A Teoria dos Setênios e os “ciclos da vida”: qual você está vivendo?
A teoria dos Setênios faz parte da Antroposofia, uma linha de pensamento criada pelo filósofo Rudolff Steiner. Esta linha entende que existe uma espécie de “pedagogia de viver”, que, segundo Steiner, abrange vários setores da vida, como a educação, a saúde, a agronomia, entre outros. Esta é a linha de pensamento que compreende que os seres humanos precisam se autoconhecerem para que possam assim conhecer o Universo, do qual somos parte. Somos todos poeira das estrelas, não é mesmo?
De acordo com o filósofo, a Antroposofia é “um caminho de conhecimento que deseja levar o espiritual da entidade humana para o espiritual do universo”.
A cada ciclo que passa, aprendemos a crescer, olhar o mundo, ter um corpo diferente, viver intensamente, se casar, entre outros. O mundo e suas fases vão fluindo de maneira que os ciclos vão dando espaço a outros e assim consecutivamente até o nosso último fôlego. O número 7 neste contexto não é apenas visto como um número importante para a numerologia e o misticismo, Steiner também estudava o seu efeito científico em nossa vida e corpo.
Os ciclos de vida e a teoria dos setênios
A teoria dos setênios foi criada a partir da observação dos ritmos da natureza e da própria natureza no sentido da vida. Segundo a teoria, a vida é dividida em fases de sete anos – sendo o número 7 conhecido por ser um número místico de muito poder. Por meio desta teoria é possível se compreender com mais facilidade a condição cíclica da vida humana. Em cada uma das fases somamos mais conhecimentos para nossas vidas e buscamos novos desafios.
Contudo, a teoria dos setênios pode ser entendida apenas como metáfora sistêmica, afinal, sabemos que as pessoas mudam através dos séculos e que o desenvolvimento humano está cada vez mais acelerado. O organismo dos seres humanos está mais adaptado, o que pode fazer com que nem todas as descrições das etapas (setênios) façam sentido. Ainda assim, a teoria continua atual. Hoje podemos dizer que os setênios não são mais compostos exatamente por sete anos de tempo cronológico, mas a cada ciclo de X anos.
Os Setênios do corpo
Os três primeiros ciclos da vida, dos 0 aos 21 anos, são denominados setênios do corpo. Este é o período em que há o amadurecimento físico do corpo e a formação da personalidade.
Os Setênios da alma
Os três ciclos posteriores, dos 21 até os 42 anos de idade, são chamados de setênios da alma. É neste período em que superamos as experiências básicas vividas. Nele nos inserimos na sociedade e fazemos escolhas como em que área vamos trabalhar, se vamos formar matrimônio, se vamos conviver mais ou menos com nossa família.
Últimos setênios
Apenas após os 42 anos chegamos aos últimos setênios. Eles só acontecem quando estamos preparados para a imersão na vida com profundidade, maturidade e espirituralidade.
As Fases da Vida: você consegue identificar?
Abaixo você irá conhecer cada um dos setênios da teoria, permitindo assim que possa refletir e entender os ciclos da vida:
0 a 7 anos – O ninho
O primeiro ciclo é a primeira infância. Aqui está a fase de individualização. É quando ocorre a construção do nosso corpo, que já foi separado de nossa mãe, e de nossa mente e personalidade.
Neste setênio é importante viver o movimento livre, as brincadeiras e a corrida. A criança precisa conhecer seu corpo, assim como seus limites. Ela deverá formar aqui suas percepções de mundo. É por isso que neste setênio o espaço físico é importante, tal como o espaço do viver espiritual e o do pensar.
7 a 14 anos – Sentido de si, autoridade do outro
O segundo setênio que vivemos é o que permite um profundo de despertar do sentimento próprio. Os órgãos que se desenvolve nesta fase são os pulmões e o coração.
É nesta fase que a autoridade dos pais e também dos mestres ganha um papel de importância, pois serão eles os mediadores do mundo no qual a criança será inserida. É importante verificar no entanto que a autoridade excessiva fará a criança ter uma visão cruel e pesada do mundo.
Contudo, se a autoridade e a cobrança dos país e professores é mais fluída e sem ressonância, a criança achará que o mundo é libertário, e isso fará com que ela não tenha os comportamentos perigosos sejam inibidos. É, portanto, o papel dos adultos determinar a imagem de mundo que a criança terá.
