Evangelhos Apócrifos: saiba tudo sobre
Basicamente os Evangelhos Apócrifos são livros proibidos pela Igreja de serem anexados às Sagradas Escrituras ao longo da História. Assim, o número de livros contidos na Bíblia varia exatamente porque cada igreja leva em consideração uma determinada quantidade a partir de suas referências espirituais. Além disso, ainda existem outros treze livros perdidos que contariam sobre relações humanas de Jesus e uma tendência a mostrar uma maior participação feminina nos acontecimentos divinos que supostamente a Igreja queria suprimir.
Ao que indicam historiadores da área estes livros teriam sido omitidos e escondidos em um penhasco para que não houvesse acesso pelos cristãos. A influência posterior de imperadores como Constantino no Concílio de Niceia foi definitiva para definir de fato como seria composta a atual Bíblia, já que a relação entre a Igreja e o Estado era extremamente forte na época, fazendo com que bispos e papas fossem muito ligados aos imperadores e aos reis.
Os primeiros cristãos dos séculos I e II já os haviam considerado que essas passagens não seriam confiáveis do ponto de vista histórico ou, pelo menos, como não inspirados por Deus, de modo que foram sendo tidos como não verdadeiros e não merecedores de estarem entre os livros considerados sagrados. Exatamente por isso são designados de apócrifos, ou seja, escondidos.
Evangelhos Canônicos e Evangelhos Apócrifos
Assim, apenas quatro Evangelhos foram agregados, os de Mateus, Lucas, João e Marcos, tradicionalmente chamados de canônicos e que designam os verdadeiros limites do que entrou para as escrituras oficiais bíblicas. Sendo tidos como mais confiáveis por terem sido compilados enquanto ainda haviam testemunhas óticas dos fatos ou descendentes diretos dos apóstolos de Cristo.
Alguns evangelhos apócrifos, como o escrito sobre os hebreus, são conhecidos apenas por meio de escritos externos, e outros ainda, como o de Pedro, teriam sido recuperados apenas em fragmentos que os fazem impossíveis de serem interpretados pelos estudiosos.
Acredita-se que muitos destes livros possuem dados incríveis sobre a vida de Jesus, de sua família e mesmo de seus discípulos que foram suprimidos por conveniência ou mesmo por ilegibilidade de leitura, fato que compromete o entendimento de a versão real de muitos trechos que conhecemos apenas a partir da versão aceita pela Igreja.
Evangelhos Apócrifos: discordâncias e polêmicas gerais
Outro grupo de evangelhos apócrifos que é também conhecido, porém menos ainda comentado, seria o grupo que diz respeito a escrituras que trazem conteúdos não aceitos pela Igreja, principalmente sobre a vida de Jesus. Estes conteúdos estariam relacionados às crenças do gnosticismo, um movimento de cunho filosófico e religioso que começou no Norte da África a partir do século II. A partir disso, o objetivo era de passar a reconhecer suas próprias crenças tradicionais e com isso remontar o mais veridicamente possível a real vida de Jesus em Terra e os verdadeiros ensinamentos de Deus. Assim, os Evangelhos de Tomé, Maria Madalena e Judas deveriam ser inclusos e compreendidos para dar mais veracidade aos supostos reais fatos.
Ao total todos esses documentos ocultos totalizariam mais de 50 escritos, alguns de conhecimento desde o século II, outros encontrados apenas muito recentemente, nos anos 40. Para os especialistas os textos podem ser divididos em evangelhos de infância (sobre os primeiros passos, vivências e milagres de Jesus), de logia (reflexões gnósticas sobre generalidades da vida à época), de paixão (sobre o sacrifício de Jesus em nome dos pecados humanos em forma de doação carnal ao Pai) e de ressurreição (relatos dos momentos antes, durante e após a ressurreição de Cristo presenciada por testemunhas de diferentes níveis de relação).
Muitas mais contradições estão ligadas a estas escrituras por refletirem demais a mentalidade e os costumes dos lugares retratados e sua população, incluindo seus anseios e medos quanto às ideias vagas contidas nos livros canônicos e palavras proferidas pelos homens de leis e de fé à época.
Assim, o que se tem de mais claro nos dias atuais é que o cânon bíblico tem o objetivo de unificar a fé cristã e selecionar apenas o que mostrava a tendência de influência divina, de modo a reforçar os dogmas pregados ao longo dos séculos sobre Deus, Jesus e a história de seus apóstolos e seguidores de um modo geral. Os conteúdos que segundo a Igreja não reforçam os dogmas cristãos são, portanto, desnecessários à fé católica e deixados de lado na leitura de seus fiéis, não sendo mesmo considerados sagrados. De modo que fica claro como há muitas contradições, mistérios e decisões tendenciosas quando se fala desse assunto, já que até dúvidas sobre o tema, afinal, milênios separam os fatos de criação aos dias atuais e chegar a um consenso não é uma tarefa fácil por entrar justamente em um tema extremamente sério: a fé e a tradição religiosa e espiritual de milhares de pessoas ao longo da história no mundo inteiro.
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