Diário de T.R.E.: TUDO o que você precisa saber sobre Terapia Regressiva Evolutiva!
Após duas remarcações, provavelmente provenientes de uma autossabotagem da minha parte, finalmente me encontrei, via Skype, com o Dr. Osvaldo Shimoda, para um tratamento pautado em T.R.E., ou Terapia Regressiva Evolutiva — a Terapia do Mentor Espiritual.
Me fechei dentro do quarto quase uma hora antes do horário marcado. Os cachorros e gatos se mantinham em silêncio do lado de fora e, finalmente, chegamos ao momento de conversarmos de forma descontraída enquanto eu ainda me adaptava aos meus fones de ouvido. Pensei em acender um incenso ou promover um ambiente mais “meditativo” para esse encontro, mas algo me disse para que não o fizesse.
O primeiro contato fluiu de uma forma muito mais natural do que eu imaginava e, apesar do nervosismo, consegui controlar o gesticular das mãos melhor do que o esperado. Após uma breve apresentação e “quebrar de gelo”, seguimos para o próximo passo: a anamnese, ou seja, um histórico do paciente, de lembranças, sintomas e tudo o que se lembrar — ou julgar relevante.
Anamnese da T.R.E.: o ponto crucial de largada para o autodescobrimento
Como uma boa portadora de TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada), já iniciei a sessão relatando que minha ansiedade me fez ter dificuldades para dormir na noite anterior e até mesmo me fez sonhar com aquele momento.
Extremidades geladas e sem saber o que me esperava, fui calmamente orientada pelo Dr. Osvaldo Shimoda — que claramente percebeu que minha gesticulação e fala denotavam doses de ansiedade.
Na primeira uma hora de dez minutos, aproximadamente, conversamos de forma descontraída e ele me explicou em detalhes no que consistia a terapia. Me fez perguntas desde as mais básicas, como meu nome completo, até questões que me fizeram respirar fundo e pensar “será que eu realmente quero tocar nesse assunto?”. Mas sim, estava ali de mente e coração abertos — e isso é muito importante — para me conhecer melhor e trabalhar questões de vidas inteiras.
Nessa etapa, qualquer detalhe é bem-vindo, não importa se você acha que não vale a pena dizer. Toda informação aqui é fundamental para que as peças do quebra-cabeça entre consciente e inconsciente se unam, formando um Big Picture de toda a situação, e seus questionamentos finalmente encontrem um sentido. E assim fui me soltando e contando até mesmo coisas que, no dia a dia, passam despercebidas.
Sonhos Vívidos vs. Paralisia do Sono
Comentei que, desde criança, tenho sonhos muito vívidos (e de alguns que me lembro até hoje) em que estou sendo enforcada. Em um deles, meu próprio pai me sufocava. Também relatei uma certa constância em episódios de paralisia do sono. Abro os olhos, sem ar, alguém parece estar sentado sobre o meu peito. Não me movo, não falo, não consigo pedir socorro. Movo os olhos para os lados e não consigo dizer que estou paralisada.
— Você vê vultos? Sombras?
— Não vejo nada, apenas entro em pânico. Quando o primeiro dedo se mexe, respiro aliviada.
E, assim, tanto o fator sonho vívido quanto a paralisia do sono, foram ganhando novos sentidos para mim. Um sentido que faz mais sentido, que te faz refletir sob um novo ponto de vista; sobre a espiritualidade e influências que realmente podem estar ali para atrapalhar a sua vida — ou te chacoalhar pelo braço e colocar você no caminho certo.
Mediunidade? Viagem astral? Seu perispírito ainda não está acoplado completamente ao corpo físico? São todos tópicos que te fazem refletir, para além da ciência, de acontecimentos que te acometem durante o repouso.
— E quanto a fobias, você tem alguma? — me pergunta o Dr. Shimoda em seguida.
— Ah, meio bobo isso, mas não consigo ver aranhas nem em fotos ou vídeos.
