Great Resignation e a falta de sentido no trabalho
A cultura do autoconhecimento produz sentido, significado e propósito, três linhas norteadoras e que podem e devem afetar positivamente a tomada de decisão estratégica de média e longo prazo em uma empresa.
Por trabalhar com autoconhecimento e espiritualidade, lido quase diariamente com pessoas buscando ressignificar áreas, sentimentos e situações da vida, o trabalho especialmente. Dados do Bureau of Labor Statistics apontam que 47 milhões de norte-americanos deixaram seus empregos espontaneamente em 2021 nos Estados Unidos. No Brasil, em 2022, já foram mais de 650 mil demissões voluntárias, segundo a Previdência Social.
Muito tem se falado do fenômeno chamado de Great Resignation, observado especialmente após o auge da pandemia de Covid-19. Porém, me chamou atenção a matéria publicada na Harvard Business Review, que diz que a questão da crise de sentido no trabalho já vinha crescendo há muito tempo antes e que a pandemia apenas acentuou uma tendência histórica dos últimos 10 anos.
De fato, todos fomos forçados a trabalhar em outros formatos, outros paradigmas.
A matéria argumenta e traz alguns fatores agravados pela pandemia que se combinaram para produzir as mudanças que estamos vendo no mercado e na sociedade.
Os trabalhadores estão se aposentando em grande número, mas não estão se realocando na mesma proporção. Ou seja, não voltam ao mercado e repensam equilíbrio entre vida profissional, pessoal e os seus papéis na sociedade. Isso é fruto do autoconhecimento.
Outro ponto é a reconsideração. Muitas pessoas altamente qualificadas trocam de estilo de vida, não querendo mais estar no lugar onde estão. A reconsideração tem a ver com reconsiderar o papel do trabalho na suas vidas. “O que realmente vale a pena?”. Vejo como um processo de autoconhecimento, iniciático… um processo de trazer os valores do que realmente importa. Despertamos para a vida e a vida não é só trabalho.
Mais do que investir no autoconhecimento pessoal de cada colaborador, as empresas precisam incorporar a cultura do autoconhecimento no processo de tomada de decisão estratégica. A cultura do autoconhecimento produz sentido, significado e propósito, três linhas norteadoras e que podem e devem afetar positivamente a tomada de decisão estratégica de média e longo prazo em uma empresa.
Os melhores, são aqueles que mais se conhecem.
Quem mais se conhece, têm maior clareza dos seus valores. Pessoas que têm maior clareza dos seus valores, não são negociáveis.
Se sua empresa não investir estrategicamente em autoconhecimento, não atuar com as novas visões de mundo – como a gestão baseada em Talentos Naturais, Psicologia de Pontos Fortes, Felicidade Interna Bruta, Comunicação Não Violenta – você vai perder colaboradores de valor que não vão querer continuar com você.
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