Você consegue ouvir as batidas do seu coração?
Esse texto foi escrito com todo o cuidado e carinho por um autor convidado. O conteúdo é da sua responsabilidade, não refletindo, necessariamente, a opinião do WeMystic Brasil.
Neste artigo vamos falar sobre a relação entre ouvir seu coração e a empatia. E não se trata de seguir sua intuição, guiar-se pelos caminhos que indicam suas emoções. Falamos de ouvir o coração bater mesmo, pulsar dentro de você.
Se você sente seu peito vibrar, provavelmente sente também mais empatia. Pessoas com essa habilidade tem mais facilidade de lidar com assuntos emocionais e estão mais abertas ao despertar espiritual. Quem diz isso é a ciência, acredite.
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Como anda batendo seu coração?
A empatia
A empatia é a maior dificuldade humana. E será que, apesar deste ser um termo amplamente discutido, as pessoas entendem mesmo o que é a empatia? Talvez estejamos caminhando para isso, ou melhor, engatinhando. Quanto mais se enxerga o outro, mais vemos que estamos muito, mas muito longe da luz. O despertar verdadeiro começa por enxergar o mundo ao nosso redor. É na matéria que se inicia o despertar, na maneira que enxergamos (ou não) a realidade além de nós. É na capacidade de perceber como a indiferença faz de nós uma raça primitiva, que algo começa a acender dentro de nós. Acender e ascender, literalmente.
É engraçado como as pessoas mais voltadas para si acham que estão despertando e que podem vibrar em dimensões elevadas. (A propósito, em que frequência você vibra?) Sentem empatia, mas só por si mesmas.
Esses dias recebi de uma amiga querida um vídeo que ensinava a vibrar na 8º dimensão. Era esse o mistério da vida segundo: vibrar nas dimensões elevadas e prósperas. Era por isso que ela tinha sucesso e agora compartilhava comigo esse segredo. E sucesso, segundo a sociedade, é quanto dinheiro você tem, pois é o dinheiro que diz se “você chegou lá”. E isso ela tem de sobra. Ela trabalha muito, é verdade. Na empresa que herdou do pai. Estudou em uma das melhores escolas de São Paulo e na universidade mais cara do país, teve aulas de inglês, viajou o mundo e foi preparada para assumir o negócio. E, nesse ponto, devo dizer, ela me dá orgulho. Diferente das pessoas que destroem o patrimônio familiar, ela o fez progredir. Porém, não entende o abismo que existe entre oportunidade e esforço, especialmente no Brasil. Para ela, o que ela tem é fruto de sua mente empreendedora e seu “entendimento espiritual”. Ela se esforçou muito na vida e sabe cocriar. Então, qualquer pessoa pode conseguir o mesmo. Quem não consegue não se esforçou ou não vibra na energia da abundância. Gente que não “merece”.
“Sangue pra sua sede, ódio na sua rede, seus ouvidos têm paredes e as mentiras travam a sua visão. Tempos sombrios, peitos vazios”
Ela não tem ideia como é a realidade da pobreza. Pensa vibrar de acordo com as esferas mais altas, mas não percebe a realidade que vive. Pensa estar em afinidade com mestres da luz, mas não enxerga nem os espíritos ao redor, não vê a aura das pessoas e só ajuda a si mesma. Ela não conhece a empatia, aquela que acolhe com amor as diferenças, dificuldades e, principalmente, a dor do outro, especialmente do outro que é diferente dela. São muitas pessoas assim, que chamam de mimimi as aflições que desconhecem. A verdadeira empatia é voltada para o outro e não cabe em uma frase seguida de “mas”, não conhece preconceito e quer tanto dar o peixe quanto ensinar a pescar. É dessa empatia que precisamos. De amor-próprio e egos inflados o mundo já está cheio.
Há quem diga que ela, a empatia, vem do cérebro, há quem diga que ela se aprende. Mas, segundo um estudo científico, a empatia mora mesmo é no coração. Quem consegue ouvir as batidas de seu próprio coração tem mais facilidade de escapar do ego e abrir os olhos da alma.
O estudo: nosso coração e o outro
O estudo foi feito pela Universidade de Anglia Ruskin, no Reino Unido, e revelou que há um forte vínculo entre a consciência que temos do nosso corpo e a habilidade de compreender outras pessoas. Notar o pulsar do coração dentro do peito é chamado de interocepção, e alguns cientistas acreditam ser essa habilidade de interpretar nosso corpo que nos permite gerar emoções. É a interocepção que explica por que, por exemplo, percebemos que ficamos com medo de um cachorro feroz. Quando sentimos nosso coração disparar, sabemos que estamos diante de um risco ou ameaça. Ou seja, para gerar emoções, precisamos interpretar o estado interno de coisas do nosso corpo.
A interpretação das nossas emoções é também importante para entender o que outras pessoas estão pensando e sentindo. Quanto mais consciência corporal temos, mais empatia desenvolvemos.
