Palavras ao vento (que não esquece), por Gabhishak
Esse texto foi escrito com todo o cuidado e carinho por um autor convidado. O conteúdo é da sua responsabilidade, não refletindo, necessariamente, a opinião do WeMystic Brasil.
Durante muito tempo eu dizia coisas apenas por dizer.
Para além disso, assumia compromissos, aos montes, sem a saber se poderia ou não cumprir.
Fiz isso muitas e muitas vezes.
Ocorria com trivialidades e questões banais.
– Fulano, amanhã eu te ligo e conversamos!
E não ligava.
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Algumas vezes simplesmente esquecia daquilo completamente.
Em outras até lembrava, mas como a ‘promessa’ fora feita apenas da ‘boca pra fora’, eu dizia a mim mesmo: depois, outra hora – a mente e seus truques!
Depois, quando? Nunca, obviamente.
Vez ou outra, até chamava passados alguns dias, mas na maioria delas não ligava; as palavras vazias eram abandonadas ao vento.
E ocorria também com diversos outros compromissos em muitas áreas da vida: nas relações, em casa e no trabalho.
É interessante notar, olhando para o passado, como era frequente esse comportamento. Vou passar na sua casa (e não passava), vou lhe mandar um e-mail (e não mandava), vou te dar um presente (e não dava). Tantas e tantas passagens me ocorrem enquanto escrevo esse texto.
Coisas que eram ditas apenas para manter uma certa imagem, sem necessidade, sem consciência.
Fico, agora, refletindo também acerca dos meus interlocutores. Aqueles aos quais a falsa promessa fora dirigida.
A expectativa que gerei neles. O transtorno, a frustração que causei um sem-número de vezes apenas por dizer algo que não podia ou não sabia se poderia cumprir.
Me ocorre uma pergunta que fizeram certa vez ao Krishnamurti (iluminado indiano, filósofo e orador) sobre o que ele considerava mais fundamental em sua vida e que ele poderia aconselhar aos seus discípulos.
Sua resposta: ‘eu nunca prometo nada que não tenha absoluta certeza que não possa cumprir’.
É chocante!
Ele diz: ‘absoluta certeza’.
É algo que possui diversas implicações.
Aqui precisarei abrir um pequeno espaço para algo que antes parecia esotérico e hoje em dia já é conhecido pela ciência, pela física quântica – trata-se da lei do retorno que também se pode chamar ‘karma’ em algumas tradições.
Não é necessário entrar mais fundo no conceito e aspectos concernentes ao karma; isso fica para um próximo texto.
O que nos interessa aqui é conhecer os efeitos das ‘falsas promessas’.
É científico que a mesma frequência de onda colapsada (emitida) volta para o emissor. Em outras palavras, aquilo que emanamos, retornará para nós em algum momento. Horas, dias, anos…não se sabe quando, mas se sabe que volta.
Isso é um fato que pode ser comprovado se olharmos com atenção e desprendimento para nossa vida, ou para citar outro mestre iluminado, Ekchart Tolle, para nossa ‘situação de vida’.
Um apontamento de relevo mais.
O universo não conhece as divisões, os atributos, os graus e níveis de importância outorgados às mais diversas situações pela mente humana. É dizer, não importa se você prometeu uma caneta ou uma Ferrari; não importa se você disse que ligaria para sua mãe ou se era uma reunião importante no trabalho.
Importa unicamente se as palavras condizem com as ações. Não são só palavras; antes há a intensão e logo essa intensão é projetada através de pensamentos. O próprio pensar é capaz de gerar, por si só, a onda necessária. Nem é preciso falar, basta pensar.
Os pensamentos, igualmente já se sabe, possuem frequências de onda mensuráveis. Não vemos, mas eles existem.
Quando prometemos algo e não cumprimos, em algum momento esse efeito retornará para nós; e poderá retornar das mais diversas maneiras. Você espera uma pessoa e ela não vem, aquela promoção não chega nunca, seu amigo demora para lhe pagar o empréstimo, o relacionamento vai mal, enfim, são incontáveis as possibilidades assim ditas, negativas.
Questione-se amigo leitor. Isso ocorre com você?
Seja honesto consigo. Você faz isso, tem esse tipo de atitude?
Então olhe para sua vida e observe: os mesmos efeitos tem acontecido com você de alguma maneira?
Eu não gosto de aconselhar.
Mas posso dizer por experiência pessoal que desde que abandonei ou reduzi significativamente esse péssimo hábito muitas coisas começaram a fluir; foi como se vários nós fossem desatando gradualmente. E ainda há muito que avançar nesse aspecto.
O segredo é atenção.
Sempre que sentir o impulso de prometer algo para amanhã ligue o sinal, ponha-se alerta e questione – tenho absoluta certeza que poderei cumprir?
Desfrute o momento e,
Be safe!
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Fontes:
Os textos do autor, em geral, são baseados em sua experiência pessoal, no Livro The Book of Secrets, Volumes I ao VI, de OSHO, e na relação de discipulado com o Mestre Zen Satyaprem. Outras fontes: CanalTech
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