Encontrado a mais antigo mapa para o além!
Esse texto foi escrito com todo o cuidado e carinho por um autor convidado. O conteúdo é da sua responsabilidade, não refletindo, necessariamente, a opinião do WeMystic Brasil.
A nossa relação com o mundo dos mortos é muito, mas muito antiga. Milênios antes de Cristo, já existem registros da crença humana na espiritualidade e na continuidade da vida, entendendo a morte como uma passagem que nos leva a outros mundos. A fé no sobrenatural é mesmo algo que está em nós, presente em todas as culturas e todos os tempos!
Agora, foi encontrado um “mapa para o além”, que é considerado o registro mais antigo do mundo, com cerca de 4 mil anos!
Clique Aqui: Qual a diferença entre religião e espiritualidade?
O que é um sarcófago?
Sarcófago é uma urna funerária, geralmente de pedra, semelhante ao que conhecemos como caixão. Eles eram usados pelos egípcios como uma forma de tratar a morte, pois, eles acreditavam que as pessoas que morriam iam precisar de seu corpo após a morte. Por isso, era muito importante que o falecido tivesse o corpo muito bem conservado e fosse enterrado com seus bens mais valiosos. O espírito de quem morria, para os egípcios o ka (espírito) poderia então regressar e se unir ao corpo novamente, para então retornar a vida. Ou seja, sem o corpo, o ka não poderia continuar existindo. Não só o sarcófago fazia parte desse processo, como também a mumificação, um processo de tratamento químico do corpo dos mortos para que permanecessem preservados. Essa era, portanto, a função dos sarcófagos: preservar e proteger o corpo após a morte, função essa que vem sendo muito bem cumprida até hoje, pois, é impressionante o estado de conservação dos corpos encontrados por arqueólogos milênios após o fim do período conhecido como Antigo Egito.
Como a civilização egípcia existiu durante cerca de 3 mil anos, são inúmeros os sarcófagos descobertos por historiadores e arqueólogos da era moderna. Alguns não nos trazem novidades, mas por vezes coisas fantásticas acontecem quando essas caixas de pedra são encontradas. É o caso do sarcófago que vamos falar nesse artigo, que foi descoberto em 2012.
Tudo começou em 2012…
Foi em 2012 que um sarcófago muito antigo foi encontrado e desenterrado no Egito, e, com ele, uma grande surpresa veio à tona. Já era conhecido o Livro dos Mortos, uma coletânea de feitiços, fórmulas mágicas, orações e hinos, escritos em rolos de papiro e colocados nos túmulos junto das múmias. O objetivo destes textos era ajudar o morto na viagem para o outro mundo, funcionando como uma espécie de guia para a outra vida que também protegia a alma do morto de eventuais perigos que essa viagem poderia oferecer. O livro era posto sob a cabeça da múmia ou junto dela, ou então trechos do conteúdo do livro eram copiados na tumba que guardava os restos mortais de quem partia.
“Sem a crença em uma vida futura, a presente seria inexplicável”
Mas esse sarcófago trazia um guia místico para o submundo jamais visto: a cópia mais antiga do primeiro livro ilustrado que se tem notícia. A obra é precursora do Livro dos Mortos, e descreve dois caminhos – um por terra e outro por água – pelos quais a alma poderia navegar pelo além-mundo. As duas jornadas eram uma espécie de odisseia excepcionalmente árdua e repleta de perigos, e esse guia chamado de “O Livro das Duas Maneiras” era a garantia de que o espírito faria uma passagem segura. Após a morte, segundo esse exemplar, o espírito
enfrentaria demônios, lagos incandescentes e porteiros armados, que não poderiam ser ultrapassados a menos que esse espírito possuísse um vasto conhecimento sobre feitiços, misticismo e todos os nomes desses porteiros e portas que guardavam as passagens para a vida eterna.
O manual é cerca de quatro décadas mais antigo do que qualquer uma das duas dúzias de cópias existentes. Estamos falando de um registro de aproximadamente 4 mil anos! A descoberta foi feita pelo arqueólogo Harco Willems e foi publicada no The Journal of Egyptian Archaeology. O sarcófago foi encontrado em uma tumba na necrópole egípcia de Dayr al Barsha, e continha os restos de uma mulher da aristocracia identificada como Ankh.
Religião veio antes do Homo Sapiens
A religião é ainda mais antiga que o próprio Homo Sapiens. As primeiras crenças de tipo religioso são anteriores à expansão de nossa espécie. Concretamente sabemos que nossos parentes neandertais já realizavam enterros rituais, algo que mostra a existência de um sentido da morte e uma preocupação com o que acontece depois dela. Além dos enterros, arqueólogos afirmam que as sociedades do Paleolítico Médio praticavam a mais antiga forma de totemismo ou a adoração de animais.
“ Não aceites aquilo que ouves relatar, não aceites a tradição, não aceites uma afirmação só porque ela está nos nossos livros, nem porque está de acordo com tua crença ou porque foi dita pelo teu mestre. Sê uma lâmpada para ti mesmo”
Falamos da pré-história, período que abrange 2,5 milhões de anos até aproximadamente 1.200 a.C. Um tempo que tão antigo quanto abstrato para nós. A religião está em nossas raízes, fez parte de todas as sociedades já formadas pelo homem desde que este surgiu na Terra. Foram muitos deuses, muitas divindades, muito misticismo e muita história, para que alguém possa pensar que de fato só existe uma única forma de se chegar até Deus. É também difícil pensar que o homem possa existir separado da crença no sobrenatural, como se acreditar em algo além daquilo que está diante dos nossos olhos fizesse parte da nossa constituição, da nossa química cerebral e a maneira como funcionamos. Da mesma forma, os registros sobre mediunidade e comunicação com espíritos nos acompanham por milênios, mostrando que essa é também uma capacidade inata da humanidade. Somos acostumados a pensar o mundo depois de Cristo, mas a verdade é que existem milênios de história religiosa antes desse grande mestre vir a Terra passar sua mensagem.
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