Os cabelos longos e seu poder espiritual
Nas culturas dos índios norte-americanos, homens e mulheres são reconhecidos pelo comprimento de seus cabelos que representam, de maneira geral, o auge de sua glória.
Tanto que, quando pegos por inimigos, principalmente os guerreiros, tinham os cabelos cortados para representar a submissão e derrota do Povo através da humilhação. Na tradição desses povos, a forma de se pentear o cabelo significa o alinhamento do pensamento, o trançado representa a unidade de pensamento, o laço é a garantia de pensar e a cor, a convicção do pensamento.
Mas não apenas os ameríndios tratam o cabelo como uma espécie de projeção do nosso pensar, muitos outros povos no passado espelhavam sua glória através do crescimento dos cabelos e da ostentação de sua sabedoria ao longo do tempo. Povos tradicionais na África e na Ásia também ostentavam os cabelos grandes para demonstrar que haviam passado por muito, e que venceram.
Mas a simbologia esotérica por trás dos cabelos longos pode demonstrar ainda mais segundo a história desses povos.
Os cabelo como estrutura mental e espiritual
Para muitas culturas, o cabelo é a extensão da mente, da estrutura do pensamento. Para os nativos norte-americanos diz muito mais do que imaginamos. Os penteados, por exemplo, são parte de como os indivíduos se apresentam e especialmente importantes para diversas ocasiões como festas e reuniões.
Os estilos de cabelo podem indicar alegria ou tristeza em um determinado momento, se a pessoa é casada ou solteira, sua idade e status na tribo. Eles representam os sentimentos e sua situação na vida mundana. Além disso, os diferentes estilos indicam tribos diferentes, a qual se pertence, e se são tempos de guerra ou de paz. Portanto, para esses povos tradicionais o cabelo não é apenas um acessório estético, ele é a expressão espiritual do ser e sua fonte de força, intuição e poder.
“Somos o que pensamos. Tudo o que somos surge com nossos pensamentos. Com nossos pensamentos, fazemos o nosso mundo”
O cuidado do cabelo, no passado, era tão importante quanto a manutenção da saúde física e espiritual. Os índios americanos, especialmente os do norte, ensinavam a criar rituais de penteados, utilizando madeira, ossos, penas e até lascas de pedra. O cabelo que caía ou que ficava acumulado no pente era recolhido e mantido em uma bolsa.
Ao chegar a lua cheia as mulheres se reuniam em uma cerimônia e ofereciam o registro de seus sentimentos e ideias acumuladas no cabelo caído aos espíritos do fogo, terra, água e ar para que fossem abençoados. Posteriormente as oferendas de cabelo eram colocadas numa fogueira para que a oferenda sagrada, ou seja, os pensamentos e emoções de cada uma delas se elevasse junto com suas orações através da fumaça e do vento até chegar à lua.
Para os povos indígenas o corte de cabelo não só representava o poder de cortar seu pensamento, mas em alguns casos uma desgraça. Um guerreiro que sofresse um corte de cabelo em batalha não teria lugar dentro de seus antepassados, como se sua alma tivesse sido violada.
Sem alma, ele já não possuía memórias ou coração, então não poderia dividir a glória de seus antepassados. Ele automaticamente se tornaria um espírito errante, cinzento, preso entre mundos. Nos ensinamentos de muitas tribos indígenas o corte de cabelo representou um processo de luto ou proximidade com a morte.
As funções dos cabelos
Nossos cabelos (e pêlos de maneira geral) crescem naturalmente e a inteligência de nossos corpos é a grande responsável por isso. Seu comportamento ao longo do desenvolvimento da vida humana faz deles o retrato exemplar de nossa adaptação enquanto espécie. Mas são os povos tradicionais que dão a eles a vivência natural e simbólica para além da estética.
A ciência já comprovou que pessoas com cabelos longos tendem a ser mais energéticas e menos inclinadas a depressão. O cabelo longo também é um grande produtor de calor corporal, protegendo-nos do frio do inverno ao invés das pessoas de cabelo curto que para isso tem que gastar muito mais energia corpórea.
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