Conheça a importância da Oliveira – a árvore sagrada do Mediterrâneo
Os benefícios do consumo de azeite de oliva são vastamente conhecidos por pessoas que buscam saúde e boa alimentação na atualidade. Porém, desde tempos antigos, o bálsamo do Mediterrâneo sempre teve amplo destaque nos ambientes sociais e religiosos. Não apenas o azeite e os demais produtos gerados por essa árvore, mas a importância da Oliveira em si é destaque em diversas culturas. A árvore de Oliveira é considerada sagrada tanto no mundo terrestre quanto espiritual.
Oliveira: Uma árvore sagrada
Na Grécia antiga, a Oliveira era respeitada como sagrada, carregando significados como paz, sabedoria, abundância e glória dos povos. Ainda representava a beleza, fecundidade e dignidade. A bela árvore era um símbolo frequente em diversas tradições religiosas, além das místicas, culturais, medicinais e gastronômicas, mostrando a ampla importância da Oliveira.
Para a mitologia, a árvore foi consagrada aos Deuses Minerva, Júpiter e especialmente a Apolo – Deus da cura, da música, da luz, da profecia, da poesia e protetor de jovens atletas e guerreiros. As sombras da árvore eram procuradas pelas gregas quando desejavam engravidar, onde passavam um longo tempo absorvendo sua energia de fertilidade e paz.
Em competições e jogos, os vencedores recebiam uma coroa confeccionada com folhas e ramos de oliveiras. O ornamento representava a vitória, a conquista e antigamente, era utilizado como uma joia real chamada de coroa do Fauno – criatura da mitologia que é a personificação da virilidade e prazer sensorial. Aquele que era o primeiro colocado, a ganhava como premiação, simbolizando a mais alta honra ao atleta, como conta a história dos jogos olímpicos.
Pela importância da Oliveira e por ser considerada uma árvore sagrada, sempre esteve presente em lugares energeticamente importantes. Os pilares e portas do Templo de Salomão foram feitos com madeira de Oliveira. O seu óleo era usado nos candelabros e lamparinas do Templo, assim como em cerimônias de consagração de Sacerdotes e Reis – chamado de “óleo da alegria”. “Tu tens amado a justiça, e odiado a iniquidade, por isso Deus, o teu Deus te ungiu como óleo da alegria mais que teus companheiros. ” (Salmo 45:7)
No Egito, somente Ísis possuía o condão para ensinar a cultivar a Oliveira. Enquanto na Grécia, a guardi
ã da árvore era Palas Atena, deusa da sabedoria e da paz. Em Roma, Minerva que concedia ao povo os atributos da planta.
A lenda grega conta que Atena e Poseidon disputaram um pedaço de terra até que o caso chegou no Tribunal dos Deuses, o qual definiu que ganharia a terra quem criasse a obra mais incrível. Então, Poseidon fincou seu tridente em uma pedra e criou o mar. Enquanto Atena, calmamente fez brotar da terra a oliveira, sendo eleita por 12 juízes como ganhadora. Na mesma região, ela ainda é conhecida como “árvore invencível que renasce de si mesma”.
Também é interessante relembrar o momento em que Jesus Cristo recorre ao Jardim de Oliveiras, o que foi fonte de inspiração para Ludwig van Beethoven, que compôs o oratório “Cristo no Monte das Oliveiras”. A obra descreve a sequência de eventos significativos da narrativa religiosa da paixão, morte e ressurreição de Cristo.
Segundo a tradição, Jesus subiu o Monte das Oliveiras para orar e meditar logo depois da ceia em que anunciou sua morte em iminência. Ciente do destino que o aguardava, enfrentou uma noite longa de dúvidas, angústias e aflições. O lugar escolhido para meditar neste difícil momento foi exatamente sob as árvores sagradas, que emanavam em seu entorno uma sensação de paz e conforto. Este é um fato que demonstra a importância da Oliveira para o cristianismo.
Na Bíblia ainda consta em Gênesis, que a pomba de Noé carrega no bico um ramo de oliveira mostrando que o mundo revive. Também nas escrituras do Corão, mostra-se que a árvore nasceu no monte Sinai e faz-se referência ao óleo extraído dela para se transformar em luz de candeia como “astro rutilante”. Em Israel, existe uma edificação que homenageia a importância da Oliveira, chamado Convento de Nossa Senhora da Oliva.
