Porque a depressão é o mal do século?
A depressão é um transtorno psiquiátrico terrível, que se torna cada vez mais comum. Os números da Organização Mundial da Saúde sobre depressão são assustadores, assim como as vítimas que ela faz. Infelizmente, cada vez mais e mais pessoas perdem essa batalha.
Chamada de “mal do século”, ela está relacionada ao estilo de vida moderno, mas, também tem origens espirituais, como quase todas as doenças e transtornos psiquiátricos e emocionais.
Sempre que tratamos de transtornos emocionais, é muito importante dizer que a depressão é um transtorno grave, que pode ser tratado com autoconhecimento e do ponto de vista espiritual, mas o acompanhamento médico dos doutores da Terra é essencial. A medicina tradicional, apesar de seus erros, é também uma ciência divina que está ao nosso dispor e não deve ser ignorada. O conjunto de benefícios que se constitui da aliança entre terapias alternativas e espirituais com o acompanhamento psicológico e, por vezes, psiquiátrico, são o caminho para a cura deste mal.
“Antidepressivos tratam a dor depressão, mas não curam o sentimento de culpa e nem tratam a angústia da solidão”
A modernidade e a depressão
A depressão sempre existiu, embora essa denominação seja algo mais recente. Antes, ela era chamada de melancolia, e antes disso nem nome tinha. Talvez fosse considerado normal ter um humor deprimido, já que antigamente a contenção emocional era um requisito da boa convivência emocional. É só ver fotos antigas ou quadros: ninguém está sorrindo! Depois passamos por anos em que o sorriso era obrigatório para eternizar uma boa imagem nossa, e agora parece que voltamos às origens, e para parecer chique é essencial sair nas fotos com cara de tédio, monotonia e chateação.
Mas há um fator que faz da depressão o mal do século: ela pode ser desencadeada pela interação com o meio. E a maneira como nos relacionamos com o externo, os valores e hábitos que adotamos enquanto sociedade moderna, são maléficos para a nossa saúde mental. Estamos rodeados pela cultura do eu, da beleza, juventude e sucesso como nunca antes. Se no passado ostentar era deselegante, agora exibir com orgulho as conquistas materiais viraram o objetivos das redes, que intermediam as nossas relações afetivas. A ditadura da felicidade também tem muito a ver com o adoecimento da nossa alma. Não é mais permitido sofrer, e, quanto mais negamos o sofrimento, mais doentes ficamos. Empurrar para debaixo do tapete as emoções e fingir que nada está acontecendo, só vai intensificar a dor e impedir que a gente use a adversidade como crescimento e fortalecimento espiritual.
As relações humanas na modernidade estão superficiais, assim como a dimensão emocional de quem vive na era moderna. É o que o sociólogo e filósofo polonês Zygmunt Bauman, uma das maiores e mais ilustres figuras da história do pensamento humano, chama de modernidade líquida. Para Bauman, a modernidade tem como característica essencial a fluidez e transformação, e, para caracterizar o período pós-moderno, ele criou o termo modernidade líquida. Tudo é volátil, as relações humanas não são mais tangíveis e a vida em conjunto, seja familiar, em casal ou entre grupos de amigos, perde a consistência e ganha um caráter transitório. Com tanta informação e rapidez, nada que é sólido pode durar.
“As redes sociais são uma armadilha”
Essa sociedade 100% conectada à internet desconhece a noção de individualidade e intimidade. É uma sociedade que institucionalizou a violação da privacidade como um estilo de vida, onde comunicamos onde estamos, o que fazemos, quem amamos, o que escolhemos vestir diariamente e, até mesmo, o que comemos. Informamos, crentes da extrema relevância dessa informação, se acordamos ou estamos indo dormir. Focamos no ter e não no ser, o que coloca sobre os nossos ombros uma pressão sem precedentes. A desigualdade social só cresce, e, nessa mesma medida, crescem os perfis nas redes que tratam do consumo e relacionam a dignidade humana com bens materiais e aparência física. A incerteza tomou conta das culturas modernas. Tudo acontece em um ritmo avassalador. Por isso, o que ontem era uma verdade, pode ser que hoje já não esteja em vigor. Essa incerteza nos torna mais inseguros. Leva a relativizar os planos a médio e longo prazo, e também a experimentar medo ao fazer parte de uma realidade imprevisível. Ao mesmo tempo, os ideais de sucesso tornaram-se cada vez mais exigentes. Antes bastava que você fosse um cidadão decente e que, pouco a pouco, fosse fazendo progresso em seus objetivos. Agora você tem que atender a milhares de requisitos para conseguir o sucesso social. Aparentemente, hoje em dia somos mais livre e autônomos, mas no fundo, os parâmetros do “ideal do ser” tornaram-se muito mais severos. E tudo isso contribui demais para que a depressão esteja cada vez mais presente na vida moderna.
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A transição planetária é culpada pelo aumento de casos de depressão?
Em partes, sim. A Transição Planetária que a Terra está passando faz com que as energias fiquem mais sutis e os “chamados espirituais” mais intensos. Isso significa que, quanto mais sensível é a pessoa, mais ela sente essas transformações. Ela começa a promover transformações em seu estilo de vida e buscar autoconhecimento e razões mais espiritualizadas para tudo o que realiza. Elas procuram o sentido mais pleno da vida e passam a se importar não só com elas mesmas, mas com o planeta e a sociedade em geral.
