Obrigações de Umbanda: O que são? Qual a sua função?
Obrigação é toda ação em forma de liturgia, que se assemelha a um ritual ou oferenda, por exemplo, na qual um Filho de Fé (ser encarnado) se entrega a uma Força Superior (orixá) ou guia para alcançar alguma graça.
As Obrigações de Umbanda podem ser de alguém que procura ajuda de uma entidade e recebe instruções de como proceder para alcançar seu desejo, ou seja, é a de busca e orientação, a Feitura de Santo; de alguém que as realizas com o objetivo de quebrar um mal colocado ou de reverter um trabalho anterior com caráter maligno, as Emergenciais; e, por último, as realizadas aos orixás como meio de preparação de um novo médium ou para estreitar os laços de um já sacerdote com seus orixás, o Reforço de Santo.
Como são realizadas as Obrigações de Umbanda?
Esses rituais são preparados com elementos da natureza, sendo realizados pelas próprias mãos de quem deseja ser atendido, concretizando uma completa alquimia que vai de encontro às forças e energias de comunicação do orixá pretendido.
Com a oferenda apresentada, a entidade então incorpora no médium, trazendo à tona sua identidade, aceitando o que lhe foi ofertado e ratificando o compromisso. Assim que essa Obrigação é aceita a entidade não pode mais ser substituída ou abandonar o compromisso, já que é nesse momento que médium e energia se unem e estreitam seus sentidos de contato.
A necessidade de se fazer uma Obrigação não está ligada a todas as entidades, mas apenas às linhas de Pretos Velhos, Exús, Caboclos e seus femininos correspondentes, já que representam a sustentação da religião. Não são feitas Obrigações de Umbanda com o grupo dos Erês, que não tem gira própria e advém dos Pretos Velhos, assim como as linhas neutras.
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Obrigação de Umbanda: um laço eterno?
Quando se aceita realizar esse tipo de contrato com uma entidade, não quer dizer que deva ser um laço jamais revogado. Muito pelo contrário. A ideia é que seja de livre escolha a aceitação do médium que for nomeado, mas que ele deve ter consciência de que aceitando, passa a ter o dever de cumpri-la para que a sua entidade seja recíproca. A partir do momento em que houver a impossibilidade de cumprir esse compromisso com seu guia, a mãe/pai de santo que rege a Casa deve ser informado para que se siga um ritual de Desobrigação.
Então, que fique sempre claro: o princípio fundamental da Umbanda não é o de aprisionar as pessoas, mas de as trazer e as deixar ir por liberdade, por vontade própria, assim, todo e qualquer compromisso é uma decisão una e intransferível que precisa contar com a fé, a boa vontade e a concordância de cada participante. Axé!
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