Sobre a dor do Amor…
Esse texto foi escrito com todo o cuidado e carinho por um autor convidado. O conteúdo é da sua responsabilidade, não refletindo, necessariamente, a opinião do WeMystic Brasil.
Olá!
Quem nunca sofreu por amor, não é mesmo? Não importa o quanto a gente corra, o quanto a gente se esconda, o quanto a gente cresça e amadureça: essa dor sempre nos espreita como um inimigo oculto que, a qualquer momento, pode dar as caras e nos pegar de surpresa. O amor, às vezes, parece tão sorrateiro que nos pega naqueles momentos onde nos sentimos mais fortes e invencíveis, pode acontecer num metrô lotado, na fila da lotérica ou no escritório.
O amor também é algo bastante traiçoeiro. Ele pode se apresentar a você exatamente na hora em que você já está tomado de amor por outro. Ele pode te tomar de diversas formas: mais carnal, mais espiritual, mais sentimental. Na forma de respeito, tesão, amizade, admiração.
Os gregos definem o amor como deuses: Eros, Philos e Ágape, por exemplo. Cada um deles com suas peculiaridades e particularidades, cada um deles com suas armas e vontades e, sinceramente? Quem sou eu pra discordar dos gregos?
Acontece que o Amor dói
Dói porque ele nos dá esperanças e essa coisa nos frustra quando a esperança não tem resposta. E quanto mais esperamos, mais frustrados ficamos até que…
… até que um dia o Amor nos dá a chance de correspondências e nós nos apaixonamos (abraçamos Eros) e essa paixão é correspondida.
Dominar esta arte é dominar a vida, ser aquilo que nós chamamos de um “discípulo de Eros”, pois ela movimenta nossos instintos mais básicos da vida: nos oferece proteção, nos oferece acalanto, sentimento de pertencimento a um grupo. Nos dá ideias para o futuro e planos… coisas sem as quais entramos em depressão ou ansiedade… coisas de nosso cérebro querendo dopamina. Faz parte.
Não posso dizer que o Amor não seja sublime, mas o que posso dizer é que o Amor é, como todo o restante dos sentimentos que temos, uma armadilha. Ou nós somos senhores dele, ou ele nos domina e, quando domina, nos leva para onde ele quer, não nós. A partir deste momento, nós costumamos dizer que o Amor adoeceu.
Quando o Amor adoece
Quando o Amor adoece, coisas como liberdade e autonomia deixam de existir e autonomia é tudo o que precisamos hoje em dia. Controlar nossas vidas nos deixa, por incrível que pareça, mais tranquilos. O Amor doente tira isso de nós e substitui pela vontade do outro. “O outro manda, eu faço o que o outro quer”. Deixo os amigos de lado, deixo a família de lado e parto como um curativo para esse Amor doente, esperando que ele melhore.
Vou contar uma coisa para você: a Amor não funciona assim. O Amor não é, em si, um sentimento que nós temos, ele é um caldeirão onde os sentimentos fervilham e o alimento que sairá deste caldeirão, é aquele cujo ingrediente nós colocamos em maior quantidade.
“Cultivar o Amor”, acho eu, foi uma das coisas mais sábias que já nos disseram. Quando colocamos esse desbalanço de subserviência versus dominância, o que colhemos é… bom, nada que seja bom.
Confuso, não é? Entretanto, quem de nós não quer o Amor, não o deseja como desejamos o alimento quando temos fome?
O Amor é um sentimento múltiplo
O importante aqui, e é a mensagem que quero deixar a você, é que o Amor é um sentimento múltiplo; não existem fórmulas para ele acontecer ou receitas para se colocar no caldeirão: você sempre terá que agir por instinto e ver no que dá. Às vezes pode dar certo por muito tempo, até que o tal do Eros se torne Philos e viva para sempre. Às vezes dá certo por um curto espaço de tempo até que Eros se enjoa e vai embora, mas se tem uma coisa que posso te dizer é que o Amor sempre vale a pena. Pode doer em algum momento, mas essa dor é como aquela da academia: é uma dor que a gente sente pra construir um músculo e nos deixar mais fortes para a vida.
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