8 verdades e mitos sobre a incorporação na Umbanda
Muitas pessoas têm medo de ir a um terreiro de Umbanda com medo da incorporação de espíritos. Mas a falta de conhecimento da forma como isso acontece é o que gera esse receio. Veja alguns mitos e verdades sobre os espíritos e a sua incorporação na Umbanda.
Incorporação na Umbanda – o que é verdade e o que não é
Atenção: Antes de iniciar o relato sobre a incorporação na Umbanda, alertamos os nossos leitores: não existem verdades absolutas. Há diversas linhas de Umbandas e linhas espirituais que tratam da incorporação na Umbanda de maneiras diversas, por isso, utilize a informação deste artigo para agregar conhecimento, quebrar preconceitos e compreender melhor sobre o tema, mas não como uma verdade que não aceita contestação. Toda informação pode e deve ser contestada.
A incorporação de espíritos na Umbanda é uma parte importante dessa religião brasileira pois permite que espíritos em busca de luz se manifestem e que transmitam conhecimentos aos encarnados. Eles encontram nos médiuns um canal de comunicação, mas para que o médium consiga recebe-los é preciso preparação, conhecimento e calma, para que a experiência seja tranquila para ambos.
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Quando há a incorporação, ambos os espíritos estão presentes no corpo: Verdade
O espírito do médium não abandona o corpo no momento da incorporação, quando ele recebe um espírito, fica presente em uma espécie de transe, em estado alterado de consciência, é o que chamam de semi consciência – quando as duas consciências presentes interagem. A incorporação é um acoplamento de auras, incorporação dos chakras do espírito e do médium.
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Um espírito pode incorporar a qualquer momento em um médium: Mito
A incorporação é uma conexão mental entre o médium e a entidade espiritual, que só acontece com a total permissão/passividade do médium, que permite que o espírito domine temporariamente a sua matéria. As incorporações inconscientes são muito raras.
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A pessoa pode demonstrar atitudes e comportamentos que não são seus quando incorporado: Verdade
Quando a incorporação é permitida pelo médium, ele passa a ter gestos involuntários que não lhe são habituais, ele passa a agir sobre orientação/sugestão do seu guia espiritual. Por exemplo, os espíritos indígenas incorporam de maneira forte, com uma grande vibração, de modo ereto, algumas vezes se ajoelhando e batendo no peito. A incorporação do preto velho é mais suave, se curva, como um senhor sábio já cansado. As crianças fazem com que o médium demonstre atitudes infantis, etc. O médium já deve estar psicologicamente preparado para receber e se comportar conforme o tipo da entidade.
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Quando um médium vai receber um espírito, o corpo chacoalha inteiro: Verdade
É verdade, mas isso nem sempre acontece. Quando um médium chacoalha muito na incorporação de um espírito normalmente ele está com medo do processo, e esse medo causa um mal-estar que faz com que o corpo chacoalhe. Para realizar uma incorporação é preciso uma boa educação mediúnica, para que o médium saiba o que vai acontecer, tenha confiança e segurança para que a recepção seja calma e tranquila. Com o tempo, esse mal-estar tende a passar, o médium evolui e o movimento do corpo na incorporação torna-se mínimo e controlado.
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A pessoa não se lembra de nada depois da incorporação: Verdade
Nem sempre acontece, mas muitas vezes sim. No momento de desincorporação, o corpo sofre um “choque espiritual” que faz com que toda a memória da incorporação seja deletada. Tudo o que guia falou ou fez não é lembrado pelo médium, o que confirma o estado de semi consciência dele, que sabe que algo aconteceu mas não sabe o que.
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Em toda incorporação, os médiuns se tornam agressivos, fumam e bebem: Mito
Nem sempre isso acontece. O fumo e a bebida são muitas vezes utilizados por guias espirituais como forma de descarrego e de transmutação de energias negativas na Umbanda. O uso exagerado e irrestrito do álcool na incorporação mostra desordem e desequilíbrio psico-espiritual do médium, não da entidade.
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A incorporação é algo perigoso: Mito
Toda incorporação exige uma preparação e um conhecimento prévio. Apesar de não poder ser considerado como perigoso, é algo complexo. É fundamental seguir a preparação sugerida pelos membros da Umbanda (que mudam de acordo com o terreiro) e ter a consciência e a proteção necessária. Fazer uma incorporação sem o acompanhamento e a educação mediúnica necessária pode se tornar arriscado pois pode permitir a vinda de espíritos zombeteiros que não estão interessados em evoluir espiritualmente, somente assustar ou zombar os encarnados.
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Alguns médiuns incorporam, outros não: Verdade
A mediunidade é um dom divino que todos nós temos, em diferentes graus de desenvolvimento, mas nem todos aplicam a sua mediunidade com a incorporação. Há muitas outras formas de atuar na sua mediunidade: alguns ouvem, outros vêm, outros tem intuições, outros têm sonhos premonitórios, alguns benzem, outros oram, etc. Há uma infinidade de trabalhos possíveis e cada um deles foi oferecido como dom a uma alma que pudesse dar conta do mesmo, ninguém tem uma mediunidade que não pode controlar.
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