Esse conceito é conhecido como Teoria da Mente: se tivermos problemas para distinguir nossas emoções, também será difícil interpretar os estados mentais dos outros. Para chegar a essa conclusão, Geoff Bird (cientista que conduziu o estudo) e sua equipe pediram que 72 voluntários contassem seus batimentos cardíacos sem usar os dedos para medir o pulso. Então, os participantes assistiram vídeos que continham interações sociais. Foi a partir desses vídeos que os cientistas conseguiram dimensionar a capacidade de interpretação dos sentimentos dos outros e cruzar essas informações com a aptidão que cada voluntário apresentou em medir seus batimentos cardíacos. Depois dos vídeos, os participantes responderam um questionário que investigava a percepção deles em relação aos sentimentos das pessoas nos vídeos, pois, algumas perguntas exigiam que eles interpretassem as emoções de certas personagens durante a interação social na qual elas estavam envolvidas.
“Quando nosso coração está repleto de empatia, um forte desejo de eliminar o sofrimento alheio surge dentro de nós”
Assim, quando juntaram os dados da contagem cardíaca com as respostas dos questionários, concluíram que os voluntários que conseguiram contar melhor seus batimentos e ter uma percepção mais aguçada de si, também apresentaram mais facilidade em interpretar sentimentos alheios. Eles foram mais empáticos.
Como você se sente quando presencia uma injustiça?
É aí que podemos começar a medir nossa empatia e entender como as batidas do nosso coração estão ligadas a ela. Quando você vê alguém sendo humilhado, por exemplo, seu coração aumenta a frequência? Como fica sua respiração? Já prestou atenção nisso?
Para algumas pessoas, cenas de um filme são suficientes para iniciar essa reação química que chamamos de empatia. Quando a personagem sofre, você também sofre. Quando a personagem sente medo, você também sente medo. É claro que nas produções audiovisuais há todo um suporte de recursos que nos desperta medo, alegria ou tristeza em relação ao destino das personagens. Sabemos que são apenas histórias e nem mesmo isso é capaz de impedir que a gente se emocione.
Mas calma! Nem todo mundo consegue chorar assistindo um filme ou ouvindo música. Isso não significa que você seja uma psicopata. O que vale mesmo é a vida real. Se você vê um homem agredir sua companheira e isso não faz seu coração bater mais forte, certamente empatia não é sua melhor qualidade. Se uma criança esfomeada pedindo ajuda na rua não lhe causa reação, é sinal que você está muito autocentrada, vivendo só para si. Se as mais de 100 mil mortes por Covid-19 no Brasil não fazem seu coração partir, se você não se enxerga nas famílias que perderam entes queridos, é porque seu nível de empatia é zero.
É quando sentimos em nós a dor do outro que podemos dizer que temos empatia. Só assim crescemos. Caso contrário, o que você está fazendo aqui? O que pensa ser o objetivo da vida? Trabalhar? Juntar dinheiro? Pensa que é o bastante lutar apenas pelo seu conforto? Pela sua comida? Muitas pessoas diriam que sim. Se elas têm o que desejam, se elas estão protegidas, o resto é resto. Chegamos ao ponto de ver a mulher do governador de São Paulo dizer que a rua é um atrativo, que é errado dar alimento aos moradores de rua e que essas pessoas gostam de ficar na rua.
Realmente, quem aqui nunca quis largar tudo e ir para o conforto da rua, passar uma fominha, um friozinho e dormir ao relento? Eu mesma não posso ver uma ponte que já quero morar embaixo.
Essa senhora está morta por dentro. Nesse terreno seco, regado a muito ouro e champanhe, não é capaz de brotar emoções por ninguém que não seja ela mesma. Ela é o maior exemplo do que não é empatia. Uma encarnação perdida… Vai chegar no astral e apresentar suas terríveis obras plásticas, sua conta bancária e seu status. Coitada. Mas não devemos esquecer que a empatia anda junto com amor. Essa criatura é digna de pena e devemos ter empatia por ela também. Uma pessoa tão vazia como essa é triste de ver…
“A quem muito foi dado, muito será exigido; e a quem muito foi confiado, muito mais será pedido”
Podemos também refletir sobre quais valores a sociedade (especialmente a alta sociedade) brasileira se sustenta. Nesse sentido, a empatia também anda junto com a política, pois é com base nela que devíamos tomar nossas decisões. Informações factuais e a percepção do que é melhor para o outro, para todos, (nunca para nós mesmos) é o que deveria nos guiar. Entretanto, é o nosso ódio tem falado mais alto e é ele o pai da situação lastimável em que se encontra o Brasil.
Experimente observar a empatia, em você ou no outro. Comece a prestar atenção ao pulsar de seu coração. Ouça sempre o coração, esse é o caminho para o verdadeiro despertar. Qualquer outra coisa é mentira. Se não tem amor, está errado. Pode crer.
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