EQM: na fronteira da morte
As EQM ou Experiências de Quase Morte são casos extraordinários sobre pessoas que voltaram da morte e se lembram da experiência, do que vivenciaram durante o período em que estiveram clinicamente mortas. Ela ocorre quando um indivíduo é dado como morto por alguns minutos (sem batimentos cardíacos e sinais de atividade cerebral), mas acaba retornando à vida, geralmente com histórias surpreendentes sobre o outro lado. As EQMs são as evidências sobre a consciência fora do corpo mais próximas da ciência do que qualquer outra.
Além das histórias tocantes, os relatos de pessoas espalhadas pelo mundo contem tantas similaridades, que a EQM desafia a ciência e se torna, cada dia mais, uma evidência incontestável sobre a vida após a morte e consciência fora do corpo.
“Acredito piamente na vida após a morte. Não acho que poderia ser diferente por uma questão de justiça. Se terminasse tudo ali, dentro de um caixão, isso seria muito bom para os maus, que teriam suas culpas rescindidas como a contratos e niveladas aos bons”
Os médicos simplesmente não conseguem explicar o que veem e ouvem de seus pacientes, numa clara intersecção entre ciência e espiritualidade. O fenômeno é simplesmente incrível!
Porquê a EQM é uma prova do mundo espiritual?
A EQM é uma prova cabal do mundo espiritual. Sem sombra de dúvida. Ela pode até não provar que Deus existe, nem nos encaminhar para uma religião ou crença, mas ela atesta uma coisa muito simples: o espírito existe. E se o espírito existe, o que mais será verdade?
“O que conduz o mundo é o espírito e não a inteligência”
Para os materialistas, a morte é o fim. Esse é o consenso entre ateus e a verdade científica que domina até os dias de hoje. Nosso corpo é comandado pelo cérebro, e, quando ele morre, nós morremos também. Para os cientistas, não existe esse “algo a mais” que dá vida ao corpo; é o corpo pelo corpo, a biologia e nada mais. Porém, quando fica claro que pessoas conseguiram manter a consciência fora do corpo, isso cai por terra.
Muitos relatos de EQM falam de curas milagrosas e de encontro com parentes queridos já falecidos, além de mensagens e revelações que quem tem essa experiência traz quando volta dela. Mas tem casos em que simplesmente a pessoa ficou ali, na sala do hospital, consciente, embora não existam explicações científicas e médicas para que isso aconteça. Um exemplo que não é incomum são pessoas em coma, que chegam ao hospital com uma escala de morte elevadíssima e são socorridas e operadas. Já chegam desacordadas, ou seja, impossibilitadas de perceber o que se passa ao redor delas. Mas elas percebem. São capazes de descrever a sala de operações, as horas que o relógio marcava, quantos médicos haviam e os procedimentos feitos, com uma riqueza de detalhes impressionante. Uma delas chegou a descrever a calvície de um dos médicos, que só poderia ser vista por alguém com um ponto de vista proporcionado por um local alto.
Outro caso é de um paciente em coma que teve a dentadura removida e guardada por uma das enfermeiras. Após retornar do coma, o paciente se lembrava exatamente de qual enfermeira a tinha removido e onde a dentadura estava guardada, com detalhes do seu atendimento, apesar de ter tido morte cerebral.
A medicina ainda não sabe, por exemplo, como entender o fato de pessoas que estavam clinicamente mortas possam recordar de fatos ocorridos dentro das salas dos hospitais. Elas afirmam que estavam lá, conscientes e percebendo tudo o que se passava, “voando” em cima da sala. É claro que no início elas são tomadas pelo pânico, pois se veem na maca passando por todas essas intervenções, sem entender bem o que se passa. Entram em desespero e tentam voltar ao corpo, sem sucesso. Até que, em dado momento, são puxadas de volta e acordam novamente no corpo. Isso quando não vão para outras dimensões.
Elas estavam ali, flutuando na sala. Conscientes. Totalmente despertas e lúcidas, ao ponto de conseguirem revelar detalhes que não seriam capazes de perceber, a menos que estivessem lá de fato. É a prova de que a consciência existe fora do corpo. E o que é a consciência senão o espírito?
Similaridades nos relatos de EQM
São muitas as similaridades que encontramos nos relatos de EQM. Quase todas as pessoas afirmam terem passado por um túnel de luz, por onde caminharam em direção a essa luz e saíram “do outro lado”. Esse é sem dúvida a maior semelhança entre os relatos de EQM.
