Descubra o que é trabalho interno e por que as pessoas têm medo disso
O trabalho interno é um elemento essencial no caminho de evolução espiritual. Sem ele, perdemos o nosso tempo. Não existe cura, transformação e despertar sem o trabalho interior. Se você possui um propósito de vida e quer evoluir espiritualmente, o trabalho interno é a sua melhor escolha. Quando você assume esse compromisso, sua dor é transformada em poder e você se torna capaz de influenciar positivamente os outros.
O trabalho interno te trará cura, evolução, além de torna-lo mais feliz, livre, em sintonia com sua existência. Apesar deste ser um caminho digno, também é uma jornada pela qual tememos secretamente. O medo que temos de qualquer exploração interna é algo que precisa ser entendido. Se você busca a evolução espiritual, precisa fazer um trabalho interno profundo. Veja neste artigo, alguns fatores que devem ser levados em consideração.
“O trabalho interno é mais importante que o externo. Faça em si o que deseja no mundo e viva assim o seu cotidiano”
Afinal, o que é trabalho interno?
O trabalho interno é uma prática espiritual e psicológica na qual mergulha-se profundamente em seu eu interior para fazer uma auto exploração e entendimento, com objetivo de cura e transformação.
Ao realizar o trabalho interno, lançamos a luz da consciência em nosso cenário interior, que é composto por várias camadas da mente – formadas pelo consciente, subconsciente e inconsciente.
Nosso interior é composto por nossos sentimentos, pensamentos, memórias, crenças, feridas, preconceitos, sombras e diversas condições mentais e emocionais, que influem em nossa capacidade de transformar e sentir de forma centralizada. Ao realizar este trabalho, será possível superar medos, vícios, limitações, depressões e sentimentos de falta de pertencimento, que costumam atormentar os seres humanos.
Conheça 25 sinais de que você deve fazer um trabalho interno
- Você se sente perdido em sua vida;
- Você não se reconhece e não sabe quem é;
- Você sente solidão e se vê como um estranho no mundo;
- Você briga com outras pessoas com frequência;
- Você costuma ser sempre agradável com as pessoas;
- Você não é confiante;
- Sua autoestima não é boa;
- Seus pensamentos tendem a ser negativos e autocríticos;
- Você se sente desmotivado;
- Possui problemas crônicos de saúde;
- Não consegue dormir bem;
- A vida não parece real para você;
- Você tem uma sensação de falta de esperança;
- Você se sente vazio;
- Você possui uma tristeza e raiva constantes;
- Você tem a sensação que o mundo está contra você;
- Você está sempre buscando confiar nos outros ou em si mesmo;
- Você tende a repetir os mesmos erros;
- Você atrai pessoas problemáticas para sua vida;
- Você se auto sabota;
- Você possui uma tendência ao vício;
- Você possui gatilhos emocionais intensos;
- Você se torna obsessivo e neurótico com facilidade;
- Você está sempre em luta contra a ansiedade ou pânico;
- Você tem sempre vontade de ficar sozinho ou perto de outras pessoas (para fugir de si mesmo).
Quanto mais você se identifica com esses sinais, mais quer dizer que precisa de um trabalho interno. Neste artigo, vamos explorar alguns meios para fazer este trabalho. É importante lembrar que todos os sinais acima são sintomas de distúrbios mentais. Procure um terapeuta que possa te ajudar se suspeitar que existe um desequilíbrio mental. O trabalho interno não substitui tratamentos psicológicos. Porém, é uma prática complementar vital, que é tão importante quanto dormir, se exercitar ou qualquer atividade que te faça um bem genuíno.
Por que as pessoas têm medo do trabalho interno?
Pode parecer estranho, mas grande parte das pessoas se sentem inibidas e aterrorizadas pelo trabalho interno em um nível inconsciente. Mas, por que isso acontece? Basta olhar para o mundo e a humanidade para termos alguns indícios sobre isso. Exploramos o sistema solar e outras galáxias mais do que as profundezas de nossos oceanos. Sabemos mais sobre o funcionamento mecânico das coisas do que sobre a força vital que as anima. Temos mais conhecimento sobre criar estratégias e lutar contra os inimigos de fora, do que enfrentamos os inimigos que estão próximos de nós. Certa vez, o psicólogo Carl Jung escreveu: “As pessoas farão qualquer coisa, não importa quão absurda, para evitar enfrentar a própria alma”.
A verdade é que aprofundar em nós mesmos nos apavora. Preferimos ir para a guerra e lutar contra outras pessoas do que procurar em nós mesmos a fonte de nosso sofrimento. Apontamos prontamente os outros como culpados, a vida ou Deus e adotamos a mentalidade de vítimas ao invés de ousar olhar-nos honestamente no espelho. Em certos casos, preferimos morrer na ignorância do que admitir nossos próprios erros, defeitos ou que somos responsáveis pela dor de outras pessoas.
Os egos são frágeis, neuróticos e sedentos por poder. O trabalho interno é como uma criptonita para o Eu programado que carregamos. É claro que muitos que buscaram o despertar espiritual dariam um sorriso neste momento e diriam: “Eu não sou assim”. Porém, o ego funciona da mesma forma com todos.
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O poder do trabalho interno
O trabalho interno pode ser julgado como luxuoso, místico e poético. Porém, quando você se propõe a fazê-lo, trata-se de uma jornada de sangue e lágrimas, dolorosa e esmagadora. Você não vai brincar com cristais e cantar mantras fofos enquanto realiza o trabalho (apesar desses métodos poderem ser complementares). O trabalho interno não pode ser usado como um atributo de superioridade.
