Mandalas: os espelhos da alma humana
Quem nunca se encantou pela beleza das cores de uma mandala? São desenhos que causam fascinação e trazem muitos benefícios para a mente. As mandalas são muito mais do que desenhos, e a nossa relação com elas é muito antiga e sempre no âmbito transcendental.
“Deus é um círculo cujo centro está em toda parte e cuja circunferência não pode ser encontrada em qualquer lugar”
Elas estiveram presentes nas mais diversas culturas, seja na organização circular de pedras, rituais em grupo, nas danças, desenhos em areia, na arquitetura e na arte.
Quer saber porquê as mandalas são o espelho da alma? A gente te conta!
A origem das mandalas
Não sabemos ao certo quando foi exatamente que as mandalas passaram a fazer parte da nossa cultura, mas os primeiros registros de mandalas são datados do séc.VIII, na região do Tibete. Mas não só no Tibete moram as mandalas. Elas se espalharam por diversos outros países do oriente, como Índia, China e até mesmo no Japão, até chegarem ao ocidente. No entanto, quem se relaciona com elas afirma que as mandalas sempre estiveram em todo lugar, seja figuradamente ou como sistemas circulares de natureza cósmica, pois, o círculo é o modelo arquetípico da vida. A expressão mandala é derivada do sânscrito, que significa círculo. Por isso, a mandala é a representação gráfica do divindade, do cosmos, através da delimitação de um espaço sagrado que contêm formas geométricas concêntricas, ou seja, que se desenvolvem a partir de um mesmo centro. São um núcleo, sem dimensão nem lugar e, ao mesmo tempo, contém tudo; conteúdo e a forma, potencial e manifestação, único e múltiplo, semente e floresta.
Nas sociedades primitivas, o ciclo cósmico que representava a passagem do tempo, ou seja, o ano, era representado por um círculo. As mandalas também têm uma ligação forte com a arquitetura, especialmente as religiosas. Como exemplo, temos a enorme construção do templo de Borobudur, em Java, na Indonésia. Outros exemplos que podemos citar são as basílicas e catedrais cristãs da igreja primitiva, concebidas como imitação da Jerusalém Celeste, representando uma imagem ordenada do cosmos, do mundo. Na arte, elas também estiveram presentes com o passar dos séculos. Em termos de artes plásticas, a mandala apresenta sempre grande profusão de cores e representa uma figura que ajuda na concentração para se atingir outros estados da consciência.
Mas, voltando às origens tibetanas da mandala, elas tinham um objetivo muito específico na cultura budista tibetana: reforçar as Quatro Nobres Verdades. Por isso, as mandalas são consideradas importantíssimas para os estudantes de budismo, pois ajudam na preparação para o estudo do significado da iluminação. O processo em si de construção da mandala já é uma forma poderosa de meditação, pois é um sistema demorado, com movimentos meticulosos que exigem atenção extrema do autor. Mas, não só a meditação está envolvida na concepção da mandala, pois, quando um monge inicia esse trabalho, a maior lição que ele tira do processo é a transição, a impermanência como característica principal da vida. Após finalizar o desenho, ela é desmanchado, destruída. Nada deve durar para sempre e o importante não é o resultado final, a linha de chegada, mas sim o percurso.
