Hiper-humano (parte 7): além de Nietzsche, por Gabhishak
Esse texto foi escrito com todo o cuidado e carinho por um autor convidado. O conteúdo é da sua responsabilidade, não refletindo, necessariamente, a opinião do WeMystic Brasil.
Há cerca de cento e vinte anos o filósofo alemão Friedrich Nietzsche cunhou o termo: ‘super-homem’, ou homem superior.
Confesso que conheço bem pouco de Nietzsche, exceção feita a algumas frases atribuídas a ele, uma ou outra passagem aqui e ali. No entanto, quando sentei para escrever esse que é o último artigo da série sobre hiper-humanos, ocorreu-me a lembrança desse famoso adagio nietzscheniano.
Quero trazer à tona, novamente, a importância de um novo homem. E, aqui, fazendo coro com o filósofo alemão, reforço: ‘o homem é algo que deve ser superado’.
E quanto a isso, nenhuma dúvida queda.
Se corrermos os olhos ante alguns iluminados um pouco mais modernos que Nietzsche, veremos que tem dito a mesma coisa. Krishnamurti em algumas de suas palestras perdidas pelo YouTube alertoupara o evidente fracasso dessa sociedade e que a única alternativa seria uma completa mudança. Osho apontou para a necessidade de nos tornarmos rebeldes contra esse sistema inconsciente em que estamos imersos. Eckhart Tolle foi categórico no ivro ‘O Despertar de uma Nova Consciência’ (se a memória não me trai): é necessária uma mudança absoluta de consciência; um novo ser humano precisa surgir’. E, por fim, alguém mais próximo (ao menos geograficamente) de nós, Satyaprem, tem reiterado que o que entendemos como humanidade não deu certo; ele diz: ‘precisamos deixar de ser humanos’.
É importante notar. Nenhum desses sábios nos diz que devemos melhorar o homem atual. Eles não se referem a uma mudança na dieta ou em controlar as emoções. Eles nem tocam nisso. São categóricos (em minhas palavras): o modelo de homem que conhecemos e, via de consequência, a sociedade que os reúne, precisa chegar ao fim.
Ou você acha que estamos bem enquanto coletividade? Seja sincero e verdadeiro. Feche os olhos um pouquinho. Olhe pro seu vizinho, pros seus pais. Olhe pro seu chefe, pro Governador do seu Estado e o Presidente. São pessoas realizadas, pacíficas, inteligentes, felizes?
Olhe com os olhos vazios e sinta no seu coração.
Como está a Amazônia nesse momento? E o Pantanal? Como temos lidado com o famigerado COVID? Com inteligência e parcimônia ou com descaso? Temos sido guiados pela inteligência ou pelo medo?
Quantos conflitos estão ocorrendo no mundo nesse exato momento? Veja se em algum momento da história você encontra períodos maiores que dez anos sem alguma guerra, sem massacre, genocídios, atentados; seres humanos matando uns aos outros, destruindo seu próprio ecossistema, qual seja a casa em que vive.
Sim ou não, amigo leitor? Reflita um pouquinho e questione acerca desse modelo que está posto, testado e reprovado por mais de dois mil anos – você lembra de uma das frases mais famosas de Jesus? Amai-vos uns aos outros. Estamos seguindo tal conselho?
Somos milhões de cristãos no Brasil que descumprimos o preceito básico do cristianismo. Como pode tamanho absurdo?
Voltemos ao nosso tema central: hiper-humanos.
A única proposta que posso lhe fazer é que você utilize a meditação como porta de entrada para uma sincera e profunda averiguação de todas as suas crenças e padrões, de tudo aquilo que foi herdado, recebido, reutilizado e absorvido inconscientemente.
Meditar é enfrentar essas questões, não evita-las.
Sou médico. Ok. Por que? Eu amo as pessoas, tenho essa vocação ou escolhi para agradar meu pai ou para ganhar dinheiro? Talvez você goste de música e está em uma sala de cirurgia abrindo as pessoas por alguns reais a mais.
E a vida esvaindo-se entre os dedos.
Converse com os idosos. Pergunte se eles estão satisfeitos com a vida que levaram. Fale com seus avós – se eles forem sinceros talvez lhe revelarão um segredo: se pudessem voltar atrás fariam tudo diferente!
Você e eu ainda temos tempo.
Seguimos com a carga dessa humanidade fracassada nas costas ou abandonamos a velha armadura e nos entregamos à aventura com mil e uma possibilidades de ser quem somos?
Qual sua escolha?
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