E relatei meu primeiro contato real com esse adorável — ou nem tanto — aracnídeo. Minha crise de choro e desespero no meio de uma aula de Ciências aos 10 anos. Prontamente, uma anotação do terapeuta.
Aos poucos fui puxando algumas outras questões que também me perturbam, como o medo de sair de casa. Uma paranoia de que minha casa será invadida, vai pegar fogo ou meus animais vão fugir se eu sair dela.
Ele me questionou também se eu costumo ter a sensação de peso sobre os ombros. Logo, ri de canto e disse: “mas isso é estresse”. E fui advertida de que não necessariamente. Ainda que em alguns casos você realmente possa estar tensionando fisicamente suas questões cotidianas, em outros você pode ter um espírito obsessor ou, vulgarmente dizendo, um “encosto” sobre você. Mais um ponto a analisar!
Então aqui, nessa primeira parte, tudo o que você puder relatar, por mais insignificante que possa parecer para outrem, se fizer sentido para você ou te incomodar lá no fundo da alma, diga!
A importância dos 6 sentidos
Antes de começar, de fato, uma regressão, vale ressaltar a importância dos seus 6 sentidos nessa terapia (audição, visão, olfato, tato, paladar e intuição). O momento que antecedeu o relaxamento consistiu em um apanhado sobre nossos sentidos fisiológicos e aquele “feeling” que nem todo mundo sabe explicar.
Cheiros bons ou ruins podem ocorrer (e ocorrem, acredite), da mesma forma que arrepios, tontura, palavras que certamente não são fruto da nossa mente, imagens que seus olhos fechados projetam e, claro, aquela intuição que todos nós temos guardadinha em algum lugar.
Nos 10 minutos que antecediam a regressão, o Dr. Shimoda me explicou sobre o que poderia surgir em meio aos meus sentidos. E que esses estímulos deveriam ser observados não somente durante a terapia, mas no meu dia a dia.
Pensei, por um momento, que essa observação seria impossível, pois tenho uma personalidade muito dispersa quanto às minhas próprias necessidades — como boa parte dos brasileiros, o modo automático está sempre ativado. Mas, bem, estou aberta a mudanças. Então seguimos absorvendo e levando adiante os conselhos! Seguindo à risca para que os resultados sejam os mais promissores possíveis.
“Não existem ideias erradas ou ridículas. Todas as hipóteses devem ser experimentadas, mesmo que pareçam absurdas” – Albert Einstein
Como se preparar para uma T.R.E.?
Se você é uma pessoa ansiosa como eu e talvez um pouco cética, recomendo algumas práticas antes de agendar o seu horário com o Dr. Shimoda. Práticas tranquilas e cotidianas que vão te ajudar em muito a ter uma experiência imersiva e transformadora. Vamos começar?
Meditação e respiração
Pelo menos uma semana antes, PELO MENOS, comece a se condicionar a fazer exercícios de respiração e meditar nem que sejam 5 minutos por dia. É importante que você se dê esse tempo; preste atenção ao que acontece por dentro e por fora no momento presente.
Essa prática, que você pode levar para a vida, também vai te ajudar a se acalmar durante a terapia, a relaxar mais profundamente e a ter visualizações mais nítidas a respeito do que deseja desvendar.
Perceba as sensações do seu corpo. As zonas que mais aquecem no momento em que você se entrega ao relaxamento (talvez a região dos chakras básico ou sacral); as imagens que vêm à sua mente no momento em que seus olhos se fecham mais profundamente. Deixe de lado os seus julgamentos e se entregue à intuição. Cinco minutinhos, você consegue!
Diário de sonhos
Caso tenha dificuldades em se lembrar dos seus sonhos, procure deixar um bloquinho de anotações ao lado da sua cama ou até mesmo um gravador de voz. Antes de se levantar ou fazer qualquer movimento mais incisivo na cama, anote ou grave ao menos palavras-chave daquilo que se lembrar.
Nos primeiros dias isso vai ser difícil, mas depois de três ou quatro noites você vai começar a se habituar a essa rotina. Seus sonhos provavelmente vão começar a se tornar mais vívidos; e talvez alguns pesadelos atrapalhem as suas noites. Tome nota deles, pois serão importantes para as sessões.
