Meditação: você terá que buscar um mestre vivo que lhe mostre a verdade
Esse texto foi escrito com todo o cuidado e carinho por um autor convidado. O conteúdo é da sua responsabilidade, não refletindo, necessariamente, a opinião do WeMystic Brasil.
Vou compartilhar aqui um artigo técnico denominado: ‘O ranking da meditação’. Ele tem como base o potencial de impacto de cada metodologia no sistema corpo-mente. Não deixe de ler até ao final…revelo uma verdadeira dica preciosa.
Em meio a tantas opções, aquele que tem interesse, que quer iniciar ou se aprofundar na meditação tem uma complicada tarefa na hora de escolher o que é melhor para si. Eu poderia dizer: experimente e sinta! Ou ainda: siga seu coração e não seus pensamentos! Mas tal coisa não ajudaria muito.
Não nos dias atuais em que temos pouco tempo, estamos sempre correndo de um lado para o outro, habituados a informação pronta estilo ‘delivery’; quiça mastigada! Dizer ao leitor, a você, que sinta ou escute seu coração não vai ajudar – sei disso porque não me ajudou no começo.
Por essa razão, resolvi fazer minha própria pesquisa – eu e uma pequena equipe de colaboradores. Essa pesquisa tem como base aquilo que observei em mim depois de testar os diversos métodos que serão apontados e também aquilo que notei em mais de cem praticantes com os quais trabalhei em 2020.
A necessidade da prática meditativa como fator comum
O universo da meditação, ou melhor, o multiverso, tem cada vez mais opções. Todas elas dizem respeito às técnicas, aos métodos existentes, à forma, à maneira de meditar. Cada método, em geral, tem seu sistema próprio; mas em comum, todos possuem a necessidade da prática como fator comum. Esses métodos dos quais falaremos envolvem prática e repetição e, por consequência, tal feito envolve tempo.
O desenvolvimento do praticante de meditação ocorre como um processo gradual: quanto mais se pratica, mais o corpo, mais a mente, mais as emoções são impactadas pela prática. Toda a química corporal, a fisiologia, a biologia e também a psicologia são igualmente influenciadas pela prática meditativa. Essa é uma informação disponível atualmente em âmbito científico. Não há como negar que as técnicas de meditação melhoram a saúde física e mental. Elas melhoram a saúde porque promovem uma limpeza naquilo que está intoxicando o organismo humano.
As técnicas, ou melhor, a prática tem a função de remover a sujeira. Entenda-se sujeira como tensões, angústia, stress, ansiedade, ou seja: falta de saúde. Se trata de uma verdadeira medicina, até mais poderosa do que a tradicional, uma vez que promove a cura, devolve à máquina humana seu verdadeiro potencial sem o uso de alopatia, sem o uso de drogas lícitas toleradas absurdamente e, ainda, sem que se tenha que abrir o peito de ninguém e arrancar um órgão.
A meditação corrige sem agredir; ela é por essência delicada e eficiente.
Alguns avisos antes de avançarmos.
- Primeiro: a prática meditativa é algo sério e deve ser sempre realizada com acompanhamento de um profissional experiente e com conhecimento comprovado.
- Segundo: a meditação é algo pessoal e mesmo esse guia pode variar de indivíduo para indivíduo.
O guia deve ser lido na forma de um infográfico, onde o número ’8 é mais baixo, mais fraco, e o ‘7’ o mais alto, relevante, que proporciona mais efeitos positivos (falo do corpo-mente). O único que não se encaixa e ‘sai fora da escala’ é o número ‘1’, que se refere ao derradeiro encontro com um verdadeiro mestre de meditação. Voltaremos ao tema em breve.
Dessa forma, vamos aos subitens que compõem a sobredita escala, começando pelo menos relevante.
O potencial de impacto de cada metodologia no sistema corpo-mente
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Google
A primeira forma e, que consideramos mais básica, de saber informações sobre a prática meditativa é o google; ou melhor, ‘dar um google’.
Seja qual for a pesquisa a ser feita, sejam quais forem as palavras-chave utilizadas, os caminhos afunilam-se, levando o interessado a um vídeo do YouTube, ou alguma música relaxante, talvez o guru da moda esteja falando sobre o assunto; há também as pesquisas e noticias diversas sobre os benefícios da meditação. Em suma, muita confusão entre os diversos métodos: yoga, budista, mindfulness, etc. São muitas informações e não será difícil encontrar gente ensinando ‘como meditar’. Mas nada disso é feito para você, não foi dedicado a você, não há segurança nem qualquer garantia que você escolheu bem ou que vá lhe ajudar. Você pode até iniciar seu caminho na meditação através do google, mas logo terá que deixa-lo de lado e dar alguns passos mais.