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A beleza das mandalas e a alma humana
Para falarmos da relação entre as mandalas e a alma humana, temos que começar pelo trabalho do psiquiatra e psicoterapeuta Carl Jung. Buscando compreender a alma, Jung foi um grande estudioso das ciências ocultas, dentre elas as provindas do oriente. Para abrir o conceito de mandalas como espelhos refletores da alma, precisamos destacar duas Leis Herméticas importantes:
“Só gradualmente entendi o que é realmente a mandala: formação – transformação. O passatempo eterno do sentido”
A primeira é a Lei da Correspondência, que diz que tudo que está em cima, é exatamente como o que está embaixo, assim como aquilo que está fora é como o que está dentro. A segunda lei é chamada de Lei da Polaridade, que afirma que tudo que existe é duplo, pois para tudo há um oposto. O desigual e o igual são a mesma coisa. Essas dua leis dão uma perspectiva de vida que nos faz perceber que a verdade absoluta é impossível e qualquer conclusão sobre fatos é refém do ponto de vista. Os opostos que nos parecem tão distantes, não passam de polaridades de uma mesma força. Amor e ódio, por exemplo, são exemplos dessa polaridade oposta que faz parte da mesma força. Eles parecem contrários, mas não são. O contrário de amor não é ódio, mas sim desprezo. E é aí que a mandala se encontra com a nossa alma. Nosso espírito, ou consciência, têm uma estrutura absurdamente complexa, mas que só consegue se expressar através da transitoriedade. A cada oportunidade, veste uma roupa diferente e vive experiências diferentes, que somem como desenhos na areia quando a morte chega. Mas, ao mesmo tempo, essas experiências duram para sempre, pois se integram ao ser maior, ao nosso Eu Superior, a nossa alma primordial. Esse também é o destino da mandala como arte, já que é nas águas dos rios que a areia usada para construí-las é jogada pelos monges.
Além disso, a vida que se expressa através da alma é feita de círculos, que é também a representação gráfica da mandala. E a própria simbologia de construção das mandalas também se relaciona com a vida, pois estamos nesse ciclo eterno de construir, destruir, reconstruir e desconstruir. A vida age sobre nós e nós agimos sobre a vida, assim como quem desenha a mandala dá a ela a vida, mas depois é ela que impacta os labirintos da mente de quem a desenha. A Mandala é um símbolo universal de integração harmônica e transformação, que simboliza a unidade, a totalidade do self, do qual faz parte tanto o consciente quanto o inconsciente. Elas são um veículo para concentrar a mente e chegar a outros níveis de consciência, que nos encaminham para o cosmos e também para dentro de nós. Meditar com Mandala permite que você se abra para a criatividade e o desenvolvimento pessoal e espiritual.
Usando as mandalas para combater o estresse
Como as mandalas têm o poder de alterar a nossa frequência vibracional, podemos usá-las para combater o estresse. Elas afetam nossa percepção do ambiente, nos levando a fazer melhores escolhas e, consequentemente, influenciando nossa capacidade de superar os estresses do dia a dia. Então, ter mandalas por perto é uma ótima saída para quem tende a sofrer com o estresse.
“A vida de cada pessoa é como uma mandala. Um vasto círculo ilimitado. Estamos no centro do nosso próprio círculo, e tudo o que vemos, ouvimos e pensamos são formas das mandalas das nossas vidas”
Primeiro, podemos começar citando as bijuterias. Os colares são muito populares e existem opções voltadas para as diversas emoções humanas, como amor, alegria, saúde, prosperidade e harmonia. Além da oportunidade de olhar a mandala, o fato dela estar próxima ao corpo ajuda a absorver ainda melhor sua frequência. Outra opção é usar a mandala como objeto decorativo, trazendo ao ambiente a alegria das cores desses desenhos. Quadros e mantas que podem ser jogadas sobre o sofá vão dar um charme especial para sua casa e ajudar a deixar você mais calma e conectada com você. E, tendo um desses desenhos em casa, é possível usar a imagem para a contemplação. A observação de mandalas é uma ótima maneira de absorver boas energias e afastar as negativas. Usá-las como fundo de tela de computadores e celulares também ajuda muito na conexão com essa frequência mais sutil. Para ajudar na contemplação, comece focando na parte externa da mandala e, aos poucos, vá deslocando o olhar para o centro. Dez minutos é o suficiente para gerar tranquilidade, clarear a mente e trazer serenidade.
Mas, se você gosta de desenhar e colorir, há ainda uma forma muito divertida de entrar em contato com os efeitos espirituais da mandala: livros para colorir! Os desenhos de mandala para colorir como forma de meditação vem crescendo em popularidade mundo afora, e esse hábito ajuda a acalmar a mente, reduz drasticamente o estresse e estimula a criatividade.
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