Emotional Minimalism: simplificar emoções com o Minimalismo Emocional
Uma mente acelerada que multiplica pensamentos. Emoções e sentimentos que transbordam. Memórias que se acumulam. Tudo isto deixa-nos cansados e exaustos. E se fosse possível simplificar o nosso interior e viver de uma forma mais leve e organizada? Esta é a proposta do Emotional Minimalism, traduzido para português como Minimalismo Emocional. Mais que um processo, trata-se de um estilo de vida que nos convida a definir prioridades, em busca de uma vida mais simples e consistente com o nosso propósito. Quer saber mais? Continue conosco!
O excesso faz parte do nosso dia a dia. No plano físico, o consumismo abre caminho para a acumulação de bens que, na maior parte das vezes, se revelam supérfluos. Diariamente, gastamos tempo, energia e recursos para manter tudo aquilo que julgamos possuir e, assim, acabamos por desviar a nossa atenção do que verdadeiramente importa. No plano emocional, acontece o mesmo.
Alimentamos pensamentos, emoções, sentimentos e memórias que acabam por criar uma espécie de cativeiro emocional. Sem querer, transformamo-nos em prisioneiros emocionais de uma prisão em que os algozes somos nós próprios. Como quebrar as algemas e libertar-se dessa escravidão emocional? Para o Emotional Minimalism, ou Minimalismo Emocional, a resposta é simplificar.
Quem já trilha o caminho da evolução pessoal, sabe, por experiência própria, que ser simples é um processo que requer um esforço diário. Todos os dias, há que renovar o compromisso consigo mesmo e manter-se focado nos propósitos estabelecidos. Com o objetivo de ajudá-lo, vamos partilhar aqui neste artigo, dicas e sugestões de como implementar o Emotional Minimalism – Minimalismo Emocional na sua vida. Uma espécie de guia que poderá consultar sempre que precisar.
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Você não é o seu lixo emocional
Imagine uma vida mais leve, sem o peso das emoções de memórias passadas. Como seria viver, independentemente das emoções que sentisse? A independência emocional é algo que muitos anseiam e, no entanto, são poucos os que conseguem alcançar. O processo de emancipação começa pela vontade de assumir os destinos da sua própria vida, recusando a ideia de incapacidade.
Depois, há que estar atento e ouvir-se a si próprio. Vigiar pensamentos e emoções, sem a pretensão da resistência, e, por fim, deixar ir tudo o que não contribui para aumentar o seu coração. Olhar para si, com olhos generosos, e reconhecer que você não é as suas emoções é o primeiro de muitos passos no caminho da evolução e do Emotional Minimalism – Minimalismo Emocional.
As emoções negativas são, normalmente, sentidas de uma forma muito forte. A raiva, o ódio, o ciúme e a inveja são sentimentos que provocam uma forte descarga de adrenalina no nosso corpo. Por vezes, agarramo-nos a essa sensação e ficamos dependentes dos batimentos mais acelerados do nosso coração. É por isso que, muitas vezes, somos apanhados a experienciar, e até mesmo a reviver, emoções e sentimentos menos bons, muitas vezes prejudiciais ao nosso organismo. Apesar de conhecermos a sua natureza negativa, continuamos a alimentá-los porque nos fazem sentir vivos. Enquanto isso, acumulamos uma parafernália emocional que coloca em dúvida a nossa verdadeira essência. Mas, acredite, você não é o seu lixo emocional. Leia também esse artigo e aprenda a limpar o seu lixo mental.
Quem são os acumuladores emocionais?
Há quem acumule coisas e encha a sua vida com objetos, muitos deles inúteis. A síndrome pode ser explicada, de uma forma muito resumida, pela aquisição excessiva de objetos e a incapacidade de descartá-los. O resultado não é bonito de ver. Nas suas casas falta espaço para as pessoas circularem e, não raras as vezes, o lixo também se acumula. Nos casos mais graves, há mofo nas paredes. Quando os quartos estão ocupados com objetos, as pessoas dormem no sofá. A casa deixa de cumprir a sua função, a de ser um lar, e transforma-se numa espécie de contentor que guarda os objetos sem qualquer tipo de seleção.
No plano emocional, acontece algo semelhante. Os acumuladores emocionais desconhecem o que é o desapego emocional e acumulam memórias, emoções e sentimentos. Enchem a sua mente e o seu coração com situações do passado e as memórias atingem um peso superior ao que podem suportar. O lixo emocional acumulado contamina o que está saudável e as suas vidas tornam-se mais pesadas, sendo cada vez mais complicado avançar na jornada da evolução pessoal. É neste sentido que o Emotional Minimalism – Minimalismo Emocional funciona como uma técnica capaz de devolver a leveza que muitos precisam para continuar a avançar.