Se o seu subconsciente começar a enviar mensagens muito insistentes, tenha certeza de que ele está te alertando sobre algo que precisa ser trabalhado interna e externamente. E você certamente vai descobrir o porquê durante as suas sessões de T.R.E.
Diário de gratidão
Você tem o hábito de agradecer pelo dia que teve? Mesmo que tenha sido um bocado desafiador ou desanimador? Bom, a verdade é que a minoria das pessoas tem essa constância. E seria muito, mas muito importante, que você começasse a exercitar essa gratidão.
Separe uma parte do seu diário de sonhos (para não ficar com dois cadernos ao lado da cama) para um diário de gratidão. Todas as noites, antes de dormir, escreva pelo menos 3 coisas pelas quais você foi grato no dia; por menores que sejam.
Esse é um processo de condicionamento. Conforme os dias vão passando, encontrar acontecimentos positivos no seu dia se tornam mais fáceis, e esse processo acaba sendo mais fluido e transformando a sua vida aos poucos.
Em adição, escreva e agradeça em prece ou numa simples conversa com o Ser Superior que orienta a sua vida por cada pequena conquista diária.
Observação e mais observação
Você deseja se consultar daqui uma, duas, três semanas, um mês? Então comece desde já a observar o mundo ao seu redor. Procure se retrair um pouco, entrar um estado mais introspectivo e reflexivo a fim de encontrar perguntas pertinentes sobre o seu propósito de vida ou as dificuldades que seguem recorrentes nesta encarnação.
Questões amorosas? Familiares? Profissionais? De personalidade? Tenha ciência daquilo que te incomoda e do que te persegue, independentemente do tanto que você busque por soluções.
Dentre os questionamentos “obrigatórios” neste tratamento, está a necessidade de descobrir o motivo pelo qual você é quem é, e faz o que faz. Além de aspectos que você apresentará ao terapeuta, duas perguntas são fundamentais para que essa terapia seja concluída com sucesso:
- Qual é o meu propósito de vida?
- O que eu preciso aprender nesta encarnação?
Basicamente, todos nós estamos aqui com dois propósitos principais: evoluir e consertar os erros do passado. O terceiro é com você!
Mente e coração abertos
Se você pretende se consultar, mas está com aquela gana de contrariar, de discordar ou de indagar aquilo que a sua alma diz, pense melhor! Ou melhor, não pense em nada. Deixe fora do consultório ou do seu quarto aquela “venda” que até agora te impediu de acessar memórias, sentimentos e soluções.
Permita que a sua alma se encontre nua e vulnerável às influências espirituais, boas ou ruins — você vai precisar aprender a lidar com cada uma delas, e será orientado cuidadosamente para isso.
Se durante a sessão algo vier à sua mente, não questione. Aceite e expresse em palavras a primeira resposta que lhe vier. Evite ao máximo trazer seu lado lógico e racional à tona. Aqui é você com a sua própria intuição, sua espiritualidade e seu(ua) mentor(a) espiritual.
Relate os detalhes o que vir, sem medo ou julgamentos, mesmo que ache determinada voz ou visão absurda demais. Não se subestime!
O que esperar em uma Terapia do Mentor Espiritual?
Já corrigindo esse título, não se submeta ao tratamento esperando algo. Apenas deixe que as coisas se revelem por si só. Quanto maior a sua ansiedade, mais restrito e demorado será o seu resultado.
Espere apenas solucionar seus maiores questionamentos, pois isso virá. Não tenha pressa para ver algo perfeitamente claro e revelador logo na primeira sessão; para saber o nome do seu mentor espiritual ou para receber respostas espirituais claras ao pé do ouvido.
Se ainda tiver alguma dúvida, você pode se esclarecer um pouco mais por meio dos artigos e casos clínicos do Dr. Shimoda, tanto aqui no WeMystic quanto em seu site pessoal, o Espaço Holístico RenovAção.
