Permita-se silenciar a sua mente e siga a voz do seu coração
Entrevista com autor convidado WeMystic: Danielle Wang
Danielle Wang
Permita-se silenciar a sua mente e siga a voz do seu coração
“Missão: facilitar o direcionamento e evolução da humanidade através da expansão da consciência” – Danielle Wang, em entrevista ao Wemystic Brasil, numa conversa profundamente inspiradora sobre a vida, a felicidade e a necessidade de “atenção plena” no nosso dia-a-dia.
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Em meio a cobrança da nossa sociedade, mudar de carreira depois dos 30 anos atrai conselhos (muitas vezes um “não faça isso”) e julgamentos. No entanto, como no seu caso, essa transição permitiu que você se conectasse com a própria essência e abraçasse novamente seu propósito de vida. Em termos de objetivos e autoconhecimento, o que você diria para as pessoas que almejam passar por uma transformação como essa?
Muitas pessoas têm um modelo muito condicionado do significado de felicidade e sucesso. Condicionamentos estes que incluem o que devemos fazer ou não fazer, qual caminho seguir e qual etapa de vida devemos estar em determinada idade. Sinto, porém, que não existe uma fórmula pronta, uma definição exata do que é ser realmente feliz. Cada ser humano possui uma história, valores, recursos e contexto que são muito importantes serem considerados ao fazer uma transição significativa.
A minha transição aconteceu de uma forma bastante desruptiva. Tive uma excelente educação e liberdade de escolhas. Em algum momento percebi que as minhas escolhas não estavam me fazendo feliz, pois eram escolhas baseadas no que eu acreditava que se era esperado de mim. Faltava propósito e alma. Aos 30 anos larguei tudo, carreira promissora, títulos acadêmicos, casa, carro e namorado e fui embora apenas com uma passagem de ida para uma viagem em busca de algo que eu não sabia ao certo o que era. Foi um processo bastante profundo de autoconhecimento e transformação. Estourei uma grande bolha, atravessei as largas fronteiras da zona de conforto e, dois anos depois, não tinha dúvidas que era necessária uma transição de lifestyle e carreira.
Hoje vejo que não existe certo ou errado. Não é necessário abandonar tudo e começar do zero. Cada um deve achar a sua própria definição de felicidade, mantendo a mente aberta e se permitindo a mudanças. O autoconhecimento é fundamental neste processo, pois permite a quebra destes condicionamentos culturais e sociais para de fato ouvir o chamado da alma, se conectando com a sua essência, silenciando a voz do ego e finalmente seguir a sua missão de vida. O próprio caminho vai se criando ao caminhar e ao longo da jornada passamos a nos conhecer ainda mais, moldando e refinando as infinitas possibilidades que pode ser a nossa existência.
Se há um conselho que eu diria para o leitor, então que seja: permita-se silenciar a sua mente, e siga a voz do seu coração (a intuição), sem pensar nos padrões que a sociedade impõe. Crie coragem (mesma etimologia da palavra coração) e corra atrás daquilo que você acha que te dará um senso verdadeiro de felicidade e autorrealização. Desenvolva uma consciência atenta para evitar reações da criança ferida e agir a partir do misterioso suspiro da alma.
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Quando falamos em propósito de vida, há quem se prenda apenas ao campo profissional, associando-o a talentos ou vocações. Entretanto, esse conceito é muito mais profundo, abrangente e transformador. Como viver o momento presente pode nos auxiliar nesse processo de descobertas?
Todo Ser humano nasce com uma missão de vida, uma missão de alma, que é conhecido como dharma no budismo e hinduísmo. É o grande propósito de vida. Também nascemos cada um com uma inclinação à uma personalidade, ou a essência individual e única.
Porém, conforme crescemos, vamos nos desenvolvemos através das condições culturais, da relação com a família, com a troca de experiências e assim vamos moldando a nossa personalidade. Todos nós desempenhamos vários papéis na vida, em diferentes áreas (no trabalho, nas relações de família e amigos, no lazer, no estudo/intelectual, no cuidado do corpo físico, emocional e espiritual, etc.). Em cada uma dessas áreas, nós temos diferentes aspectos do nosso ‘eu’, ou seja, representamos “personagens” diferentes, criando assim a nossa história de vida.
