pelas coisas. E quanto mais caro é o bem que desejamos, mais tempo de trabalho temos que dedicar para essa conquista, ou seja, mais escravos do trabalho nos tornamos. Será que vale a pena esse esforço?
“O sucesso é uma consequência e não um objetivo”
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Esta é a vida que quero daqui 20 anos?
Imagina-se dentro de 10 ou 20 anos. A vida que você leva agora é a que quer manter? Se segue esse estilo de vida, como se vê dentro de uma ou duas décadas? Recorde-se que o futuro se começa a construir no presente. Se você não mudar sua realidade agora, talvez não tenha mais a chance de o fazer e será inútil esperar um futuro diferente. Só existe o agora.
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Estou disposto a pagar o preço das minhas escolhas?
Prioridades e muito estudo são segredos para tomarmos decisões acertadas. Quando planejamos uma mudança ou fazemos uma escolha, precisamos estar atentos ao que o caminho escolhido vai exigir de nós, a curto e a longo prazo. Desde o local onde escolhemos morar até a profissão que desejamos seguir, tudo deve ser avaliado de acordo com nossa individualidade e aquilo que, de fato, pode nos trazer a sensação de felicidade. Nossas vocações também contam e tudo deve ser pesado na balança do equilíbrio. E lembre-se: relacionamentos podem não durar para sempre e nem mesmo os nossos pais serão eternos. Quando eles se forem, estaremos sozinhos não só para lidar com essa dolorosa ausência, como também seguir com a vida que escolhemos. Quando eles escolhem por nós, o ônus da escolha é inteiramente nosso e quem vai viver essa vida somos nós, não eles. Ouça seu coração e leve em consideração essa voz para encontrar seu caminho para a felicidade, sem permitir que outros escolham por você.
Esqueça o que aprendeu sobre sucesso e foque na realização. Esse é o único caminho possível para quem deseja construir uma jornada de vida mais leve e que traga algum prazer para o espírito. Se você está feliz, isso é tudo que importa.
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