Odofé Ayabá Iemanjá – a Rainha do Mar
Iemanjá é um dos orixás mais amados do Brasil e também de Cuba. A Rainha do Mar possui diversos filhos e adoradores que pedem por fertilidade, por proteção e principalmente pelos pescadores, de quem ela é padroeira. Conheça a história de Iemanjá, considerada a mãe de todos os orixás.
Iemanjá – a Mãe dos Orixás
Iemanjá é um orixá proveniente de uma nação chamada Egbá, localizada na Nigéria. Por lá existe um rio com este mesmo nome e este rio faz parte da mitologia da história da Rainha do Mar. Alertamos aos nossos leitores que existem diversas versões desta mesma história. Essa é apenas uma delas e aquela que nós do WeMystic Brasil consideramos como a mais confiável.
A Orixá Iemanjá é conhecida e cultuada como a mãe de quase todos os Orixás. Também simboliza a fertilidade e tem papel importante em proteger os lares e casas. Ela garante a harmonia das famílias e gera o sentimento de amor e fraternidade entre as pessoas que vivem sob o mesmo teto. De forma harmoniosa, proporciona o fortalecimento dos laços entre pessoas de mesmo sangue ou não. Possui influência sobre as festas, uniões, cerimônias de casamento e todas as comemorações familiares.
Segundo a mitologia Yorubá, Iemanjá foi uma bela mulher, filha do soberano dos mares, Olokun. Quando criança Iemanjá recebeu de seus pais uma porção mágica que deveria guardar com cuidado, pois ela a livraria de todos os perigos. Ela cresceu e casou-se com Oduduá (também chamado de Olofim-Odudua), com quem teve 10 filhos orixás. É por isso que seu nome também significa “mãe de todos os orixás”.
Oxum e Iemanjá estão relacionadas à maternidade, mas elas não competem. Cada uma está associada a um momento diferente da maternidade. Iemanjá também é conhecida como “Deusa das Pérolas”, devido à sua função de segurar as cabeças dos bebês no momento do nascimento.
A maternidade de Iemanjá
A maternidade deformou o corpo da deusa Iemanjá. Ao amamentar seus 10 filhos, os seios cresceram muito, e ficaram tão pesados que ela mal conseguia ir visitar os outros reinos. Os seios de Iemanjá causaram tristeza e vergonha à deusa. Descontente com o seu casamento e muito carente por viver isolada em Ifé, ela parte de casa em direção ao oeste e conhece o rei Okerê. Apaixonaram-se imediatamente e casaram-se. Iemanjá fez somente um pedido a Okerê: que ele jamais a ridicularizasse por causa dos seus seios. Um dia, Okerê chega bêbado em casa e ela o recrimina. Ofendido, ele grita com ela, e faz graça dos seios da deusa. Iemanjá foge em disparada com a poção dada por seus pais nas mãos. Okerê, arrependido, corre atrás da esposa para tentar impedi-la.
Na fuga, Iemanjá tropeça, quebra a poção e seu corpo se transforma em um rio, com o leito direcionado ao mar. Para tentar impedir a fuga da mulher, Okerê transforma-se em colina, para barrar o caminho do rio até o mar. Iemanjá então clama pelo seu filho mais poderoso, Xangô, pedindo ajuda para que ela conseguisse fugir de Okerê. E Xangô parte a colina ao meio e sua mãe consegue, por fim, chegar ao oceano, tornando-se a Rainha do Mar.
Sincretismo religioso da Orixá Iemanjá
A Orixá Iemanjá foi sincretizada em muitos ramos da Umbanda como Nossa Senhora, também chamada de Nossa Senhora dos Navegantes. Diversos orixás são simbolizados em imagens de santos católicos. Essa foi uma forma que os africanos encontraram de manter o culto aos orixás sem ter repressão da Igreja Católica. Hoje, o sincretismo religioso faz com que os santos, orixás entre outras entidades, se reúnam dentro de religiões essencialmente brasileiras.
O Culto e Oferendas a Iemanjá
O dia recomendado para realizar o culto à Iemanjá é o sábado. As cores da orixá são branco e azul, ela gosta de metais prateados. Suas flores são rosas brancas, palmas brancas, angélicas e orquídeas. Separe flores brancas, perfume de alfazema e uma vela azul. Vá para perto de algum lugar com água corrente, jogue as pétalas com pingos do perfume na água, acenda a vela e faça uma oração a Iemanjá para abrir caminhos:
“Salve, Estrela do Mar, deusa poderosíssima, mãe e advogada de todos os que navegam no mar agitado da vida!
À vossa valiosa proteção confia-nos o vosso séquito de auxiliares, sereias, ninfas, caboclas do mar, para serem nossas guias, protetoras, consolo e alento durante as tempestades da vida terrestre. Refugiamo-nos cheios de confiança e fé em vossa aura e manto vibratório.Seja nossa guia, seja nosso farol, seja sempre nossa brilhante estrela divina que nos orienta, a fim de que nunca pereçamos nem nos falte rumo da rota segura que nos fará desviar dos escolhos do mar agitado da vida material.
Aceitai a minha devoção humilde como símbolo de meu carinho e esperança, para que eu possa trilhar o caminho vital com a mente limpa e o corpo sem os fluídos negativos que possam dificultar minhas atividades. Assim seja.”
A importância de Iemanjá no Brasil
Iemanjá é o orixá mais popular do Brasil, é o único que tem festas públicas e feriados em seu dia, 2 de fevereiro. Sua festa acontece no Rio Vermelho em Salvador, mas ela também é saudada durante a virada do ano (31 de dezembro) e em 15 de agosto. É comum ver pessoas colocarem oferendas a Iemanjá no mar, vestidos de branco colocam presentes em barquinhos para a Deusa. Ela é a padroeira dos pescadores, por isso antes de ir para o mar, eles costumam pedir por proteção da deusa no dia de trabalho.
Por ser um país de enorme costa e tradição pesqueira, a adoração da deusa espalhou-se por todo o país. Ela é também adorada como a deusa da fertilidade e protege seus filhos e todos os que oram por ela. Ela é reverenciada em diversas religiões e doutrinas como na Umbanda, no Candomblé, Xambá, Omolokô e Vodu Haitiano. Tem sincretismo religioso com santas da Igreja católica: Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora da Conceição ou Nossa Senhora das Candeias.
Um pouco mais sobre Iemanjá…
- Significado de seu nome: mãe dos filhos-peixe ou mãe de todos os orixás
- Dia da semana de adoração: sábado
- Cores: branco e azul claro
- Número: 5
- Elemento: água
- Domínio: mar, água salgada
- Saudação: “O doiá” (que quer dizer Rio) ou “Odofé Ayabá” (que quer dizer amada senhora do Rio).
- Metal: prata
- Colar do iniciado: de cristal (significada frio, imobilidade, silêncio e criação)
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