Ao nos moldarmos conforme o contexto, sofrendo influencias e talvez se afastando da nossa verdadeira essência, vamos criando desejos por coisas que nos foram ofertadas ou vendidas como sendo necessárias e verdadeiras.
E quando mergulhamos no autoconhecimento, vamos (re)descobrindo qual é a nossa verdade, a missão, o propósito dessa vida. Vamos nos reconectando com as nossas paixões e o que nos traz felicidade intrínseca, que pode chegar de várias maneiras, em diferentes momentos e intensidades. E por isso que a atenção plena, o mindfulness é tão importante. É importante para que possamos ter autoconhecimento e saber diferenciar o que é a verdadeira voz da intuição, a voz da alma e o que é o conhecimento interno, aquele que nos foi dado e vendido.
Esse autoconhecimento, esse saber quem você verdadeiramente é, traz mais refinamento e clareza, é como se estivéssemos moldando um diamante e fazendo com que ele seja mais perfeito. Todos nós somos diamantes, ou seja, almas, fagulhas divinas, uma obra de Deus. Basta reacendermos a nossa chama, a nossa verdade.
Não existe certo ou errado. Não é necessário abandonar tudo e começar do zero. Cada um deve achar a sua própria definição de felicidade, mantendo a mente aberta e se permitindo a mudanças.
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Muitas doenças de ordem física como a fibromialgia ou ainda dermatológicas como a psoríase são agravadas quando há um desequilíbrio emocional. Como a atenção plena beneficia casos como esses?
A ciência da meditação descobriu que ela ajuda o paciente a perceber o quanto as questões emocionais agravam e afetam as doenças autoimunes. Já é comprovado que a prática da meditação traz a autorregulação hormonal, a partir da ativação neurológica.
A pessoa que sofre emocionalmente com uma dor localizada, acaba tornando dessa dor um grande sofrimento, porque possivelmente a dor em si não é o que está incomodando mais essa pessoa, mas provavelmente algum ressentimento que gerou essa dor ou uma preocupação sobre o que esta dor pode causar. E essa camada emocional é o que acaba aumentando o sofrimento em relação à própria dor em si.
Vamos exemplificar: Uma pessoa sofre alguma lesão. Ao invés dela ficar somente no fato da dor, começam a surgir preocupação ao redor do contexto. Ela fica preocupada porque não vai poder participar do campeonato, questionando se deveria não ter ido para o local onde sofreu o acidente, pensando que não poderá carregar tal peso, etc.
Isso tudo acontece dentro do universo da doença autoimune. O mindfulness ajuda a pessoa a perceber o que é a realidade em si, aceitar o quadro de dor (e somente a dor) com acolhimento, não lutando contra o momento presente e assim sendo mais gentil consigo mesmo. Isso por si só é um alívio, pois deixamos de viver em sofrimento, passando a viver aquela situação simplesmente como ela é, percebendo muitas vezes que não é tão ruim quanto imaginamos.
Gosto de citar uma fala de Jon Kabat-Zinn, que é o grande sistematizador do mindfulness nos tempos modernos com iniciativa que tomou berço na área hospitalar: “Com atenção plena, as pessoas deixam de sobreviver e passam a viver.”
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Agora, no que diz respeito a transtornos mentais como a depressão, a bipolaridade, a esquizofrenia, ou mesmo transtornos de desenvolvimento, como o autismo, as práticas de mindfulness também podem auxiliar essas pessoas a encontrar uma maior estabilidade mental e emocional — e consequentemente ter uma vida mais estável?
O mindfulness é extremamente benéfico para doenças mentais, inclusive nos casos extremos, pois permite que a pessoa tenha autopercepção e autoconsciência em relação aos seus comportamentos. Ele ajuda a perceber quais são as verbalizações mentais que acabam levando à determinado quadro mental, incluindo pequenos indícios de depressão ou ansiedade ainda não diagnosticado. O praticante ganha mais autodomínio sobre os seus estados emocionais e pensamentos.
Nos casos extremos, é importante citar que a prática de mindfulness deve ser iniciada quando o paciente está em um quadro mais estável, ou seja, fora de períodos críticos, pois assim ela consegue aprender e absorver as técnicas para depois aplicar em momentos de crise. Para este grupo, deve-se ter acompanhamento médico e terapêutico e as práticas são adaptadas, por exemplo mais curtas ou com movimento, até o praticante vai desenvolvendo mais habilidades emocionais, comportamentais e sociais.
