Ordem de Malta: um segredo bem guardado pela igreja
Costumamos pensar na igreja católica como uma instituição religiosa, sem qualquer ligação com organizações armadas. Mas nem sempre foi assim. A Ordem de Malta foi um braço militar da igreja, que hoje se transformou em uma organização humanitária internacional soberana.
“O afeto conduz a alma como os pés conduzem o corpo”
Presente em 5 continentes, a ordem é responsável por hospitais e centros de reabilitação, com um corpo volumoso de voluntários que inclui médicos, enfermeiros, auxiliares e paramédicos. O objetivo da Ordem de Malta é auxiliar idosos, deficientes, refugiados, crianças e qualquer pessoa em situação de vulnerabilidade.
Defesa durante as cruzadas
A história deste grupo de católicos está cheia de acontecimentos extraordinários. Para contar essa trajetória, devemos regressar na história cerca de mil anos na muito conhecida Jerusalém. Por volta de 1099, mercadores da região de Amalfi fundaram uma igreja, um convento e um hospital de apoio aos peregrinos da Terra Santa. Rapidamente a organização recebeu o apoio da Santa Sé e das casas reais europeias, o que dá a organização uma essência elitista constituída por aristocratas e nobres.
A partir de 1136, o Papa Inocêncio II adicionou a ordem uma função militar, com o intuito de defender o Santo Sepulcro e a custódia da cidade e do castelo Beit Jibrin, que se tornaria a primeira fortaleza da organização. A Ordem de Malta acabou por deixar a Terra Santa em 1291, se estabelecendo na ilha de Chipre até 1309. Somente em 1530 é que a ordem se fixou em Malta, onde ficou até 1798. Depois, a organização passou por Messina, Catania e Ferrara, até que a partir de 1834 se estabeleceu em Roma onde permanece até os dias de hoje.
A Ordem de Malta, como entidade, é quase um Estado. Sua soberania permite imprimir selos próprios e emitir passaportes, concedendo nacionalidade maltesa a todos os seus membros. Esse passaporte é considerado o mais exclusivo do mundo, e existem atualmente apenas 500 deles circulando no mundo. Apesar disso, a Ordem de Malta não pode ser considerada um país, embora mantenha relações diplomáticas com 105 Estados, nos quais possui até embaixadas. Por sua soberania juridicamente reconhecida, a ordem tem representação na ONU e é filiada à Cruz Vermelha e a outras organizações internacionais.
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Conspirações e poder: os verdadeiros objetivos da Ordem de Malta
Como tudo que envolve a igreja, há muitas teorias conspiratórias sobre a Ordem de Malta. Uma delas é a possível manipulação política exercida pela organização, que usa o pretexto de ajuda humanitária para influenciar a política mundial em função dos interesses da igreja.
Segundo teóricos, a Ordem de Malta funcionaria como um polo aglutinador do mais extremado catolicismo conservador, servindo de ponte entre a Igreja, os grandes negócios, o establishment político e redes de espionagem ocidentais. Políticos, diretores da CIA, monarcas e empresários seriam membros da ordem, usando o poder do grupo para direcionar interesses em comum.
“O mal da grandeza é quando ela separa a consciência do poder”
Alguns dos vilões da política mundial eram supostamente Cavaleiros de Malta, como Reinhard Gehlen, chefe da Inteligência nazista e agente da CIA na Guerra Fria. Alexander Haig, americano que definiu a política exterior dos Estados Unidos durante os governos de Nixon e Reagan também seria membro. William Casey, antigo diretor da CIA também seria uma das ilustres figuras associadas a organização.
Em se tratando de membros influentes, a Ordem de Malta tem em sua história personagens de muito poder, como, por exemplo, a família real britânica. A rainha Elizabeth II é a regente da Ordem de São João, uma “facção” da Ordem de Malta. Em alguns uniformes do príncipe William e também do Harry se vê, claramente, a insígnia de Malta.
Sendo assim, podemos dizer que a Ordem de Malta é um elemento comum que une o Vaticano, a aristocracia mundial, líderes políticos e grandes empresários. Incrível, não? A igreja católica é mesmo poderosa, muito além do que podemos imaginar.
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