O medo do abandono – de onde ele vem e como tratá-lo
O medo do abandono é uma fobia muito comum, mas que as pessoas têm dificuldade de identificar por ser algo inconsciente. Não é tão simples de assumir como o medo do escuro, de cobras ou de altura, por exemplo. Mas esse medo pode transformar as relações e atrapalhar muito o cotidiano de quem sofre desse problema. Veja a reflexão abaixo.
O medo do abandono surge no início da vida
De acordo com a Parapsicóloga Clínica Carla Bettin, o medo do abandono surge já no parto. Quando a mulher dá à luz, o bebê sai do conforto do ventre da mãe, onde ele se sente acolhido, seguro e nutrido e parte para uma realidade totalmente desconhecida.
O medo do abandono surge como um mecanismo primário de defesa, já que na infância as crianças dependem exclusivamente dos adultos para sobreviver. Por isso, o apoio, atenção e afeto dos pais desde a infância é tão importante para formar adultos seguros e sem o medo do abandono.
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O medo do abandono na infância – um caso real
A Parapsicóloga conta um caso real que acompanhou em suas terapias. A mãe da criança contou que o filho estava apresentando problemas na escola e sendo chamada à direção com frequência. Pela descrição feita pela mãe, ela logo identificou o problema e perguntou qual era o seu estado mental e emocional quando estava grávida do seu filho. A mãe mencionou que durante toda a gestação esteve preocupada se teria condições de sustentar mais uma criança, e que quando soube da gravidez sua primeira reação foi de rejeição.
Durante a gestação, o feto não tem atividade consciente, ou seja, não consegue raciocinar ou analisar tudo que está à sua volta. Entretanto, ele é capaz de registrar os primeiros sentimentos e emoções a que é exposto, ele sente e grava as emoções de sua mãe como se fossem suas. Sua atividade subconsciente começa a atuar para garantir a sua sobrevivência, por isso começa a interpretar os sentimentos negativos de sua mãe como ameaça à sua vida.
O medo do abandono em relacionamentos – um caso real
Outro caso atendido por Carla Betin em seu consultório mostra como o medo do abandono criado na gravidez ou na infância influencia também nos relacionamentos afetivos na vida adulta. Essa insegurança – que muitas vezes só se manifesta de forma clara na vida maturidade – traz à pessoa o medo constante de ser abandonado por seu parceiro. Inconscientemente, o parceiro inseguro começa a dar motivos para que o abandono se concretize, sua insegurança atrapalha o andar da relação, seja com palavras ou atitudes. O medo do abandono torna-se crença no abandono, e o subconsciente capta isso como uma necessidade, como uma válvula de escape a um sofrimento iminente.
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Como o medo do abandono pode ser evitado?
Só a presença constante dos pais e/ou cuidadores na infância, com afeto e atenção, pode trazer a segurança que a criança precisa para que ela sinta que sua sobrevivência será garantida e ela não precisa temer. Tanto no caso da criança que tem tido conflitos na escola quanto do parceiro inseguro no relacionamento adulto, ambos estão agindo inconscientemente como uma forma de chamar a atenção, da mãe ou do seu parceiro afetivo. O chamar a atenção para si é uma forma inconsciente de se sentir seguro.
A criança começa a criar mecanismos para chamar a atenção dos pais desde muito pequena, quando seu cérebro percebe que seu comportamento é bem-sucedido, que aquilo funciona para ganhar atenção, torna-se algo automático para que ela se sinta segura e protegida. Na vida adulta, o mesmo acontece: se o medo do abandono faz com que seu parceiro tente te dar mais segurança, o inseguro utiliza desse medo como forma de ganhar mais atenção.
Manter uma mente positiva – uma forma de tratar esse medo
Os estudos sobre o funcionamento da mente humana comprovam que o estado mental de uma pessoa é mais poderoso que o fator biológico. E para que isso aconteça, é preciso autoconhecimento, compreensão das pessoas ao redor, especialmente aquelas têm o maior grau de ligação afetiva com aquele que se sente inseguro.
A sugestão da parapsicologia para ambos os casos – seja do medo do abandono na infância ou nos relacionamentos afetivos – é que o inseguro tente manter uma atitude mental positiva. Esforce-se para manter bons pensamentos quanto àquela pessoa que lhe gera esse medo. Tais como confiança, valorização, reconhecimento, afeto, respeito. E o diálogo precisa ser constante, para que o outro saiba dos seus sentimentos e possa então compreendê-los – afinal ninguém tem telepatia para conseguir entender exatamente o que se está sentindo. Normalmente o distanciamento nas relações acontece por alguma preocupação que uma pessoa está sentindo e que seu pensamento não consegue estar em foco. Quanto maior o grau de compreensão e companheirismo para vencer esse problema, maior serão as chances de viver relacionamentos saudáveis, que são baseados no afeto e não na carência ou medo de perder. Quando há a consciência dos sentimentos que ambos vivenciam, há a maior probabilidade de viver em paz e em harmonia.
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