14 a 21 anos – Crise de identidade
Nesta fase, de puberdade e adolescência, vive-se a busca pela liberdade. É a fase em que não se quer pais, professores e outros adultos pegando no seu pé. Aqui o corpo já está formado e é quando acontecem as primeiras trocas com a sociedade.
Quando se chega neste setênio, o corpo já não necessita mais de tanto espaço para a locomoção e o ‘espaço’ agora tem outro sentido, o da possibilidade de ‘ser’. É aqui a fase em que se precisa se auto reconhecer e ser reconhecido. É o momento em que se questiona a tudo e a todos.
Mas é aqui também a fase do discernimento. É quando as escolhas de carreira e profissão são feitas. É a época do vestibular, do primeiro emprego e do início da liberdade de vida econômica.
21 a 28 anos – Independência e crise do talento
A individualidade ganha força neste setênio na tentativa de estabilização. É quando há o fim do crescimento corporal e começa um processo de crescimento espiritual e mental.
Muitas vezes é a época em que não se mora mais com a família e quando já não se está mais na escola, sendo assim um ciclo de emprego, autoeducação e desenvolvimento dos seus talentos.
Este é um ciclo de emancipação em todos os níveis. Ainda assim, é uma fase em que os outros influenciam muito na tomada de nossas decisões, pois a sociedade dirá o ritmo da vida de cada pessoa.
Neste setênio os valores, lições de vida e aprendizados começam a ter mais sentido. Nossas energias já estão mais pacificadas e ter nosso lugar no mundo passa a ser o objetivo principal. Quando não se atinge os objetivos, muita ansiedade e frustração são geradas.
28 a 35 anos – Crises existenciais
Já ouviu falar da crise dos 30 anos? Pois ela faz parte deste setênio e há uma explicação para sua existência. No 5º setênio iniciam as crises da vida. É quando há um abalo de identidade, a cobrança pelo sucesso ainda não atingido, e o início das frustrações e da tristeza por se ter a certeza de não se poder tudo.
Existe muita sensação de angústia e de vazio entre aqueles que estão nesta fase. Os gostos mudam e as pessoas têm a sensação de não se conhecerem. Sentem-se impotentes durante esta passagem da juventude para a maturidade, quando têm de deixar de lado a impulsividade para passar a encarar a vida com mais responsabilidade.
35 a 42 anos – Crise de autenticidade
Este sentênio tem ligação com o anterior, onde as crises existenciais começam. Aqui vive-se uma crise de autenticidade gerada pelas reflexões ocorridas no ciclo anterior.
É quando se busca a essência em tudo e em todos, nos outros e em nós mesmos. Há um desaceleramento do ritmo da mente e do corpo, o que faz com que seja mais fácil alcançarmos frequências mais sutis de pensamento.
Nesta fase é muito importante ir atrás de coisas novas para se fazer.
42 a 49 anos – Fase do altruísmo x Querer manter a fase expansiva
Neste ciclo sente-se um ar de alívio, recomeço e de ressurreição. A crise dos trinta já perdeu força e é o momento em que se busca de forma desesperada por coisas novas que façam que a vida tenha um sentido.
É a fase em que se pensa com menos melancolia sobre as questões existenciais e se age mais. É quando aquilo que ficou mal resolvido começa a ser solucionado. Por vezes é quando as pessoas pedem demissão de um emprego que não suportam, pedem divórcio ou mesmo resolvem ter um filho.
É quando nos sentimos saudosistas e queremos reviver as memórias da adolescência, de quando erámos jovens. É uma frase fruto do medo do envelhecimento.
49 a 56 anos – Ouvindo o mundo
Aqui há o desenvolvimento do espírito. Este é um setênio positivo e tranquilo. É quando você percebe que as forças energéticas voltam a ficar centradas na região central do corpo. O sentimento da ética, do bem-estar, da moral, e das questões universais e humanísticas também se mostram em maior evidência.
Nesta fase da vida se está mais consciente a respeito do mundo e também sobre nós mesmos.
56 anos em diante – Fase da abnegação e da sabedoria
Segundo a Antroposofia, a partir do 56º ano de vida há uma brusca mudança nas pessoas e na forma como se relacionam com o mundo. Esta fase evidencia uma volta para dentro de si próprio.
Neste setênio é importante estimular a memória e a mudança de hábitos. Isso porque o período da aposentadoria pode se mostrar como algo limitador, principalmente para quem sempre focou a vida no status profissionais e que agora acredita que não terá outra forma de se autorrealizar.
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