Dicas para dormir melhor (parte 3), por Gabhishak
Esse texto foi escrito com todo o cuidado e carinho por um autor convidado. O conteúdo é da sua responsabilidade, não refletindo, necessariamente, a opinião do WeMystic Brasil.
Nesta terceira e última parte do artigo sobre ‘dormir melhor’, falaremos sobre técnicas e outras dicas práticas.
Antes, é importante ressaltar que não existe uma fórmula mágica. A questão costuma ser muito individual. Talvez o método que sirva para alguns não seja útil para outros.
É exatamente como ocorre com as técnicas de meditação.
A pessoa interessada deve recorrer a um instrutor com experiência e conhecimento multidisciplinar.
O professor ou profissional de meditação deve ter uma boa caixa de ferramentas à mão. Seus atendimentos funcionam como em um consultório médico. Existe a avaliação do ‘paciente’ e uma prescrição. Em sua ‘receita’ devem estar apontados:
- qual o método ou técnica;
- periodicidade;
- efeitos esperados e cuidados necessários e;
- data de retorno para reavaliação.
Essa é base.
Voltemos.
Há diversas técnicas que podem ajudar, uma vez que, invariavelmente, a qualidade do sono é prejudicada pela mente ruidosa, pelo volume e ritmo incessante de pensamentos que afetam o estado emocional e, não obstante, o corpo.
A mente não desliga nunca. Estamos (mal) acostumados a emendar uma atividade na outra, sem parar. Não há descanso. E mesmo quando supostamente devemos dormir, a mente continua a ‘gritar’ através dos sonhos.
Estamos sempre na ‘correria’ e falamos isso como se fosse normal.
Não é normal. É uma disfunção do organismo.
Nenhuma máquina suporta esse ritmo incessante por muito tempo; nem mesmo a máquina humana, o corpo humano.
A mente somatiza no corpo.
Aquele que deveria dormir (o corpo) não dorme já que aquela que deveria parar (a mente) não desliga nunca.
A meditação, melhor dizendo, as técnicas de meditação entram aqui como um interruptor com a sigla ‘off’. Através da técnica certa, quiçá, poderemos aprender a desligar o motor um pouquinho, aliviando a tensão, arrefecendo a engrenagem, possibilitando ao equipamento um merecido descanso.
Esse descanso (pausa) deve ocorrer quando estamos conscientes (acordados) para que, gradualmente, avance e encontre o sono. Consciente e inconsciente são partes da mente, motivo pelo qual devemos praticar acordados a fim de verificar os resultados dormindo.
No momento em que escrevo esse texto, duas práticas me ocorrem como sugestão para quem está com algum distúrbio no sono: meditação vipassana e respiração diafragmática.
Vipassana (uma das formas de praticar)
Sente-se com a espinha ereta e uma postura razoavelmente confortável que permita que você fique alerta por alguns minutos. Os olhos são fechados e a respiração normal. Permaneça o mais imóvel possível, mudando de posição somente se for realmente necessário.
Enquanto está sentado, o objetivo principal é observar a barriga subindo e descendo – um pouco acima do umbigo – causados pela inspiração e expiração.
AVISO: Essa não é uma técnica de concentração;
portanto, enquanto você observa sua respiração, muitas outras coisas podem desviar sua atenção.
Nesta técnica, nada é uma distração; portanto, quando surgir qualquer outra coisa, pare de observar a respiração e preste atenção ao que está acontecendo; sejam pensamentos, sentimentos, julgamentos, sensações corporais, impressões do mundo exterior etc.
Dê-se conta que sua atenção está em outra coisa e volte para a respiração. O processo de observar é o que é significativo, não o que você está observando. Portanto, lembre-se de não se identificar com o que surge e aproveite a experiência.
A posologia é: faça por pelo menos dez minutos, duas vezes ao dia, uma delas antes de dormir. Aumente o tempo de prática gradualmente até atingir quarenta minutos.
Respiração diafragmática
Parecida com a vipassana com atenção à barriga. A única diferença é a ênfase. Aqui, o praticante deve intencionalmente levar a respiração até a parte mais baixa da barriga. A barriga sobe primeiro, o plexo solar e o diafragma sobem depois. O praticante pode usar uma das mãos, colocando-a sobre a região abdominal, para que sinta melhor o movimento de subida e descida, de entrada e saída do ar. Na respiração diafragmática usamos a capacidade completa dos aparelho respiratório, enchemos e esvaziamos. Podemos praticar sentados ou deitados.
Posologia: fazer pelo menos duas vezes ao dia, entre cinco e dez minutos cada vez. Antes de dormir é recomendado. Pode ser realizada em diversos momentos do dia, pois relaxa e acalma a mente.
Outras dicas para dormir melhor:
- a prática meditativa deve ser a última coisa a ser feita antes de dormir;
- nenhum equipamento eletrônico na cabeceira da cama. Tvs, roteadores e outros devices desligados da tomada;
- jejum intermitente (leia nosso artigo sobre jejum aqui);
- última refeição (jantar e/ou ceia) leve, de preferência frutas, comida crua ou suco natural;
- series, redes sociais, netflix, whatsapp ou qualquer desses estímulos até 40 min. antes no máximo;
- sem celular no quarto, não carregue o celular no quarto; se tiver q deixar deixe fora longe da cama em modo avião;
- ambiente escuro: só assim o corpo produz melatonina;
- disciplina: crie um ritual antes de dormir com horário pre-definido;
- tome um banho quente/morno e depois um chá;
- alguns chás para dormir melhor, do mais fraco ao mais forte: camomila, passiflora (folha do maracujá), mulungu e valeriana.
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*esse texto é de responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, a opinião do WeMystic.
** para sua segurança e melhores resultados consulte sempre um profissional de meditação.
*** as técnicas de meditação não substituem orientação ou tratamento dos médicos, nutricionistas, psicólogos e demais profissionais da saúde.
Fontes:
Os textos do autor, em geral, são baseados em sua experiência pessoal, no Livro The Book of Secrets, Volumes I ao VI, de OSHO, e na relação de discipulado com o Mestre Zen Satyaprem.
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