Mas esse processo leva tempo. Não é do dia para a noite que esse “click” acontece e tudo fica mais colorido. É uma transição lenta, uma ficha que vai caindo aos poucos. Nesse processo, dependendo do estilo de vida e das amarras materiais que essa pessoa tem, a depressão pode aparecer com muita força, pois a transformação interna exige uma análise emocional muito profunda e que pode reabrir feridas. A ilusão da matéria é muito forte e faz com que as questões da alma sejam ignoradas, fazendo com que as pessoas empurrem para debaixo do tapete acontecimentos e emoções que deveriam encarar de frente.
“Nunca despreze as pessoas deprimidas. A depressão é o último estágio da dor humana”
Além disso, ainda existe uma cultura forte que negligencia a depressão, envolvendo essa condição em muito preconceito. Pensa-se ser fraqueza, frescura ou algo que está sob o controle da própria pessoa, como se fosse uma escolha. Não é. Não funciona assim. Não basta querer, simplesmente, ou ser positivo para se curar. A psicologia positiva dos coachings tem sido uma inimiga da depressão é um perigo para os casos mais graves, pois invisibiliza todas as características da doença e causa ainda mais frustração e culpa. Isso quando não orienta o deprimido a largar o tratamento tradicional em função de reprogramações milagrosas e treinamentos motivacionais terríveis.
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Como identificar a depressão?
Se você desconfia que está sofrendo de depressão, o primeiro passo é procurar ajuda médica e apoio espiritual. Somente um profissional da saúde é quem pode fazer um diagnóstico preciso sobre a doença, e te orientar sobre os primeiros passas em direção ao tratamento e cura. Mas, existem alguns indícios que podem ajudar a identificar esse quadro, que acendem um sinal de alerta e mostram que é a hora de procurar ajuda. Vamos conhecer esses sinais?
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Você se sente abatido ou cansado
Se antes você era cheia de energia e realizava sem dificuldade as tarefas da sua rotina, agora você se sente muito mais cansada do que antes, sem disposição para realizar suas atividades. A falta de energia dura muitos dias seguidos, mesmo que sua rotina não tenha mudado muito e esse cansaço já começa logo cedo, quando você acorda.
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Indisposição emocional
Tarefas simples nunca te assustaram. Mas agora ir ao banco ou ao mercado parecem epopeias! E nem sempre essa indisposição é física. Ela pode ser emocional, uma falta de vontade que impede que você consiga ser funcional. E essa indisposição vai piorando aos poucos, por mais que você tenha esperança de que seja só uma fase.
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Qualidade do sono despenca
Sua noite de sono passa a ser muito agitada, coisa que antes não acontecia. Você acorda muitas vezes durante a noite e demora para pegar no sono novamente.
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Insônia
A dificuldade de pegar no sono é um sinal clássico de depressão. Seu corpo até quer dormir, mas a cabeça não desliga.
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Pesadelos
Se antes você não lembrava dos sonhos ou o que sonhava era agradável, agora sua noite está populada por pesadelos.
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Sono em excesso
Mesmo depois de uma longa noite na cama, você sente que ainda precisa descansar mais. Além disso, não tem energia e sente que pode passar o dia inteiro dormindo.
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Estresse
Você vive irritada. Com o sem motivos, está distribuindo patadas a todos que estão a sua volta, e as mínimas coisas são suficientes para tirar você do sério.
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Você se sente inútil
Sua autoimagem vai ficar cada vez mais negativa, e vai te dar uma sensação de invisibilidade e irrelevância perante o mundo. Tudo parece estar errado em você, e você começa a se distanciar cada vez mais do mundo.
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Problemas de concentração e memória
Você começa a esquecer de coisas importantes e não consegue se lembrar facilmente de um nome ou de um número de telefone. Ouvir alguém falando ou ler um livro se torna um desafio, pois não consegue mais se concentrar no que está lendo ou no que está acontecendo ao seu redor.
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Seu peso muda
De repente, ganha alguns quilos ou perde peso sem motivo aparente. Você também pode desenvolver um enorme apetite e sentir fome constantemente, não importa o quanto coma. Outro sintoma é deixar de sentir fome.
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Nada dá prazer
Mesmo as coisas, atividades e pessoas que costumava amar não acrescentam alegria à sua vida. Você está constantemente entediado, cansado e não sente vontade de aproveitar nem seu hobby preferido ou visitar seu melhor amigo.
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Oscilações de humor
Você se sente completamente triste, ansioso ou irritado e não consegue identificar a razão exata de tudo isso.
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Sua saúde se deteriora
De repente, você começa a sentir desconforto ou dor com mais frequência nas articulações ou nas costas e a ter problemas digestivos. Nenhum deles tem um motivo fácil de explicar (como um trauma ou um almoço gorduroso) e os sintomas não desaparecem com o tratamento médico usual.
“Depressão é coisa muito séria, contínua e complexa. Estar triste é estar atento a si próprio, é estar desapontado com alguém, com vários ou consigo mesmo, é estar um pouco cansado de certas repetições, é descobrir-se frágil num dia qualquer, sem razão aparente – as razões têm essa mania de serem discretas”
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