Esta árvore traz muito mais em si do que podemos imaginar. Ela transcende um símbolo para uma ação, já que estender um ramo de oliveira representa uma oferta de paz. A Oliva possui uma relação com o princípio de regeneração, equilíbrio e paz. O significado de Olívia é “aquela que traz paz”, inspirado na história da árvore sagrada.
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A importância da Oliveira na Bíblia Sagrada
A Oliveira é uma das árvores mais mencionadas na Escritura, devido sua conexão intensa com o povo de Israel e por tudo o que representa. Mesmo nos dias atuais, as Oliveiras que rodeiam as montanhas da Galileia, Samaria e Judeia encantam as pessoas que visitam Israel pela primeira vez. Acredita-se que quem as observa, sente a graça e os simbolismos que a separam de outras árvores. Como os demais símbolos de Israel, os atributos da Oliveira foram utilizados pelos escritores da Bíblia para ensinar os fiéis sobre Deus, Israel e sua relação com ambos. O uso da árvore era variado no Oriente Médio, sendo famosa por seu fruto, sua madeira e seu óleo.
A maior parte dos cristãos que vivem no Brasil não estão familiarizados com as oliveiras, pois elas não crescem onde moram. Porém, na terra da Bíblia, a árvore foi e ainda é a mais importante entre todas as outras por ser uma fonte de luz, alimento, cura e higiene.
As árvores de Oliva, seus frutos e o azeite de seu fruto sempre tiveram um papel importante na vida de Israel. Por conta de suas propriedades singulares, o azeite ganhou grande destaque e importância na sociedade à medida que foi reconhecida sua excelência como alimento, combustível, curativo, cosmético, lubrificante e desinfetante.
A importância da Oliveira espiritualmente falando é significativa para os judeus e cristãos. O azeite representa a presença do Senhor e também simboliza o Espírito Santo. Com ele, ungia-se sacerdotes e reis, de acordo com a vontade de Deus.
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As lições da Oliveira
As oliveiras impressionam especialmente por sua perenidade. Elas prosperam e vivem em qualquer solo, mesmo que seja seco e pobre, praticamente sob qualquer condição, na terra fértil ou nas pedras, contanto que suas raízes possam atingir profundidades. Elas crescem bem no calor intenso, com pouca água e são praticamente indestrutíveis, resistindo a todas as estações. Seu desenvolvimento é lento, mas contínuo. Quando recebe bons cuidados, pode chegar até 7 metros de altura. A sua copa não costuma ser alta, mas possui grande poder de regeneração. Quando a copa é cortada, o brotamento acontece rapidamente. Mesmo nas oliveiras doentes, crescem novos ramos.
A partir de suas características, podemos perceber que a Oliveira simboliza principalmente a perseverança e a fidelidade. Essas características também são os frutos de nosso relacionamento com Deus. O Senhor é fiel a nós, independente do que aconteça. Ele não se deixa levar por nossas recaídas e instabilidades. Isso nos mostra que precisamos ser restaurados para nos relacionar plenamente com nossos semelhantes e com o Senhor. Por isso, o Espírito Santo nos ajuda a ser fiéis, para sermos como Ele é.
A perseverança também é gerada no homem através do Espírito Santo. Essa característica essencial que pertence às oliveiras, diferencia os vencedores. No Apocalipse está escrito “O que vencer…”. A vitória será dada aos que perseverarem e o céu abriga os homens e mulheres que vencem. Aqueles que cultivam essa qualidade terão como prêmio estar ao lado de Jesus.
A Oliveira vive e produz frutos independente das condições: seco, quente, úmido, frio, arenoso ou rochoso. Dizem que é impossível matar uma Oliveira. Ainda que seja cortada e queimada, novos ramos emergem de sua raiz. É necessário lembrar que independente dos acontecimentos em nossas vidas, precisamos perseverar como a Oliveira na presença de Deus. Como diz o Salmo 128:3: “A tua mulher será como a videira frutífera aos lados da tua casa; os teus filhos como plantas de oliveira à roda da tua mesa”.
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