Permita-se silenciar a sua mente, e siga a voz do seu coração (a intuição), sem pensar nos padrões que a sociedade impõe. Crie coragem (mesma etimologia da palavra coração) e corra atrás daquilo que você acha que te dará um senso verdadeiro de felicidade e autorrealização.
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Para quem ainda não adotou a prática como um estilo de vida, existe uma melhor hora do dia para praticar o mindfulness? Ou essa necessidade varia individualmente?
Mindfulness é mais do que uma técnica de meditação. É a capacidade de estar plenamente presente, intencionalmente consciente de onde está e o que está fazendo, sem julgar o momento presente. O treinamento para se atingir esse estado de consciência pode ser dividido em dois tipos de práticas principais: a formal e a informal.
A prática formal é conhecida aqui no ocidente como “meditação”, e apesar de ter técnicas ou áudios guiados que ajudam desenvolver a Atenção Plena, não é necessário seguir estereótipos como a posição de lótus. Existem 4 tipos de posturas para a prática formal: sentada (em lótus ou em uma cadeira com pés apoiados no solo), deitada, de pé e em movimento. É importante que a pessoa esteja confortável, trazendo equilíbrio entre a postura de atenção e uma postura relaxada. Em nenhuma destas posturas é necessário estar imóvel, permitindo-se fazer ajustes conscientemente.
Cada praticante terá que descobrir por si mesmo as posturas, duração e melhores horários. As necessidades irão variar individualmente, pois cada um vem com uma história, está em um ponto da jornada e contexto. Sobre a duração da prática, um tempo médio sugerido é de 20 minutos por dia. Para quem está começando, três respirações conscientes ou um minuto em silêncio já é um ponto de partida! Gradualmente o tempo vai aumentando para que a pessoa vá ganhando mais desenvoltura nas práticas fundamentais. É um treino constante, uma conquista. Por isso, é importante que você se permita sair da zona de conforto para desenvolver cada vez mais práticas longas em todas as posturas, levando os benefícios à vida cotidiana.
Como existem vários tipos de práticas, como focadas na respiração ou nas sensações corporais, é válido experimentar ouvir os áudios e levar os conceitos para a sua prática pessoal. Caso queira desenvolver Mindfulness com apoio de um áudio, te convido à ouvir minha playlist em diversos apps tais como Spotify, Deezer e Apple Music. É só pesquisar por “Flow of Life”. Também ofereço algumas dicas pelo instagram @flowoflife.com
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Muita gente ainda acha que para praticar o mindfulness é preciso estar imóvel, em posição de lótus, e assim permanecer por vários minutos. Você diria que é possível ter atenção plena enquanto caminha, faz suas tarefas diárias ou até mesmo pratica esportes?
Mindfulness não é apenas uma prática ou uma meditação, é sim um estilo de vida, um estado de consciência plena e atenção ao momento presente, onde você estiver e fazendo o que estiver fazendo. A prática informal é completamente incorporada ao nosso cotidiano, onde existem exercícios que nos ajudam a sair do piloto automático e começar a criar novos hábitos e progressivamente desenvolver a atenção plena nas tarefas do dia-a-dia.
Alguns exemplos são: lavar a louça com atenção plena, conversar com presença, alimentação consciente, perceber mudanças de humores ao longo do dia, cuidar mais da saúde, da postura e etc. Percebe como há integração com absolutamente tudo que você já faz hoje em dia?
Na prática de esportes, praticar mindfulness certamente irá te ajudar a ter melhor empenho! Exemplifico aqui alguns benefícios: manter a postura alinhada evitando dores, aumentar eficiência do uso de energia, fazer movimentos precisos, e respirar de maneira que contribui no desempenho fisiológico.
O mindfulness e meditação são importantes para que possamos ter autoconhecimento e saber diferenciar o que é a verdadeira voz da intuição, a voz da alma e o que é o conhecimento interno, aquele que nos foi dado e vendido.
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Enquanto para alguns deitar a cabeça no travesseiro é sinônimo de relaxamento e de abstrair preocupações, para outros a hora de dormir traz angústia e ansiedade. Como essas pessoas podem melhorar a qualidade do sono e ter uma vida mais produtiva?
