Hiper-humano (parte 4): meditação e dores físicas, por Gabhishak
Esse texto foi escrito com todo o cuidado e carinho por um autor convidado. O conteúdo é da sua responsabilidade, não refletindo, necessariamente, a opinião do WeMystic Brasil.
Em setembro de 2020, no momento em que consulto o PubMed, uma das maiores bibliotecas virtuais sobre medicina do mundo, encontro sessenta e quatro publicações que relacionam positivamente meditação mindfulness e dor.
Meu objetivo nesse texto é compartilhar com você os obstáculos mais comuns daqueles que sofrem com dores crônicas e diversos outros problemas físicos.
Explico.
Mindfulness ou, em português, atenção plena, é um conjunto de técnicas de meditação que tem base em antigas tradições orientais. Essas técnicas se popularizaram depois que o pesquisador americano Jon Kabat-Zin, da Escola de Medicina de Massachusetts, demonstrou diversos benefícios dessas técnicas como tratamento alternativo em casos de stress, depressão e outras questões de natureza psicológica.
Por outro lado, mesmo com suficiente informação e uma série de experimentos de comprovado sucesso, infelizmente ainda há pouco conhecimento sobre a relação das técnicas de meditação no caso de dores no corpo, pontuais ou crônicas e, falando de Brasil, raríssimos os casos de profissionais da medicina e/ou fisioterapia que utilizam tais ferramentas como forma auxiliar de tratamento.
Sob o guarda-chuva da meditação, onde incluem-se técnicas de respiração, atenção plena, alimentação consciente e determinados exercícios oriundos do yoga, todo o organismo fica mais saudável. Posso incluir no termo ‘saudável’, valendo-me outra vez de fontes de pesquisas confiáveis, a redução da dor e a prevenção de traumas e lesões, além do fortalecimento das fibras musculares, tecidos, nervos e tendões e, caso o dano já tenha ocorrido, a meditação tem possibilitado recuperações mais rápidas e menos sofridas.
Apenas para registro, não posso deixar de fora o crescente numero de relatos positivos associados ao fortalecimento do sistema imune.
Todos esses benefícios decorrem da prática meditativa.
As técnicas funcionam como remédios que previnem e tratam.
O primeiro grande obstáculo decorre da falta de informação. As pessoas em geral não sabem que a meditação é um remédio natural capaz de ajudar.
Ela pode e muito. Tanto na prevenção como para minimizar e até mesmo curar os sintomas que já existem.
Não sou eu que digo. Qualquer um pode pesquisar e descobrir por conta própria os milagres da meditação mundo afora.
O segundo obstáculo é o fato de não conhecermos nosso corpo.
O corpo humano é uma maravilha tecnológica que não vem com manual de instruções. É preciso ouvi-lo, observá-lo, aprender com ele.
Quando fazemos isso? Estamos tão ocupados com as turbulências do dia a dia criadas por nós mesmos que não sobra sequer alguns instantes para olhar com carinho e atenção para o corpo.
Lembramos dele unicamente quando algo vai mal ou quando a ‘doença’, ou melhor, a falta de saúde, é tão evidente que não podemos evitar. Lembro da cabeça apenas quando dói. As articulações são percebidas apenas quando os sinais da artrite se intensificam.
Quando o praticante de meditação avança em sua jornada, a sensibilidade aumenta. Sabendo dirigir a atenção para o lugar correto, ele poderá ouvir todos os sinais que o corpo dá e não ser pego de surpresa quando alguma ameaça está presente.
A atenção é curativa.
A observação atenta do corpo é uma poderosa medicina natural disponível aqui e agora para qualquer pessoa.
Quer dizer então que eu posso antever uma lesão, Gabhi?
Sim. Isso e muitas outras coisas.
Continua na parte 5!
(Esse conteúdo não substitui orientação profissional específica, tendo caráter informativo, com base no currículo multidisciplinar e experiência adquirida nos últimos 19 anos de trabalho do autor)
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