Vamos falar de empreendedorismo com expressão espiritual?
Esse texto foi escrito com todo o cuidado e carinho por um autor convidado. O conteúdo é da sua responsabilidade, não refletindo, necessariamente, a opinião do WeMystic Brasil.
Empresas privadas de expressão espiritual têm meios lucrativos para fins transformadores. Explico. Ao registrar uma empresa é elaborado um contrato social, documento com validade jurídica, que nada mais é que um acordo com a sociedade. Lá está descrito como a empresa pretende contribuir com a evolução da sociedade com seus produtos ou serviços.
Muito do que se faz dentro de Círculo, por exemplo, é fruto de uma interação multidimensional, um intercâmbio lúcido. E isso não significa seguir cegamente a espiritualidade, muito menos ficar sentado esperando tudo acontecer. É nosso papel e dever achar os meios para fazer acontecer e colocar “a mão na massa”.
Eu entendo que o Círculo, como empresa e escola de cursos livres que é, utiliza seus recursos para fins transformadores, porque vejo isso todos os dias nos relatos e depoimentos dos alunos nos cursos e conteúdos que geramos. Essa é a maior prova da transformação que promovemos.
Empreendemos, geramos empregos, produzimos conhecimento com uma equipe de profissionais e professores, e sugerimos caminhos para as pessoas buscarem sua ampliação de consciência. Vejam bem, cada indivíduo busca e percorre o seu caminho, não fazemos nenhum milagre ou mágica. Facilitamos apenas o acesso ao conhecimento de forma estruturada e com tecnologia.
Mas como disse o filósofo e sociólogo Zygmunt Bauman, estamos no tempo de interregno, quando dois paradigmas convivem. E então temos o choque de opiniões e polaridades. Contribuição e colaboração são palavras muito presentes nos últimos anos no mercado de trabalho, mas ainda temos muita competição e exploração.
Diferentes esferas de poder convivendo
Política, religião e organizações não-governamentais são três esferas de poder na nossa sociedade. E por mais que saibamos que existe corrupção dos propósitos e ideias, é na política que muitas das decisões acontecem. Outras tantas estão na esfera da religião, em especial a noção de relação com o divino. E as ONGs têm exercício de poder quando movem o apoio popular. E está tudo certo.
Porém, nenhuma dessas três esferas gera a própria renda. A política usa dos recursos públicos que vem dos cidadãos. As religiões sustentam suas estruturas com o que vem das pessoas que as seguem. E as ONGs, alguém financia e, por consequência, impõe seu poder, pois sem dinheiro nada funciona.
Minha conclusão foi de que se para fazer transformações em nosso sistema econômico e social é preciso de dinheiro, ele está nas empresas. Uma mudança substancial da nossa sociedade pode ser gerada quando compreendermos que precisamos produzir uma melhor qualidade de empresários e empreendedores.
Enquanto não estivermos genuinamente interessados em contribuir para a evolução das pessoas, mas apenas para ações orientadas a explorar mercados consumidores, mão de obra barata e recursos naturais, estaremos subvertendo e retroalimentando todo um esquema complexo de corrupção que permeia o governo, as ONGs e a religião.
Para mim, a grande capacidade de realização no nosso atual sistema econômico está nas mãos dos empresários. É urgente que a gente contribua para a formação de uma classe de empreendedores com maior qualidade moral e ética. Com maior comprometimento com a evolução sistêmica dos que nos cercam. E quando falo de empresário, não estou falando dos grandes e bilionários. Estou falando de pequenas e médias empresas, startups, que podem ter grandes atitudes, pois ainda possuem estrutura compacta.
Pequenas atitudes bem feitas podem provocar grandes transformações. É sobre isso que falo e convido a acompanhar meu novo projeto, o podcast Simboraê, sobre empreendedorismo, espiritualidade e exoconsciência. Acesse pelo canal do Círculo no YouTube ou principais agregadores de podcast Spotify, Deezer e Google.
Juliano Pozati