Mindfulness é estar intencionalmente atento ao aqui e agora, na qual você pratica observando os eventos, ou fenômenos, que estão acontecendo no mundo interno (corpo físico, emocional e mental) e também no mundo externo (estímulos do ambiente, recebidos pelos nossos 5 sentidos).
Quando observamos os acontecimentos sem julgamento, aprendemos a aceitar qualquer fenômeno e deixar de querer mudar a experiência do momento presente. Por exemplo, a dor. A pessoa está experienciando a sensação física no corpo e começa a distinguir o que é a dor propriamente dita versus como as emoções se relacionam com a dor (angústia, preocupação, tristeza, fuga, etc). Isso normalmente vem com verbalizações mentais, pensamentos.
Quando estamos vivendo uma experiência, temos esses 3 níveis de percepção do que aquele estímulo está causando na gente: corpo físico, emoções e pensamentos. E muitas vezes levamos isso para a cama e deitamos com o corpo físico tenso, sem conseguir relaxar. Isso acontece porque o corpo emocional está sofrendo em relação aos pensamentos criados no corpo mental sobre o futuro (em forma de preocupações), passado (em forma de ressentimentos) ou fantasias (ilusões ou imaginações).
15% da população sofre de insônia. Esse índice é alto porque as pessoas não têm a autopercepção sobre mente, corpo e emoções. Quanto mais Atenção Plena você desenvolve, mais clareza se tem sobre o que tira o sono. Assim, vamos cada vez mais aprendendo a acolher as causas do sofrimento e se direcionando para uma vida mais plena!
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Segundo a teoria dos 21 dias, o ser humano precisa de, no mínimo, esse período de tempo para mudar um hábito. Isso também se aplica ao mindfulness, para que comece a fazer parte da rotina?
O mindfulness acontece momento a momento. A nossa vida é composta por desdobramentos de momentos, é um fluxo contínuo de ‘agoras’ e estamos constantemente fazendo escolhas, pensando em algo e sentindo algo no nosso corpo. O momento presente é absolutamente único. Vivemos em uma continuidade de momentos únicos. Às vezes ficamos apegados ao passado ou construindo um futuro e esquecemos de viver o momento presente, pois parece que o momento presente nunca é bom o suficiente. Mindfulness é a capacidade de se relembrar do momento presente constantemente.
Se você percebe que sua mente é indisciplinada e divaga muito, pode iniciar com as técnicas e práticas mais simples, que já ajudam a desenvolver o hábito de perceber o que está acontecendo no momento presente. Já o hábito da meditação formal gerará mudanças neurológicas. Quando se fica 21 dias intencionalmente resgatando o nosso momento presente, quantas vezes for, uma sementinha da presença é plantada no inconsciente e com isso o cérebro já começa a ter novas conexões sinápticas, a se desenvolver de uma maneira nova, criando novos caminhos neurais e se moldando de uma maneira diferente.
Por exemplo, o córtex pré-frontal, responsável por tomada de decisões, planejamentos, memória etc., começa a ficar mais ativo e desenvolvemos essa memória celular, de que essa região do cérebro foi um dia ativada dessa maneira. E a constância da meditação permite que esses circuitos neurais se fortaleça o suficiente para sustentar o estado contínuo de Atenção Plena.
A consciência plena também é um despertar por um verdadeiro amor e luz que habita absolutamente todos nós e todas as coisas deste planeta. É uma percepção muito profunda de que tudo é feito de energia, luz e amor.
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Atenção e consciência plenas: qual é o maior diferencial entre essas duas camadas de autoconhecimento e expansão?
Atenção plena é a tradução mais comum para Mindfulness, porque uma maior parte da sociedade precisa desenvolver primeiro a atenção ao momento presente usando corpo, emoções e pensamentos. Nessa fase desenvolvemos muitas das novas atitudes do Mindfulness, tais como, não-julgamento, aceitação, deixar ir, mente de principiante, paciência, etc.
Esse é o primeiro treinamento: estar atento ao aqui e agora. Quando isso acontece, existe uma nova camada ou dimensão de compreensão, na qual a pessoa consegue desenvolver consciência de um véu invisível onde se integra todos os acontecimentos. Ela passa a ter uma percepção das causas e consequências de eventos e de como todas as coisas são intimamente relacionadas e interdependentes. E esse despertar da consciência acontece somente a partir do momento em que ela tem atenção plena, ou seja, ela não está vivendo a ilusão dos seus condicionamentos e ego, mas passa a ter uma compreensão mais multidimensional do que de fato está acontecendo Aqui e Agora. Passa a ter uma consciência mais expandida, desperta.
