Pandemia: vejam o que conseguimos em apenas 15 dias!
Desde que o surto de Covid-19 saiu da China, foi preciso pouquíssimo tempo para que ele atingisse quase todos os continentes e nações. Uma ansiedade crescente foi tomando conta de tudo e os países tentaram se antecipar a epidemia, tentando tomar medidas para se proteger. Infelizmente, nenhum deles conseguiu impedir o contágio. E quanto mais resistentes se mostraram em parar as atividades e promover o isolamento, maior está sendo o preço que estão pagando. Todos podem e devem parar! Essa é a primeira grande lição que aprendemos em 15 dias.
“Nenhum evento pode ser julgado razoavelmente sem contexto e perspectiva”
Muito mais aconteceu nesse período. Alegrias e lágrimas, amor e sofrimento. Perdas e ganhos, morte e vida. Nada é 100% ruim ou 100% bom, em tudo há nuances e perspectivas que abrem caminho para uma dimensão mais profunda na interpretação dos fatos e da realidade. É quando extrapolamos a dualidade e o maniqueísmo que conseguimos perceber que a luz pode nascer das trevas.
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Foram necessários somente 15 dias…
Esse foi o tempo necessário para pôr de joelhos todas as nações do mundo, frente a um inimigo comum. Esse movimento nunca aconteceu antes e é realmente extraordinário. Apesar de estarem muito ocupados com problemas internos causados pela pandemia, a própria situação exige dos líderes união e cooperação. Só é possível combater a evolução da doença através da colaboração, seja ela financeira, humanitária, científica ou de insumos. É especialmente a troca de conhecimento entre os cientistas e médicos dos países, que vamos tendo cada vez mais dimensão da nossa crise e informações sobre como o vírus interage com nosso corpo, para chegarmos mais perto de uma vacina ou tratamento. Muitas diferenças ideológicas estão sendo deixadas de lado, obrigando líderes a darem as mãos e se ajudarem nesse momento. Claro que não são todos; tem alguns infelizes totalmente atrasados nesse movimento, negando a gravidade da crise e incapazes de tomar atitudes eficazes que protejam a população. Mas, a despeito deles, o resto do mundo está dançando a mesma ciranda.
Alguns ainda acumulam, mas muitos perceberam o quão inútil é o dinheiro e bens materiais, quando enfrentamos uma pandemia. Entenderam que não é possível comer, respirar ou se curar com ouro e notas de dólar. Está sendo jogado na nossa cara que, as diferenças sociais que nosso estilo de vida gera, é completamente mortal em uma pandemia. Não adianta que o rico se feche em casa, se os morros sangram. Quanto mais o contágio aumenta, mais próximos da doença ficamos, ricos e pobres, pois, cedo ou tarde, mesmo a família mais abastada terá de sair na rua. Quanto mais gente doente, mais vírus espalhado. Quanto mais gente doente, menos os hospitais podem atender pacientes. E é bom lembrar quem se sente protegido pelos planos de saúde caríssimos, que, quando se fala em colapso do sistema de saúde, esse colapso diz respeito também a saúde privada. É o que acontece agora em países muito mais preparados que o Brasil, e é também o que o próprio ministro da saúde brasileiro fez questão de enfatizar em uma de suas coletivas: colapso não é caos. É colapso. Você pode ter plano, ter o dinheiro para pagar ou até mesmo uma liminar judicial obrigando a internação, que não vai haver lugar no hospital para te receber. Mais do que nunca, a saúde pública (na verdade a falta dela) vai atingir em cheio quem pode recorrer ao Albert Einstein e nunca pôs os pés no SUS.
Em 15 dias, a cidade luz deixou de brilhar. A cidade eterna já não parece assim tão eterna, quando vimos o Papa Francisco rezar para uma praça totalmente vazia. Resta o silêncio das ruas, no início quebrado pela música nas janelas. Isso é o que nossos olhos podem ver. Mas, em 15 dias, aconteceu muito mais!
A Terra respira!
Em 15 dias, a Terra já respira aliviada. A ausência do homem e da correria das cidades é o remédio que a natureza precisava para descansar. Em tão pouco tempo já vemos os efeitos positivos da nossa ausência, quase como se fôssemos nós, os humanos, o vírus que adoece o planeta. E será que não somos? De dentro de nossas casas, em apenas 15 dias, observamos que a poluição diminuiu drasticamente. O ar está mais puro, rios mais cristalinos. Em Portugal, a região do Tejo recebeu a visita de golfinhos. Baleias foram vistas em muitos lugares do mundo e muitos outros animais também se sentem seguros para circular nas cidades, sem a ameaça dos homens. Os canais de Veneza estão limpos e, nas praias de todo o mundo (especialmente brasileiras) não há mais lixo poluindo o ambiente. O céu está tão azul que é impossível não notar. As estrelas, mais visíveis. Sem a poluição, elas agora brilham até nas grandes cidades. Tudo isso em 15 dias. O que nos faz pensar… O que seria possível se isso que conseguimos em 15 dias se tornasse perene? Como vai estar o planeta quando a pandemia chegar ao fim? Quanto tempo vamos levar para reverter esses benefícios? Para colocar em movimento “o trem da morte”, que agora se encontra parado?
“Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara”
Durante séculos a Terra vem nos pedindo socorro, implorando para que a humanidade pare de feri-la. E há séculos que a fazemos sangrar cada vez mais. Antes, talvez mais por ignorância do que por falta de caráter. Já hoje, somos capazes de negar evidências científicas para beneficiar empresas e a economia, criminalizando quem tenta alertar para o aquecimento global. Nada podia deter essas pessoas. Mas em 15 dias, fomos obrigados a parar, não tivemos escolha. E, em 15 dias, pudemos observar a maravilha que é a nossa ausência e como fazemos mal ao planeta e a nós mesmos, com tantas imposições, compromissos, reuniões, idas e vindas, fumaça e consumo. Muito consumo, que é inclusive o que sustenta toda essa cadeia destrutiva. Foram anos de estrago, e só 15 dias de isolamento para que a vida começasse a se regenerar, reagir. E é na dor da nossa solidão que estamos aprendendo a importância do coletivo e sendo confrontados com o impacto perverso que temos sobre o planeta.
“Não dura o mal onde não dura o bem, mas é frequente um transformar-se no outro”
Com olhos atentos e coração aberto, alguns clamam por revolução e esperam mudanças, pois, já enxergavam antes da pandemia começar como é terrível nosso estilo de vida. Outros, infelizmente não veem a hora de “voltar ao normal”, pois, não entendem que esse normal é, na verdade, anormal. Quase uma aberração. Quem está ansioso pela normalidade ou desesperado com as perdas econômicas, não entendeu nada. São pessoas que se encontram completamente cegas em relação ao que acontece ao redor delas, e só são capazes de focar em si mesmas. Fingem que nada está acontecendo ou se sentem presas como se nunca tivessem vivido. E veja que só se passaram 15 dias… O que para a Terra representa liberdade e cura, para essas pessoas representa uma prisão. Dizem que amam a família, mas não aguentam 15 dias com ela. Se desesperam por não poderem sair, consumir, se divertir, e mal conseguem enxergar o que a pandemia tem de melhor a ensinar. Essas pessoas são incompatíveis com a natureza e com o despertar espiritual. Só se sentem felizes compartilhando fotos, nunca bens. Nem mesmo o tempo são capazes de doar. Mas exigem receber, e como exigem! O mundo é delas, tudo serve a elas.
Somente 15 dias… Talvez sejam suficientes para entendermos que devemos construir pontes, não muros. Talvez…
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