Aproveite para explorar ou até mesmo acessar algumas preces que podem ser importantes no seu processo, como a Oração do Perdão — que, pessoalmente, me ajudou a cessar os pesadelos que vinha tendo.
Cada caso é um caso
Uma das perguntas mais frequentes por quem cogita um tratamento de T.R.E. é: quantas sessões são necessárias? E a resposta é simples: cada caso é um caso.
Em geral, o Dr. Shimoda recomenda entre 4 e 6 sessões para que o paciente encontre bons resultados e o tratamento seja, de fato, finalizado. Entretanto, cada indivíduo responde de uma maneira; possui suas próprias vivências, bloqueios, ceticismos e experiências de vida.
Enquanto para um paciente mais aberto e tranquilo 4 sessões são mais que suficientes, para outros, mais ansiosos e fechados, esse tratamento pode levar 8 semanas ou mais, por exemplo. Por isso é muito importante que você se condicione física, mental e espiritualmente antes de agendar a sua terapia. Experiência própria, acredite!
“Só aqueles que conseguem ir além das limitações da lógica racional que conseguem intuir” – Osho
Checklist básico para a sua T.R.E
Tudo certo? Chegou até aqui? Então agora é a hora de se preparar para uma consulta. No meu caso, nos vimos de forma remota, mas essas recomendações servem tanto para encontros presenciais ou online. Vamos à lista?
- Vista roupas leves e confortáveis;
- Ingira alimentos leves ou mantenha-se em jejum (caso sua consulta seja pela manhã);
- Na noite anterior à terapia, faça uma oração ao seu Mentor Espiritual, Anjo da Guarda ou entidade na qual esteja habituado a se referir;
- Um dia antes da sessão, abstenha-se do uso de drogas (excluindo medicamentos prescritos) e /ou bebidas alcoólicas;
- Caso a sessão seja online, priorize o uso de fones de ouvido para abafar o som externo (mas não é obrigatório);
- Mantenha silêncio no ambiente por, pelo menos, duas horas;
- Evite a interferência de cheiros, como velas, incensos ou janelas abertas (no caso de sessões online);
- No momento da terapia, dispa-se de dogmas ou restrições. Apenas esteja sempre de mente e coração abertos!
As semanas seguintes…
Para finalizar esse guia/relato, logo nos três primeiros dias após a primeira consulta, sonhos muito mais vívidos e duas paralisias do sono seguidas, na mesma noite. Entrei em contato com o Dr. Shimoda e, prontamente, ele me orientou a tentar me acalmar diante desses episódios e realizar a Oração do Perdão, que já citei anteriormente. De fato, essa oração me pegou de surpresa, pois uma possível presença espiritual das trevas poderia estar se alimentando de um sentimento mal resolvido nesta ou em outras vidas — e facilmente identifiquei dois ainda nesta encarnação.
Meus sonhos também ganharam um novo aspecto. Em muitos deles, eu não era mais a personagem principal; era uma espectadora de personagens que sequer conhecia.
Quando era a protagonista, acontecimentos de morte, agressão, desprezo, roubo ou ameaça eram constantes, e quase sempre acordava sem ar. Prontamente, na próxima sessão, explicações, respostas e o apaziguar do espírito.
A partir do momento em que você se despe da mente consciente e se permite acessar novos planos, muita coisa passa a fazer sentido. E mediante cada sessão de T.R.E., as peças vão se encaixando. Você passa a compreender o porquê de ser quem é, de ter a família que tem, o emprego que te compete, as alegrias que sente e as tristezas que te fazem querer desistir.
Você não está aqui por um mero acaso. Você não passa pelas felicidades e dificuldades nessa vida apenas por seus próprios méritos ou por falta de capacidade, seja ela sua ou de quem vive ao seu redor. Você é parte de um plano maior, que se desenrola há séculos, quiçá milênios, e que pousa sobre os dias de hoje para que você viva, reflita e evolua!
Meu tratamento segue em frente, e pretendo contar os detalhes para vocês em novos episódios. Nos vemos em breve!
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