O que a espiritualidade diz sobre o Déjà Vu?
Você certamente já deve ter ouvido falar (ou vivido) um Déjà Vu, certo? Aquela sensação de “já ter visto aquela cena antes”, de já ter presenciado um momento como aquele alguma vez na vida, mesmo que isso pareça impossível. Veja o que a espiritualidade diz sobre isso.
O que é um Déjà Vu?
A palavra Déjà Vu significa “já visto” em francês, e é aquela sensação de que está vivenciando uma história já reproduzida em seu cérebro. A sensação dura poucos segundos e se esvai rapidamente, e logo estamos novamente passando por momentos inéditos.
Segundo Freud, um Déjà Vu seria produto de fantasias inconscientes. Quando algo inconsciente emerge à consciência, ocorre a sensação de “estranheza”. O fato é que cerca de 60% das pessoas afirmam já ter passado por essa sensação, sendo mais frequente entre aqueles entre 15 e 25 anos de idade.
Aparentemente, o fenômeno não possui uma única explicação, nem consenso entre cientistas e meios alternativos como a parapsicologia e o espiritismo. O que todos sabem é que um Déjà Vu pode ocorrer de forma repentina, quando conhecemos pessoas novas e visitamos locais onde nunca estivemos antes.
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Qual a explicação espiritual para o Déjà Vu?
Pela visão espiritual, essas visões são lembranças de tempos vividos em vidas passadas. Para a espiritualidade, nós somos espíritos reencarnados na busca eterna pela evolução, e por isso muitas lembranças de outras vidas ficam gravadas no nosso perispírito e retornam à nossa mente, ativadas por alguma imagem, som, cheiro ou sensação.
Todas as lembranças de outras vidas não são apagadas do nosso subconsciente, caso contrário nunca aprenderíamos com as vidas passadas e não evoluiríamos, mas em situações normais elas não voltam conscientemente à nossa vida terrena. Somente sob algum estímulo, seja ele positivo, negativo ou neutro, eles vêm à tona.
Segundo os princípios da Doutrina Espírita de Allan Kardec, entende-se que reencarnamos diversas vezes, passando por muitas experiências que, vez ou outra, podem ser acessadas. E assim ocorre o Déjà Vu.
Se você acha que já conhecia alguém que acabou de ser apresentado a você, talvez você realmente conheça. O mesmo se aplica a lugares que você pensou já ter estado ou objetos, por exemplo.
No capítulo VIII d’O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, o autor pergunta a espiritualidade se duas pessoas que se conhecem podem se visitar durante o sono. A resposta mostra uma das relações com o Déjà Vu:
“Sim, e muitas outras que creem não se conhecerem, se reúnem e conversam. Podes ter, sem disso suspeitar, amigos em outro país. O fato de ir ver, durante o sono, os amigos, os parentes, os conhecidos, as pessoas que vos podem ser úteis, é tão frequente que o fazeis quase todas as noites”.
Se durante a noite tudo isso é possível, imagine quantos reencontros não podemos ter durante o nosso cotidiano, mas que passam desapercebidos?
A Lei de Sintonia e o Déjà Vu
Excluindo algumas paixões ou precipitações de julgamento, certos casos de amor ou antipatia à primeira vista estão correlacionados ao fenômeno do Déjà Vu. Alguns paranormais, ao estabelecerem um primeiro contato com certas pessoas, recebem um enorme impacto energético capaz de ressoar em seus arquivos espirituais, aflorando reminiscências do passado com muita nitidez. E é então que se dão conta de que esse, na verdade, não é um primeiro contato.
Durante esse impacto, locais, cheiros e situações de um passado longínquo desfilam pela mente, trazendo à tona tudo o que foi vivido em comum por aquela pessoa que agora vê (ou revê) aparentemente pela primeira vez.
O Déjà Vu ocorre também com relação a locais, uma vez que a aura energética não é propriedade apenas dos humanos. Embora não irradiem emoções, as construções, objetos e cidades têm sua própria “egrégora”, promovida pela imantação energética dos pensamentos dos homens que já se relacionaram com aquele ambiente/objeto. E, portanto, conferem os mesmos efeitos energéticos.
Segundo a Lei de Sintonia, o indivíduo que visita ou entra em contato com determinado item pode identificar as vibrações que lhe foram muito representativas em uma experiência pessoal anterior — uma outra reencarnação, por exemplo.
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Déjà Vu e premonição
Para alguns especialistas em Parapsicologia, todos os seres humanos são capazes de prever o futuro. Entretanto, este é um processo difícil e demorado — há quem estime mais de 50 anos de estudo sobre técnicas e conceitos. E mesmo assim, não é certeza de que consiga.
