Quais os mistérios do povo Celta?
Mestres da Idade do Ferro europeia (1.200 a.C até 1.000 d.C) os Celtas eram na verdade um conjunto de povos que se desenvolveu na Europa Ocidental e que até hoje mexe com o imaginário popular. Com personagens fascinantes, muitas lendas emergiram dessa cultura, como as histórias do Rei Artur, Morgana, Tristão e Isolda, a rainha guerreira Boudica e Vercingetórix, o gaulês. Sua filosofia era baseada nos conceitos da fertilidade e alegria, fazendo com que a sociedade Celta se organizasse em torno dessas noções e apresentasse uma produção artística e musical muito intensas. Tinham Druidas como sacerdotes e estavam muito ligados às práticas ocultas e à natureza, onde encontravam a vitalidade, sustento e renovação.
Quem foram os celtas?
Povos conquistadores fizeram os Celtas morrer enquanto cultura, apesar de serem grandes guerreiros que organizavam-se em tribos, com alcance territorial indo desde a Península Ibérica até a Ásia menor. Entre as tribos mais conhecidas estão os gauleses, bretões, batavos, belgas e gálatas, entretanto, boa parte da população da Europa ocidental pertencia às etnias Celtas até à conquista desses territórios pelo Império Romano, fazendo deles uma parte “indefinida” da história da Europa com grande influência em países como Bélgica, Holanda, Irlanda, Reino Unido e até mesmo Portugal e Espanha.
A cultura Celta é até hoje alvo de muita curiosidade e especulação especialmente por estar associada ao mundo mágico e espiritual, devido às histórias de fadas e gnomos de seu folclore, e também por ser o berço do que conhecemos como contos de fada. Sem dúvida eram um povo com muita ciência unida ao misticismo, com relatos praticamente inexplicáveis que insinuam uma operação de transplante de coração realizado em 1000 a.C., e também de navios voadores que soltavam fumaça enquanto desciam e pousavam no nos campos e de onde saíam deuses que traziam boas novas.
Stonehenge também é um mistério atual que cerca a cultura Celta, sendo o monumento pré-histórico mais conhecido, pesquisado e visitado pelas pessoas. É formado por imponentes blocos de pedra que medem 4 metros de altura em forma de círculo, disposição para a qual não se encontra explicação até hoje. Para que serve, como era utilizado e especialmente como foi construído, sendo possível transportar e posicionar de forma tão perfeitas blocos enormes de pedra são perguntas que se encontram sem resposta e que o povo Celta parecia saber.
Conexões diretas entre Druidas, a bruxaria e a Wicca também ajudam a dar ao povo Celta essa aura mágica e misteriosa tão encantadora, especialmente através das lendas do Mago Merlin, o mago dos magos, eternizado pela tradição Celta.
Existem ainda tradições místicas que dão conta de uma conexão racial entre o povo Celta e a antiga civilização Atlante, onde seriam os Celtas descendentes diretos da Atlântida. A teoria se baseia na crença em Manu, divindade cultuada pela sociedade atlante que teria criado uma elite de seres dotada com as habilidades da imaginação, sensibilidade artística, poesia, oratória e música, os enviando para estabelecimento no Cáucaso, Frígia e Ásia Menor por volta de 20.000 a.C e que teriam composto as diversas tribos chamadas de Celtas.
Espiritualidade: quais as crenças da sociedade Celta?
A cultura Celta é repleta de magia, espiritualidade e culto à natureza, o que atribui à cultura características xamânicas. Eles acreditavam que registrar os acontecimentos usando palavras escritas compromete a realidade e a energia dos eventos, proporcionando interpretações equivocadas da verdade que são muito prejudiciais a perpetuação da cultura de um povo. Enxergavam o mundo como um palco de acontecimentos que promoviam a constante transformação, e, por isso, valorizavam muito a natureza e praticavam sua constante observação.
