Missa de sétimo dia – de onde vem essa tradição?
A missa de sétimo dia é um costume muito comum entre os católicos. A Igreja sempre rezou pelos seus fiéis falecidos, pedindo a Deus que interceda pelo repouso eterno de suas almas. Esta tradição vem da fé católica no Purgatório, em que sem a santidade ninguém pode ver a Deus. Os católicos acreditam que nem todas as pessoas são salvas ao partirem dessa vida e entram imediatamente no céu. Em favor dessas almas, as orações são muito úteis. Principalmente na Santa Missa, onde se atualiza nos altares o próprio sacrifício de Jesus no Calvário. Conheça um pouco mais sobre o costume da missa de sétimo dia.
A tradição da missa de sétimo dia
A missa de sétimo dia é chamada de Missas pro defunctis, “pelos defuntos”, também conhecida como Missas de Réquiem, que faz referência às palavras com que os celebrantes geralmente iniciam as cerimônias (o introitum da Missa, hoje mais popular como “antífona de entrada”): Requiem aeternam dona eis, Domine — “Dai-lhes, Senhor, o descanso eterno”.
Na liturgia antiga, havia o costume de celebrar a missa em homenagem à falecidos no 3° e 7° dia após a morte, além da missa do 30° aniversário do falecimento. Das tradições pós morte da Igreja, a que mais se difundiu no Brasil foi a missa de sétimo dia, o que torna muito oportuno entender o significado destes números.
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Os números 3 e 7 na Bíblia
O número 3 na Bíblia faz referência aos três dias em que Jesus ficou sepultado e ao fim deles, ressuscitou dos mortos. Por isso, ao rezar a Santa Missa no terceiro dia do falecimento de seus entes queridos, os católicos demonstravam a esperança de que, no fim dos tempos, os corpos deles também ressurgiriam para a vida eterna.
Enquanto isso, o número 7 está relacionado com o sétimo dia da Criação, em que o Senhor “descansou” da obra que finalizara. Funciona como uma alusão ao “shabat” divino, muito apropriada para o momento que rezamos pelo “descanso” eterno das pessoas que partiram do nosso mundo. Este costume tão comum para nós é muito antigo como mostra a explicação de Santo Ambrósio de Milão, ainda no século IV, em uma celebração em homenagem ao seu irmão de sangue São Sátiro, que tinha morrido recentemente: Nunc quoniam dies septimo ad sepulcrum redimus, ele diz, qui dies symbolum futuræ quietis est. “Agora voltamos ao sepulcro no sétimo dia, que é símbolo do repouso futuro. ”
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A missa de sétimo dia no Brasil
Em nosso país, a prática da missa de sétimo dia se tornou ainda mais forte devido ao clima a extensão. Como temos um clima tropical, o sepultamento dos mortos deve ser feito o quanto antes e muitas vezes não é possível que os amigos e familiares se reúnam rapidamente após o óbito. O prazo de sete dias é razoável para que todos se organizem para comparecerem ao menos à Santa Missa, em homenagem aos entes queridos.
A Igreja católica incentiva a manutenção desta tradição, principalmente por seu significado: não é apenas uma semana do falecimento, mas do dia do descanso eterno, símbolo da quietude que todos vamos viver um dia, junto ao Pai.
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