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Aplicativos
São muitos hoje em dia. Tem operadora de celular com aplicativo próprio de meditação. Tem os gringos e os nacionais. É um bom começo, mas com prazo de validade bem curtinho. A inteligência artificial tem seus limites; ela não pode ir muito longe. O próprio instrumento, a própria engenharia de desenvolvimento dos softwares não é capaz de transmitir ao praticante aquilo que é mais importante na prática meditativa – a vida em si. Outro ponto que merece registro é que os profissionais que estão no backstage não são, necessariamente, gente da meditação; estão ali pelo produto, pelo emprego, querem alguma vantagem, querem ganhar dinheiro, prestígio, querem ser reconhecidos; no fundo é isso que querem. Os aplicativos, portanto, tem seu lugar, podem ser úteis por um tempo, mas o próximo passo terá que ser dado em algum momento.
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Livros
Mais avançado que os aplicativos são os livros. Foi a maneira que eu comecei. Aliás, a primeira vez que ouvi a palavra ‘meditação’ com consciência, quando fui tocado, quando me interessei de verdade pelo assunto e iniciei a prática foi através de um livro do OSHO. Esse foi o meu primeiro passo, aconteceu comigo dessa forma.
É uma das possibilidades: ler, tentar entender e praticar por si. Com efeito, também essa maneira tem alguns obstáculos. O primeiro é encontrar coisa boa na literatura, considerando que modernamente o tema caiu na banalização; são centenas de livros que possuem a palavra meditação no título ou subtítulo mas estão longe, muito longe: são produtos da propaganda, não são obras sobre meditação.
O segundo obstáculo é o entendimento, a compreensão daquilo que se lê. Comigo aconteceu de não entender bem e praticar errado muitas vezes – senão errado, pelo menos não da maneira mais adequada. O terceiro obstáculo é o praticante virar um intelectual da meditação. Não faça isso, ‘for god sake’, não seja mais um filósofo da meditação, não cometa o mesmo erro que o Gabhishak cometeu!
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Grupos
Os grupos dedicados à prática meditativa são interessantes e possuem um lugar de destaque em nossa escala. A energia do grupo ajuda cada um dos praticantes. Às vezes um dos integrantes não está muito bem, a mente entra e boicota: hoje não, estou cansado, de novo isso, preguiça… enfim, são muitas as desculpas que a mente apresenta para nos tirar daquilo que realmente importa – tudo é mais importante que a meditação (para a mente, em geral). Mas o grupo vai subindo, decola e a mente pode ser catapultada junto.
É bonito ver o grupo em ação, praticar com amigos, com companheiros de jornada como disse o OSHO certa vez. Os grupos também possuem uma orientação, fato que torna a prática mais assertiva. O instrutor pode corrigir, orientar e estimular os membros. Os grupos podem ser usados, mesmo de maneira online em tempos restritivos como os atuais. Apenas dois apontamentos merecem atenção, ao meu ver, e podem desviar o foco daquilo que importa: a prática meditativa, a experiência meditativa.
Primeiro. Quando começamos a frequentar o grupo mais para ver os ‘amiguinhos’ do que para meditar – atenção a isso!
Segundo. Não deixar cair no ‘piloto automático’; se isso começar a acontecer é hora de mudar de grupo ou de método.
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Cursos e treinamentos
Com a orientação adequada, será muito difícil que o praticante não obtenha melhoras físicas e emocionais. A prática meditativa bem feita promove alterações na psiquê, na biologia, na fisiologia; o cérebro e todas as células são impactadas – isso tem acontecido e já se pode dizer que a meditação enquanto prática é um fato científico inegável. Por essa razão, os cursos, os retiros e os treinamentos chegam ao quarto lugar em nosso ranking da meditação.
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Professor (unidisciplinar)
É o professor especialista em determinado método. É o instrutor de yoga, o instrutor de mindfulness, o monge budista…São aqueles que ensinam como praticar determinado sistema; são especialistas no assunto e com eles o praticante pode ir longe. Aqui eu me refiro aos atendimentos individuais desses profissionais; o impacto positivo é maior quando eles dedicam-se como verdadeiros ‘personais trainers’ da mente. Se as práticas são realizadas em grupo, a força é menor.
Contudo, há uma ressalva importante: o praticante terá apenas um método a disposição – se o yoga, por exemplo não for pra ele, o professor nada poderá fazer, pois está limitado a um só método, a um único conjunto de técnicas.