O momento presente era também muito enaltecido, pois ele era o elo entre passado e futuro e o único capaz de promover a harmonia entre o corpo e o espírito. Não acreditavam na separação entre os mundos físico e espiritual, e, a partir dessa noção, centravam sua filosofia e estilo de vida no amor, alegria e fertilidade. Assim, a morte também não existia para os Celtas, sendo somente uma transformação e passagem para o estágio evolutivo seguinte da consciência, que imortal e eterna. Para a cultura Celta, todo homem é parte da grande teia da natureza e a vida é uma sucessão de experiências e descobertas que aprimoram o espírito, sendo que os deuses e deusas estão presentes em todas as manifestações da Criação, sendo, na verdade, a própria Criação. Muitos rituais e hábitos refletiam essa crença, sendo comum por exemplo aos monges monges celtas contemplarem o Sol durante a alvorada, pois acreditavam que suas almas eram inundadas pela luminescência de Deus.
A magia em que está imersa essa cultura era de fato presente na rotina de vida e nos alicerces da sabedoria Celta e era autorizada para a prática de qualquer integrante, embora existisse nessa sociedade uma organização mística superior, os Druidas, que possuem conhecimentos mágicos profundos e uma sabedoria de extrema grandeza.
Poderosos sacerdotes, sábios, conselheiros, juristas, poetas, contadores de mitos e lendas e místicos, com uma tradição inspirada pela natureza, os Druidas eram uma classe muito especial da sociedade Celta, que possuíam mais importância que os próprios reis.
Eram considerados sábios filósofos e conselheiros, dotados de dons muito especiais e que praticavam a tradição oral para transmitir sua sabedoria. Os interesses Druidas giravam em torno da filosofia e o conhecimento sobre todas as disciplinas: eles estudavam os movimentos dos corpos, astronomia, ervas, leis naturais e os poderes e habilidades dos deuses, bem como todos os mistérios que envolviam a criação, como por exemplo, a vida depois da morte. Sobre ela, construíram um conceito avançado sobre a imortalidade da alma e a vivência de múltiplas experiências em diferentes corpos que influenciava toda a cultura Celta.
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A incrível mitologia Celta
Quase toda a construção mitológica Celta é conhecida pelos trabalhos de autores greco-romanos que se dedicaram a estudar e descrever outras culturas. A disciplina da arqueologia também traz uma rica gama de teorias e temos, ainda, muitos documentos históricos britânicos e irlandeses que dão conta da existência e das crenças dessa sociedade tão antiga.
Como parte da mitologia céltica temos um politeísmo que pouco conhecemos, animista, que acreditava nos espíritos existentes em objetos naturais como árvores e pedras. Pesquisadores também identificaram algumas deusas que regiam os fenômenos naturais, como Tailtiu e Macha. São conhecidas também Dagda, o chefe de outras divindades, Morrígan, deusa da guerra, Epona, deusa relacionada aos cavalos, Goibiniu, o produtor de cerveja, Tan Hill, entidade ligada ao Fogo e o Deus Lugh, deus do sol e do tempo. Sabemos também que os Celtas adoravam suas divindades ao ar livre, mas escavações arqueológicas mais recentes sugerem que eles também construíram templos sagrados, devido à influência cultural romana.
Como não faziam uso da escrita, a tradição Celta era mantida pelas práticas orais e transmitida em forma de poemas como “O Roubo de Gado em Cooley”, que narra a história do herói irlandês Cú Chulainn ao enfrentar as forças da rainha Maeve para defender o seu condado. Outros legados dos celtas são as histórias do Ciclo do Rei Artur e alguns relatos míticos, dos quais se originaram os contos de fadas como Chapeuzinho Vermelho, globalmente difundido até hoje.
Mitos celtas também influenciaram vários filmes, videogames e histórias modernas, como a saga do Senhor dos Anéis.
A Wicca é Celta?
A Wicca é uma religião politeísta influenciada por crenças pré-cristãs e culturas européias muito antigas, que trabalha com a manipulação do sobrenatural (magia) por meio dos princípios físicos e espirituais femininos e masculinos, além dos poderes da natureza. Ela acredita no dualismo como fundamento do mundo e crê tradicionalmente na Deusa Tríplice e no Deus Cornífero, tendo como fonte de adoração principal a Deusa Mãe, princípio da vida, da natureza, das águas, fertilidade e cultura. É, por isso, também conhecida com a religião mais antiga do mundo, já que baseia suas crenças e práticas no universo natural e seus poderes e leis.