Sendo assim, são muito poucas as pessoas que se arriscam. Aqueles que afirmam dominar esse fenômeno paranormal, geralmente são os nascem com o dom desenvolvido, segundo estudiosos do tema. E é nesse aspecto que o Déjà Vu se encaixa. Por algum motivo, específico ou não, hora ou outra manifesta nessas pessoas, que têm suas consciências avançadas no tempo.
Déjà Vu e o desdobramento do Espírito
Algumas teorias também associam a ocorrência de um Déjà Vu a sonhos ou ao desdobramento do Espírito. Nesse caso, livre do corpo, o Espírito teria realmente vivido estes fatos, ocasionando lembranças de encarnações passadas e, consequentemente, levando à rememoração na encarnação presente.
Quando a espiritualidade e a parapsicologia se encontram, outras teorias consideram que o sono seria a libertação da alma diante as leis físicas. Sendo assim, coisas como o tempo não se comportaria da forma como se comporta enquanto estamos acordados.
Segundo livros de parapsicologia, o Espírito passa por diversas experiências durante o nosso sono. Isso significa que, durante as 8 horas que dormimos, o tempo não se comportaria de forma natural, podendo ser equivalente a anos.
O Espírito é capaz de caminhar no tempo para frente e para trás, bem como para outros locais, dimensões e linhas temporais. Quando você finalmente acorda, tanta informação é difícil de ser assimilada pelo cérebro, que interpreta os acontecimentos da maneira que se adeque melhor ao funcionamento do organismo.
Sendo assim, a sua reação se dá por meio do Déjà Vu quando desperto ou através de sonhos confusos, que te colocam em um lugar, hora e momento posterior ao que você já vivenciou.
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Déjà Vu, uma distorção na noção de tempo
Novamente segundo a Parapsicologia, nossa mente é um aspecto independente do cérebro. Durante o sono, a consciência seria livre, e quando despertos ela também poderia se expandir. Quando isso ocorre, você perde a noção do tempo real e se transporta para um tempo alternativo — no caso, indo para o futuro e retornando imediatamente para o passado, trazendo consigo informações.
A partir do momento em que você se depara com essa situação, percebe que já vivenciou aqui (ainda que tudo pareça muito confuso). Lembrando ainda que muitas teorias se apoiam em vertentes diferentes, afirmando que o comportamento do tempo não seria linear. Ou seja, o tempo funciona em loops, não obedecendo um padrão de sempre ir para o futuro e depois para o passado.
E a ciência, o que diz sobre um Déjà Vu?
Assim como no aspecto espiritual, a ciência também não chegou a uma conclusão absoluta. Dentre as explicações mais atuais, o fenômeno é justificado através da memória e da falha de comunicação entre a mente consciente e inconsciente.
No primeiro caso, consideramos que um ser humano possui uma memória para objetos e outra para como esses objetos estão dispostos. A primeira funciona muito bem, mas a segunda costuma falhar de vez em quando. Sendo assim, se entramos num local onde objetos nunca vistos estão dispostos de uma forma muito parecida com a que já vimos antes, temos a sensação de que estamos em um lugar familiar.
A segunda explicação conecta o Déjà Vu à sincronia ou comunicação entre o consciente e o inconsciente do indivíduo. Quando há uma falha de comunicação entre ambos — o que pode ser causado por um tipo de curto-circuito cerebral — a informação demora a sair do inconsciente e chegar ao consciente. Esse atraso faz com que tenham a sensação de que determinada situação já aconteceu.
Por fim, temos outro estudo que derruba os dois anteriores. Nele, Akira O’Connor, o principal autor, acredita que o lobo frontal funciona como uma espécie de “antivírus”. Ele efetua uma varredura nas memórias e checa se existe alguma inconsistência. Isso é feito para evitar que você armazene um “arquivo corrompido”. O Déjà Vu, por sua vez, seria um aviso de que o problema foi encontrado, isolado e resolvido.
O fenômeno é nada menos que um alarme consciente de uma discrepância sendo corrigida, e não um erro de memória (uma vez que não afeta o hipocampo e áreas relacionadas). Pense bem, quantas são as pessoas com mais de 60, 70 anos que você conhece que relatam Déjà Vus? Essas pessoas têm pouquíssimos episódios, mas são cada vez mais confusas em suas lembranças. Quanto mais velhos, menos o cérebro consegue fazer essa automanutenção.
Como agir após viver um Déjà Vu?
Seja você cético ou espiritualizado, é sempre importante ficar atento a essas sensações. Elas acontecem com o intuito de nos conceder oportunidades de autoconhecimento e reconciliação com o próximo.
Então agradeça o aparecimento dessa lembrança e tente interpretá-la. Por que o seu subconsciente teve a necessidade de trazer essa sensação à tona? Saiba que o universo está agindo constantemente para trazer favorecer o seu autoconhecimento e a evolução do seu espírito, por isso inspire-se, tenha momentos de reflexão e meditação e peça ao universo por maior sabedoria e conhecimento para entender as mensagens trazidas pelo Déjà Vu.
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