“Algo que senti nesse estado expansivo incrível, senti que estava em um mundo de clareza, em que compreendia tudo. Compreendi que tinha câncer. Compreendi que era muito maior, na realidade, todos somos muito maiores e mais poderosos do que percebemos quando estamos em nossos corpos físicos”
Além do túnel, a maioria das pessoas que alegam ter tido esse tipo de experiência, afirmam terem encontrado com parentes falecidos. São recebidos por eles, passam um tempo ali, visitam lugares, conversam. Em alguns casos, recebem informações e revelações sobre a família, sobre o mundo espiritual, sobre o futuro.
Curas milagrosas também são frequentes. Especialmente quando a EQM ocorre em função de uma doença, é bastante comum que, durante a EQM, essas pessoas recebam a cura e retornem a matéria totalmente saudáveis, o que espanta demais os médicos. Como pode alguém que estava a beira da morte em função de um câncer, por exemplo, chegar de fato ao limiar entre a vida e a morte em decorrência do agravamento da doença e, como num passe de mágica, ser curada? Como se nunca tivese ficado doente? São verdadeiros milagres, e alguns deles chegaram a ser reconhecidos pela igreja como tal.
A sensação de paz e desaparecimento da dor, com alteração das noções de tempo e espaço também é muito presente nos relatos de EQM, assim como o desprendimento do corpo físico e capacidade de flutuar, ouvindo o que se passa no ambiente no qual o corpo se encontra ou viajando a locais distantes. Muitos relatam que vivenciaram uma retrospectiva das suas vidas e terem recebido um conhecimento de todo o Universo, entendendo o porquê estamos aqui e que todos somos uma coisa só.
Relatos impressionantes de EQM
Lars Grael (1998)
O iatista e medalhista olímpico Lars Grael estava velejando em Vitória, no Espírito Santo, quando foi atropelado por uma lancha e teve uma perna amputada. Ele teve duas paradas cardiorrespiratórias, a primeira ainda na ambulância, onde a EQM ocorreu. Ele relata ter sentido uma paz imensa e a sensação de levitar sobre seu corpo.
Embora tenha sido algo de segundos, Grael disse ter sentido como se o tempo tivesse parado.
Dr. Eben Alexander (2008)
O Dr. Eben Alexander era um neurocirurgião e professor de Harvard totalmente cético e materialista com relação à origem da vida. Até que, em 2008, ele acordou com fortes dores de cabeça e foi diagnosticado com meningite bacteriana, uma doença gravíssima. Pouco depois, estava em coma. Após algumas semanas nessa situação, os médicos desenganaram o Dr. Eben, dando como certa sua morte. Porém, o Dr. Eben milagrosamente voltou a viver. Saindo do coma, ele relatou que esteve em dois lugares diferentes: o primeiro ele chamou de núcleo, um mundo subterrâneo, onde estava imerso no que parecia uma gelatina escura. Não tinha corpo, memória nem identidade. O segundo, ele considera como sendo o paraíso, um vale incrível onde chegou carregado nas asas de uma borboleta.
Colton Burpo (2003)
Colton Burpo tinha 4 anos em 2003, quando precisou passar por uma cirurgia devido a uma apendicite aguda. Nessa cirurgia, ele passou por uma experiência quase morte muito conhecida, que virou um livro escrito por seus pais chamado “O céu é de verdade”.
Na experiência, o garoto relata ter deixado o seu corpo no meio da cirurgia e ter sido levado por anjos ao encontro de parentes já falecidos: incluindo um bebê abortado pela mãe devido a uma gravidez mal sucedida, e também seu avô.
Rita Isabel Rohr (1979)
Durante o parto de sua filha, a professora Rita Isabel Rohr teve intercorrências graves e em decorrência delas, uma EQM. Disse ter visto uma luz e atravessando o famoso túnel até chegar em um lugar muito bonito e diferente da Terra.
Até que Rita ouviu uma voz que disse que ela deveria retornar, porque ela tinha filhos para cuidar e coisas para realizar. Então ela foi “sugada” de volta para o seu corpo.
Maria Aparecida Cavalcanti (1994)
A radialista e professora Maria Aparecida teve uma EQM quando sofreu um acidente de carro.
Ela lembra ter percorrido os corredores do hospital, flutuando fora do corpo. Tudo era muito claro e ela via uma luz muito forte que estava lá no fundo. Foi em direção a essa luz e chegou em um lugar diferente de tudo que conhecia até o momento, que ela chama de céu. Havia alguém com ela, mas ela não se recorda quem era. Em dado momento, encontrou com seu pai falecido e disse para ele: “pai, traz uma escada que eu vou descer”, mas ele disse: ‘não, filha, você não pode!’. E então ela acordou.