A Wicca como conhecemos hoje teve origem na Inglaterra no início do século XX mas foi popularizada nos anos 50 por Gerald Gardner, que na época chamava a religião de “culto às bruxas” e “bruxaria”, apesar de a palavra bruxaria abranger um círculo muito amplo de práticas mágicas que não se resumem à Wicca.
Uma vez situada a Wicca no contexto histórico e filosófico, podemos perceber claramente suas raízes célticas e Druidas, no que se refere à adoração à natureza, aos astros, crenças e alguns símbolos mágicos como o Trinity Knot, que para os Celtas significava a Virgem, a Mãe e a Anciã e que, na Wicca, é interpretado como representação da donzela, a mãe e a mulher idosa.
Para ambas filosofias, a magia é algo totalmente natural, muito poderosa e parte integrante do cotidiano. A Wicca se utiliza do panteão Celta para fazer seus rituais e também tem como calendário litúrgico a Roda do Ano, observações dos festivais Celtas, tornando a Wicca e a Cultura Célticas profundamente conectadas.
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Celtas: uma filosofia atual
A crença na expansão da consciência, libertação do espírito e cura da comunidade através do desenvolvimento individual são noções amplamente difundidas por grande parte das tradições místicas, que eram também as bases da cultura Celta.
Especialmente agora, momento em que vivenciamos a Transição Planetária, esses conceitos são essenciais para compreendermos nossa realidade e nossa origem espiritual, única sabedoria que pode de fato nos libertar. O processo de trânsito e transmutação que o planeta está vivendo produz a abertura para uma elevação consciencial enorme, abrindo portas para experiências que trazem grande crescimento ao espírito e que transformam a vida na dimensão física.
Assim, é muito fácil considerar os Celtas como uma grande fonte de aprendizado. Um de seus mais sábios conceitos nos diz que o tempo é amigo e age em nosso favor, nos oferecendo a benção do esquecimento e muitas oportunidades.
A natureza também é um grande tema do qual muito nos beneficiamos da cultura Celta. Hoje, nossa mais preciosa fonte da vida sofre imensamente conforme avançamos enquanto civilização e cresce vertiginosamente nossa alucinação pelo consumo. O meio ambiente está de tal forma agredido que a continuidade da vida está sendo questionada por cientistas que clamam, desesperados, por mudanças comportamentais profundas na humanidade, mas que são silenciados por forças políticas que conseguem colocar em dúvida a veracidade dessas afirmações.
Já para os Celtas, a natureza era de tal forma sagrada que estava intrinsecamente ligada à toda sua tradição, crenças e organização social. Um princípio filosófico que evidencia essa adoração é a necessidade de observação das grandes lições da Mãe Natureza, que gentilmente não só nos sustenta como nos ensina os princípios divinos e que é de difícil compreensão para o homem moderno. Para eles, a vida era um movimento cíclico de transformação permanente onde nascemos, crescemos, morremos e renascemos, onde existe o momento certo para cada coisa como ensinam as estações do ano. A certeza da chegada da primavera após o mais rigoroso inverno nos instrui que é preciso aprender a perder para ganhar depois, princípios básicos da vida e da evolução.
A concepção quântica de mundo Celta é também muito avançada e alinhada aos conhecimentos que a evolução tecnológica nos proporcionou. Não existindo separação entre o mundo físico e espiritual, a conexão entre esses dois universos não só é possível como também é acessível à qualquer um que busque o verdadeiro conhecimento e a origem espiritual da humanidade, noções que estão hoje viabilizadas por descobertas na área da física quântica.
Em resumo, os Celtas deixaram como precioso legado valores de alta estima para o crescimento individual e da civilização humana como um todo: adoração da natureza, integração com o universo espiritual, evolução espiritual através da expansão da consciência e harmonização da mente e do corpo físico, trazendo para o indivíduo a consciência do poder da natureza e a transformação que ele pode trazer à vida.
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