A consciência plena também é um despertar por um verdadeiro amor e luz que habita absolutamente todos nós e todas as coisas deste planeta. É uma percepção muito profunda de que tudo é feito de energia, luz e amor.
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Seja em um simples passeio no final de semana ou durante um ano sabático: qual a importância de se lançar a novas experiências e viver intensamente o momento presente? Como uma viagem pode contribuir para o processo de autoconhecimento e de despertar para a realidade?
Eu sou suspeita para falar sobre isso, porque eu sempre fui uma pessoa extremamente curiosa e sempre gostei das coisas diferentes! E o mindfulness é ter uma mente de principiante, ou seja, a curiosidade de perceber que cada momento é diferente por si só. Cada ciclo respiratório é diferente um do outro e que nós podemos explorar o momento presente como algo novo que está acontecendo nas nossas vidas. Porém muitos de nós caímos numa rotina e ficamos presos dentro de um cotidiano sistematizado, como maquinários que criamos para a fomentar nossa própria vida, onde a vida acaba ficando cinza, sem novidades e sabores novos. Acabamos nos envolvendo em uma vida-ilusão que um dia almejamos e quanto mais cegos à nossa verdadeira natureza, mais desafiador se desvincular da ilusão.
Experienciar o novo é dar um respiro ao piloto-automático de sempre. Quando se está viajando para um lugar novo, com outras paisagens, comidas, aromas e línguas diferente, você se vê em situações onde necessariamente estará mais presente. Quando estamos em um ambiente novo, despertamos a mente de principiante, talvez uma maior curiosidade em relação ao viver. Quanto mais fora da zona de conforto, mais liberdade de ruptura e mais sensações inovadoras experienciamos.
O viajar pode nos trazer muita aprendizagem em relação ao autoconhecimento, de como lidamos com a situação nova. Nos cria oportunidades para sair da zona de conforto e nos permite desenvolver novas habilidades. Posso até me arriscar dizer que desenvolver a atenção plena com base em sensações intensas ou extremas, como viajar ou esportes radicais, pode ser viciante a ponto de não se contentar com a bela simplicidade que pode habitar o momento presente cotidiano.
Mindfulness não precisa preencher o Aqui e Agora com novas sensações e estímulos ou, a contrário, se esvaziar-se totalmente delas para entrar cada vez mais na experiência meditativa. Para quem está vivendo uma vida sem estímulos, dentro de uma zona de conforto pode, respeitando seu limite, colocar um estímulo para dar movimento à vida, dando inércia da não-ação e passar a ir atrás do que realmente deseja, como o seu propósito de vida, por exemplo.
É importante enfatizar aqui que Mindfulness traz equilíbrio ao caminhar pela jornada da vida. E por isso é importante contar com um mentor, coach, terapeuta ou alguém mais experiente que você, para que haja fluidez e sabedoria no seu despertar.
Quanto mais fora da zona de conforto, mais liberdade de ruptura e mais sensações inovadoras experienciamos.
Biografia
Danielle Wang atua como Coach de Autoconhecimento e Mindfulness e vê como missão facilitar o direcionamento e evolução da humanidade através da expansão da consciência.
Formada em Turismo pela Anhembi Morumbi e pós-graduada em Administração pela FGV-EAESP, atuou por mais de 15 anos em diversas áreas como Comercial, Finanças e Planejamento Estratégico de multinacionais líderes de segmento, tais como a Accor Hotels, Marsh & McLennan e a Serasa Experian.
Empreendedora por natureza, fundou o Flow of Life que está em expansão desenvolvendo pesquisas sobre o impacto da meditação em ambientes corporativos. Atualmente é trainer de Mindfulness e oferece formação para novos instrutores (formada pela Mindfulness Trainings International (MTI). Atua como mentora e life coach, (formada Coach e Practicioner em PNL pelo Instituto CrerSer Mais). Estudiosa, integra conhecimentos em diversas áreas na maneira como atua na vida pessoal e profissional, incluindo temas como comunicação, economia colaborativa, filosofias milenares e física quântica.