Em sua essência, coloca a verdade e a liberdade acima de tudo. Significa permitir-se ser demolido, convocado, queimado e reconstruído quantas vezes for preciso. É um processo de morte e renascimento eterno. Ele nunca acaba, mesmo após atingir um nível elevado de consciência. Pois quando se acredita que está bom, é o momento que acontece a estagnação. Quando o narcisismo espiritual se manifesta.
Ao nos entregarmos para o trabalho interno, abraçamos o paradoxo da existência, estamos dispostos a morrer e renascer a qualquer momento. Passamos a encarar nossas sombras mais temidas para assim, incorporar a luz mais divina. Dizendo de uma forma mais poética, é um passeio e tanto!
É compreensível que as pessoas temam isso. É bem mais fácil viver uma existência medíocre e seguir o caminho que já foi aberto diante de nós. É mais confortável culpar os outros e deixar de assumir nossa própria responsabilidade.
Escolher um caminho menos percorrido é um grande desafio, não é algo confortável e exige muito mais. A maior parte das pessoas não está pronta ou disposta a fazer essa escolha. A complacência e mediocridade proporcionam conforto, mas levam ao vazio, à perda das almas e à privação do que é de fato real e digno de ser vivido.
Essencialmente:
O caminho da complacência = morte
O caminho desafiador e existencial = vida
Existem formas de tornar o caminho existencial mais agradável. Se conectar com seu espírito livre, sua fonte de poder e sua essência selvagem é o primeiro passo. Quando você conseguir seguir sua intuição e instinto, vai poder ver mais claramente, fazer escolhas sábias, proteger-se dos que procuram te atacar e assim, o caminho se tornará mais definido.
O seu trabalho interno não precisa ser uma provação dolorosa. Por mais difícil que seja, “a fênix sempre emerge das chamas”. Ou seja, não importa o quão ruim seja, a dor é uma catalisadora da transformação espiritual.
A natureza do ego sempre será contra o trabalho interno. Nossa alma que nos leva a este trabalho, para que possamos distinguir entre e a voz do medo e da intuição.
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Os três caminhos de trabalho interno
Existem diversos caminhos para o trabalho interno e nós vamos compartilhar três opções neste artigo. Temos relatos de que eles funcionam bem e criam mudanças duradouras e profundas.
Três caminhos internos de trabalho que você pode aplicar:
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Trabalhando o amor próprio
O amor próprio é um dos trabalhos mais tranquilos e gentis. Porém, isso não diminui a sua importância. O amor próprio pode ser superficial ou autoindulgente, mas, com o treinamento correto, pode atingir o seu íntimo e te transformar de forma genuína e central.
Para quem está iniciando a jornada de trabalho interno, o desenvolvimento do amor próprio é o melhor ponto de partida. Sem ter um bom relacionamento consigo mesmo, outras formas de trabalho podem ser difíceis, intimidadoras ou prejudiciais para o seu bem-estar.
Você pode realizar o trabalho de espelho, que consiste em usar o espelho para encarar suas inseguranças e medos. Este exercício ajuda a se conectar com sua essência mais profunda, com compaixão, perdão e aceitação.
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Trabalhando sua criança interior
Um nível mais profundo é trabalhar sua criança interior. Esta é uma forma de trabalho interno que envolve revisitar feridas, crenças e medos da sua infância. Em diferentes graus, todos carregamos uma criança interior com alguma ferida. Nossa missão como adultos é nos reconectar com esse lado infantil de nós mesmos, revirando medos e crenças limitantes da infância e integrando essa parte delicada à nossa personalidade.
A criança interior é uma fonte de alegria, criatividade, espontaneidade, sabedoria e amor. Porém, ao mesmo tempo, a sua criança interior pode ser uma fonte de obsessões sem sentido, neuroses, medos, comportamentos de auto sabotagem e limitações de autoconfiança.
O trabalho interno com nosso lado infantil pode despertar questões inacabadas. Se a sua infância teve episódios de abuso, pode sentir uma repulsa ou medo em relação a este trabalho. Porém, ainda vale vivenciar essa dor para se curar de uma vez por todas.
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Trabalhando o lado sombrio
Em um nível mais profundo de trabalho interno, está o trabalho com as sombras. Esse é um caminho mais complexo, ilusório e intimidador. Com este trabalho, estamos explorando literalmente os lugares mais sombrios e ocultos em nossas psiques, que foram e são renegados todos os dias.
No trabalho das sombras você vai explorar seus demônios internos. Tudo aquilo que foi proibido, considerado tabu, ruim, feio ou inaceitável pelos seus pais e sociedade. O seu eu sombrio guarda tudo pelo que você secretamente se envergonha de si mesmo.
Antes de trabalhar com as sombras, é essencial praticar o amor próprio. É necessário ter a auto estima estável antes de fazer um trabalho sombrio. Ele pode fazer você se sentir mil vezes pior sobre si mesmo, caso tenha uma baixa autoestima. Portanto, este é um trabalho interno não recomendado para iniciantes.
Como começar o trabalho interno?
Caso você esteja se perguntando por onde começar, inicie trabalhando o amor próprio. Quando estiver pronto, passe para o trabalho da criança interior. E se teve sucesso em ambos, passe para o trabalho das sombras.
Práticas como atenção plena, meditação, auto investigação, análise dos sonhos, arte terapia, registro em diário e introspecção podem ajudar a complementar sua jornada de trabalho interno.
No fim, as três formas de trabalho indicadas neste artigo se fundem e se transformam. O trabalho da criança interna envolve em certo nível o trabalho das sombras, o trabalho das sombras é uma forma de trabalho interno da criança e o amor próprio está incluso em todas as formas de trabalho interno.
Se você deseja iniciar seu trabalho interno, não hesite, com certeza vai valer a pena.
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