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Professor (multidisciplinar)
É o professor de meditação com experiência comprovada em diversos métodos. É aquele que experimentou em si e observou em outros os efeitos do yoga, da meditação budista, do mindfulness, das meditações ativas do OSHO. É o profissional que entende de física quântica, metafísica e bioenergética, que conhece sobre o funcionamento da máquina humana, não segundo aprendido em alguma graduação ou treinamento, mas essencialmente, por experiência pessoal.
O professor multidisciplinar é aquele que vive a meditação 24 hs por dia – ele não é, nem pode ser, administrador de empresas e instrutor de meditação – ele é a própria meditação. Seu conhecimento multidisciplinar é necessário para fazer a anamnese do praticante e indicar o método correto. Por isso ele está em segundo lugar, pois as chances de crescimento do praticante que possui ao seu lado alguém assim são muito grandes.
Esse professor é como um médico holístico; ele prescreve a medicina adequada ao paciente – entenda medicina como técnica e paciente como praticante.
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O mestre
Para resumir em poucas palavras – e poderia ficar apenas nisso, o mestre é aquele que foi além do corpo e da mente. Somente ele pode falar sobre meditação. Todos os demais; todos, sem exceção, estão falando de métodos ou técnicas. Toda a ciência fala de técnicas.
Você quer saber a diferença entre o mestre e o professor? Essa é a pedra de toque: o professor está sempre lhe ensinando um método: coloque as mãos, aqui, a perna ali, respire assim ou assado, imagine tal coisa, faça isso ou aquilo – o professor lhe diz ‘como fazer’. O mestre não lhe ensina como respirar, ele trabalha com o ‘ser’, não com o ‘ter’ ou ‘fazer’. Aqui reside a grande diferença. O professor precisa lhe ensinar o que fazer com o corpo ou com a mente porque ele propõe a melhora de um e outro. Nem poderia ser diferente, já que os próprios métodos defendem a melhoria da saúde física e mental. Muitos deles com comprovada eficiência.
Eu sou testemunha disso.
As pessoas que vem a mim me consideram um professor de meditação. Porquê? Porque eu ensino a elas ‘como meditar’? Eu prescrevo técnicas que resultam benefícios para o corpo-mente – essa é minha especialidade, promover saúde através das técnicas de meditação.
Entretanto, não posso ir além disso.
Segundo minha experiência, e já se vão dez anos vivendo a meditação dia após dia, existem duas categorias de pessoas que se interessam pelo assunto.
A primeira é formada por aqueles que querem melhorar o corpo e a mente (a grande maioria, diga-se). Eles querem mais rendimento do cérebro, querem melhorar o sistema imune e ficar mais fortes; querem se livrar da ansiedade, do stress, querem deixar de lado os remédios para dormir e os antidepressivos.
Essas pessoas estão buscando um professor de meditação.
A segunda categoria é formada pelos insatisfeitos. Por quem sente que há algo além dessa vida banal; de levantar da cama, trabalho, trânsito, mulher, marido, filhos, contas a pagar, férias uma vez por ano, aposentadoria e…morte! Fim da linha.
Se não estivesse tão fora de moda, poderia usar o termo ‘buscadores espirituais’.
Eles querem algo mais que um corpo bonito e uma mente tranquila, querem entender sobre a vida, o universo, o todo – ou mais ainda, lá no fundo, querem saber quem são de verdade.
Eles não se conformam com a matrix, com a roda acima referida.
Quem sou eu além dessa capa de carne, sangue e ossos?
Quem sou além do interminável fluxo de pensamentos?
Quem sou eu afinal de contas?
O mestre é o único que pode pegar nossa mão em meio a noite escura da alma e apontar a luz.
Ele sabe de onde vem a luz não porque exista um caminho até ela, mas porque ele próprio é a luz.
Aquele que não ensina nada, nem como comer, nem como posicionar o corpo, nem como se comportar – esse é o mestre.
Aquele que não acrescenta nada aquilo já somos; ao revés, quem remove os véus que nos impede de ver – esse é o mestre.
Somente a ele é outorgado o direito de falar sobre meditação.
Quem outorgou? A própria meditação.
E, para finalizar, a dica de ouro.
Se você é um dos insatisfeitos, como eu fui e continuo sendo, não há outra alternativa.
Você terá que buscar um mestre vivo que lhe mostre a verdade de ‘satsang’ (encontro com a verdade, em sânscrito) e pergunte: quem é você?
Dê um google agora mesmo e veja se há alguém. E cuidado com as fake news!
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