Lucy Lutf (1972)
A pedagoga aposentada Lucy Lutf sofreu um acidente: foi empurrada por uma onda para cima de algumas pedras à beira do mar, no Guarujá, litoral paulista, que foi quando ocorreu a EQM.
Enquanto lutava contra a morte, Lucy sentiu que o corpo se desligava. “Deslizei por um túnel, a princípio acinzentado, que depois foi clareando’, afirma. “A minha consciência deslizava por esse túnel e eu revivia toda a minha vida, com os acertos e os enganos. Quase no fim do túnel, antevi o outro lado, o que me deu uma sensação incrível de tranquilidade e de paz”. Lucy conta que viu seu corpo sendo salvo por outras pessoas que estavam no local e mais tarde lembra-se de ter sido levada para um pronto-socorro pois havia ingerido muita água.
EQM na história e nas religiões
As experiências de quase morte aparecem na filosofia e nas religiões, fazendo parte da história humana desde muitos anos atrás. Ao que parece, a EQM é um fenômeno mais comum do que podemos imaginar.
O “Mito de Er”
O “Mito de Er” é um conto escrito por Platão em “A República” que contém o relato mais antigo sobre EQM. O conto narra a história do guerreiro Er, deixado à beira da morte em um campo de batalha, mas que sobrevive. Er passou por campos misteriosos, na companhia de um grande grupo: almas que “subiam” ou “desciam”, de acordo com o julgamento que recebiam de suas ações na Terra. Depois, Er foi para um local em que os mortos passavam por um sorteio para determinar suas novas vidas. Ele, inclusive, bebeu a água de um rio que apagava as memórias da vida passada com o intuito de seguir adiante. No meio disso, porém, ele foi mandado de volta para o mundo dos vivos.
Apesar de ser oficialmente um conto ficcional, muitos pesquisadores das EQMs acreditam que ele pode ter algum tipo de verdade, já que reúne 8 de 16 aspectos clássicos de uma EQM moderna.
Islamismo
Na tradição islâmica existe um tipo de sono profundo, onde a alma permanece enquanto aguarda a ressurreição e o julgamento final, que direcionam a alma para a condenação eterna ou ascensão ao céu. Chama-se Barzakh. Alguns relatos dão conta de pessoas que estiverem nesse estado de Barzakh, mas retornaram a vida com essa memória.
Em termos práticos, existem relatos de Eqm fora da religião: uma egípcia que sofreu um grave acidente de carro e teria visto o trono de Deus. Nele estaria escrito “Laillahah illalah, Muhamadan Rasussululah”, algo como “Não há Deus senão Deus, e Maomé é o seu mensageiro”. Outra história fala de uma mulher chamada Suleman, que sofreu uma pancreatite aguda e supostamente morreu. Ela relata que foi para a sexta dimensão, que ela chamou de “realidade absoluta da Luz Divina”. Lá ela teria visto Mahatma Gandhi e Martin Luther King, dentre outros espíritos iluminados: Noé sentado sozinho, Moisés, Jesus, Krishna, Buda, Maomé e Virgem Maria.
Hinduismo
No hinduísmo, a EQM não é um tabu pois essa religião acredita na vida após a morte. Existem relatos de EQM onde pessoas encontraram com Yamraj, o deus dos mortos, yamdoots, que são os mensageiros desse deus, e Chitragupta, que é o responsável por consultar um livro com os karmas positivos e negativos de cada pessoa. Um desses relatos é o de Vasudev Pandey: ele foi arrastado por dois indivíduos até a presença de uma figura negra e nua, mais tarde identificada como Yamraj. Em tom de fúria, ele teria dito: “Eu lhes disse para trazer o jardineiro Vasudev, já que nosso jardim está secando. E vocês trouxeram o aluno Vasudev!”. Pandey acordou em sua cama, cercado de familiares e amigos – incluindo o tal jardineiro Vasudev, que faleceu no dia seguinte.
Outro relato dentro do universo hindu é de um homem conta que tentou escapar do “purgatório” e, por isso, teve suas pernas cortadas na altura do joelho. Quando descobriram que seu nome não estava na lista dos mortos, ele foi ordenado a recolocar seus próprios membros e voltou à vida.
Judaísmo
No judaísmo moderno, a vida após a morte não faz parte da concepção espiritual da doutrina. Porém, nas gerações mais antigas, existem casos de EQMs relatando o julgamento da pessoa que quase morreu.
No Talmud, um dos mais sagrados livros judaicos, existe a história de um homem que faleceu e retornou à vida. Ele conta que “do lado de lá” não existe o conceito de status social, apenas algumas figuras sábias e alguns mártires são mais reverenciados. Um segundo relato fala que o próprio Deus ordenou que ele voltasse à Terra.
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