Apesar de sofrerem as consequências dos seus atos, são muitos os acumuladores emocionais que não sabem que padecem desse mal. Os acumuladores emocionais, normalmente, têm:
- Emoções reprimidas: Encarar as situações de frente e lidar com as pessoas é fundamental para quem quer liberdade emocional. Sentir e aceitar as suas emoções é promover o fluxo saudável da vida. Não se engane ao reprimir as suas emoções. Procure, antes, senti-las e reconhecer o que fazem ao seu organismo. Tome consciência das suas emoções, sinta-as e deixe-as ir;
- Expetativas altas: Quem espera algo de alguém ou da vida, acaba sempre por sentir-se frustrado e a frustração é um lixo emocional que deve ser jogado fora o mais rapidamente possível. Aceite e aceite-se incondicionalmente. Lembre-se que, ao esperar algo de uma pessoa, você coloca no outro um peso que, ao mesmo tempo, também carrega. Essa situação não é saudável, nem para si, nem para o outro. Procure controlar o grau de intensidade das suas expetativas. Assim, não irá sentir-se frustrado desnecessariamente, nem atrair outros sentimentos menos bons, os chamados sentimentos azedos;
- Sentimentos azedos: Rancor, mágoa e ódio são alguns exemplos de sentimentos azedos. A origem de muitos desses sentimentos é a raiva que, de acordo com o dicionário, pode ser explicada como uma fúria intensa que se manifesta através da agressividade física ou verbal. Pode também ser explicada como uma grande irritação ou aversão a algo ou alguém e, por fim, para o que nos interessa neste tema, como um desejo ou apetite intenso ou irresistível. O que fazer então? A energia provocada pela raiva deve ser tratada assim que for sentida. Ou seja, devemos assumir o protagonismo das nossas próprias vidas e fazer, a cada momento, o que as situações exigem de nós. Essa é a única forma de não culpar o outro e, mais tarde, sentir que foi vítima da situação. Recorde-se que os sentimentos azedos prejudicam o organismo e debilitam outros sentimentos saudáveis como a alegria, paz, amor, serenidade, gratidão ou compaixão.
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O desapego e o Emotional Minimalism – Minimalismo Emocional
Se já conseguiu perceber melhor a dinâmica dos acumuladores emocionais, conseguiu também compreender que a sua maior dificuldade prende-se com o desapego emocional, um dos pilares que sustentam o Emotional Minimalism – Minimalismo Emocional. Durante a jornada de evolução pessoal, é normal que as pessoas tropecem em alguns obstáculos quando o assunto é desapego emocional. Nas próximas linhas, vamos partilhar algumas sugestões de como praticar o desapego emocional à luz do processo de Emotional Minimalism – Minimalismo Emocional:
- Ouvir o seu próprio corpo é extremamente importante para qualquer cura emocional. Qual a sua reação quando ouve determinada música? E quando fala sobre certa pessoa ou vai a determinado lugar? Conhecer-se, estar atento às emoções que surgem e analisar essas mesmas emoções é o começo de tudo;
- A vitimização, a carência, a culpa, o orgulho ou a rejeição contribuem, em larga escala, para que o processo de desapego emocional falhe. A resposta é responsabilizar-se, aceitar e aceitar-se;
- Você não deve lealdade às suas emoções. Por isso, esteja à vontade para deixá-las ir;
- Reconheça o peso que algumas emoções, pensamentos, situações e pessoas trazem para a sua vida;
- Mude a sua perspetiva e troque as perguntas que alimentam as suas emoções;
- Não permita a recriação de emoções que machucam ou são prejudiciais. Não alimente o que pode matá-lo. Lembre-se que na memória emocional deve permanecer apenas o que tem propósito de crescimento ou de empoderamento.
A tudo isto, basta acrescentar uma boa dose de vontade e persistência que, de resto, funcionam como as principais atitudes a ter em qualquer processo.
Simplificar e escolher
Até agora, você aprendeu que o desapego emocional funciona como a porta de entrada para o Emotional Minimalism – Minimalismo Emocional, na medida em que prepara os indivíduos para o processo de simplificar as suas emoções. No entanto, o Emotional Minimalism – Minimalismo Emocional vai além de deixar ir o que já não serve e foca-se também na escolha. Mais precisamente, em escolher como lidar com as emoções.
Seja no plano físico ou emocional, temos falado da importância de livrar-se do velho e abrir espaço para o novo. Dos objetos às emoções, passando pelas pessoas e situações. Da necessidade em organizar a casa, a mente e o coração.
O Emotional Minimalism – Minimalismo Emocional mostra-nos que se não escutarmos o nosso corpo e reconhecermos as nossas emoções, abrimos espaço para acumulação e essa multiplicidade de sentimentos distrai-nos dos nossos reais valores. Diariamente, experienciamos e somos confrontados com diversos pensamentos, emoções e memórias. Se dermos asas à nossa imaginação ou se somarmos a isso, alguns sentimentos azedos, facilmente nos transformamos num acidente prestes a acontecer. É neste sentido que o Emotional Minimalism – Minimalismo Emocional privilegia também a forma como lidamos com as nossas emoções. Para isso, é essencial que:
- Mergulhe em si mesmo e veja cada emoção que sente. Nessa viagem pelo seu interior, reconheça os padrões que se repetem e vá ao fundo de cada emoção. Traga à tona e exponha à luz o que sente e não se envergonhe de nada. Não reprima sentimentos e encare de frente as suas emoções. Chame-as pelo nome e trate-as sem qualquer tipo de formalidade;
- Escreva tudo o que sente e, de forma pormenorizada, liste as suas emoções. Despeje no papel o resultado da sua viagem interior. Depois queime o papel ou rasgue e deixe o vento levar;
- Abra espaço para que o novo preencha a sua mente e coração. Procure aprender coisas novas, conhecer novas pessoas, viver novas situações e sentir novos sentimentos;
- Acredite, sempre. O Emotional Minimalism – Minimalismo Emocional não é um processo fácil, mas certamente é dos mais importantes. Haverá momentos em que você irá pensar que não há evolução na sua aprendizagem. Não ceda a esses pensamentos e persevere! Esforce todos os dias e esteja atento: regue apenas o que quer ver florescer.
Para que alcance uma vida mais plena e com sentido, o conceito de minimalismo deve ser o mais abrangente possível. Você poderá aplicá-lo em diferentes áreas da sua vida: do emocional ao físico, passando também – e por que não? – pelo digital. Simplifique processos e emoções. Simplifique tarefas e compartimentos. Escolha sempre o que possuir o significado mais acertado para você!
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