Paracelso: mago, médico e cientista
Neste artigo vamos conhecer mais sobre Paracelso, um grande alquimista de personalidade fascinante, dotado de um espírito crítico e um caráter enigmático. Considerado um cientista na época, o lado místico de Paracelso não o subjugou nem aos católicos nem os protestantes, o mantendo afastado também das imposições das autoridades científicas oficiais.
Sua obra é em boa parte póstuma, com imenso conteúdo sobre alquimia, astrologia e magia, cirurgia, medicina e química. Ciência, magia e religião estavam tão presentes em seu pensamento que chamar Paracelso de mago faz muito sentido. Adepto do esoterismo, ele estava convencido de que o conhecimento era composto pelo que ele chamava de doutrina secreta (ou filosofia hermética), misticismo, conhecimento científico, a prática alquímica e a arte maior, uma síntese dos quatro itens anteriores.
“Paracelso, sem dúvida alguma, era um grande biólogo e um médico total, que entendeu muito do esoterismo. Era esotérico porque falou muito sobre o interior do homem e também sobre a influência das estrelas sobre os seres humanos”
Ele deixou um legado que nos sensibiliza com sua filosofia visionária, lutas contra o preconceito da medicina, o arbítrio político e religioso, além de práticas de medicina embasadas na empatia pelo ser humano e solidariedade com os pobres.
Quem foi Paracelso
Para começar, o nome Paracelso é um pseudônimo, um apelido que significava “acima do médico”, que, na época, significava “celso”. O nome verdadeiro do mago cientista mais famoso da história é Philippus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim. Nascido na Suíça em dezembro de 1493, Paracelso se tornou um grande médico, alquimista, físico, astrólogo e ocultista, que dedicou sua vida às atividades ligadas à formação dos elementos, a combinação entre eles e a origem da vida. Saúde, medicina e esoterismo estavam, para ele, intrinsecamente ligados. Na infância, foi educado pelo pai, também alquimista e médico. Paracelso acompanhava seu pai viajando pelos povoados próximos, observando a manipulação das ervas usadas para curar enfermos. Dessa forma passou a apreciar a atividade do pai, tendo recebido dele as primeiras noções sobre teologia, alquimia e também latim.
Ainda jovem, Paracelso foi enviado pelo pai para um mosteiro onde recebeu conhecimento diretamente dos monges e bispos. Dentre esses professores, estava Eberhardt Baumgartner, tido como um dos alquimistas mais notáveis da época. Após alguns anos Paracelso segue para a Universidade de Viena, onde se torna oficialmente médico com apenas dezessete anos.
Como era de costume na época, Paracelso viajou o mundo em busca de novos conhecimentos, buscando agregar ainda mais a formação que recebeu na academia formal e sobre a qual fazia duras críticas.
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Mago e alquimista
É importante considerarmos que na época de Paracelso, a medicina se limitava a curar através da combinação de algumas ervas e emplastros. Mas Paracelso foi além dela, fazendo revelações brilhantes sobre o corpo humano e também sobre a vida. Foi ele o primeiro a afirmar que os elementos químicos como o zinco, ferro e manganês poderiam estar presentes em nosso corpo, o que embasou suas teorias de cura construídas através da interação dos minerais e metais com o bem-estar do homem, usando estes metais
para a cura de doenças como a sífilis, surdez e epilepsia.
“Todas as substâncias são venenos, não existe nada que não seja veneno. Somente a dose correta diferencia o veneno do remédio”
A grande contribuição em relação à introdução dos farmacos na medicina dá conta dos dons técnicos de Paracelso. Entretanto, o diferencial dessa grande figura está na união entre a alquimia, a medicina e a metafísica. Paracelso enxergava a saúde como o equilíbrio energético do corpo e colocava a fé e Deus como protagonistas de qualquer cura. Para ele, a relação entre o homem e tudo o que o cerca (incluindo os astros) era a responsável pelas doenças e pelos desequilíbrios físicos. Paracelso afirmava que a função de um médico ia além do diagnóstico e receituário convencional, pois, era essencial o estudo do paciente com uma visão global que incluía, além da medicina, a astrologia, alquimia, magia e outras variações esotéricas. A mente, os pensamentos e emoções do paciente deveriam não só ser analisadas, como levadas em consideração no tratamento, já que ele acreditava que o homem tinha a capacidade de autocura através da vontade mental, respiração e hábitos de vida.
Para a época, era um pensamento impressionante e avançadíssimo. Essas são as condições que, ao mesmo tempo em que dão a Paracelso o título de médico, também o transformam em um grande mago, pois, naturalmente ele trabalhava com as forças da natureza e a espiritualidade humana.
9 crenças de Paracelso para o desenvolvimento espiritual e boa saúde
Se pudéssemos hoje fazer uma consulta com o médico Paracelso, provavelmente sairíamos do seu consultório com as recomendações citadas abaixo, como complemento essencial para as prescrições de medicamentos para nosso tratamento.
“A quinta entidade que pode nos afetar, não obstante as quatro nos sejam favoráveis e esta esteja acima delas, é a entidade de Deus. Uma entidade que devemos considerar com a maior atenção e antes de todas as outras, porque nela está a razão de todas as enfermidades”
Provavelmente ele também nos daria conselhos sobre como a fé pode nos restabelecer das enfermidades, e faria considerações sobre a vida, a origem da existência e o mundo invisível. Conheça um pouco do pensamento de Paracelso:
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Os elementais da natureza
Em seus tratados, Paracelso considera os Seres Elementais como sendo compostos de uma substância etérica, típica das faixas de vibração mais sutis que as das substâncias terrestres. Sendo assim, essas criaturas não seriam visíveis aos olhos humanos e teriam um caráter muito mais evoluído. E quando falamos de Seres Elementais, estamos falando sobre gnomos, duendes e fadas. Para Paracelso, esses “espíritos da natureza” viviam em condições semelhantes às nossas, ou seja, se comunicam entre si, se alimentam, têm necessidade de descansar e também estão sujeitos a morte.
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Possibilidade de conexão com outras consciências
Paracelso concebia um mundo muito diferente do que pregava a religião da época, pois, ia muito além da ideia de que o ser humano é a única criação possível de deus. Para ele, consciências mais evoluídas não só existiam, como podiam ser acessadas por nós através de práticas espirituais voltadas para a luz. O que significa que Paracelso também considerava a existência do espírito e o mundo cósmico.
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Respiração correta
Paracelso pensava muito sobre a saúde e a relação com o universo invisível. Por isso, acreditava que para ter uma melhora do estado físico, era preciso respirar fundo e ritmicamente, com a maior frequência possível, enchendo bem os pulmões. Através da respiração o corpo poderia ser equilibrado, dando o bem-estar e a saúde para curar e prevenir doenças.
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Beber muita água
Como médico e alquimista, para Paracelso a água era um elemento quase mágico. Além da necessidade que a biologia humana tem de água, ela seria, para Paracelso, uma ferramenta que purifica, nutre e limpa o corpo.
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Boa alimentação
A alimentação era parte integrante dos elementos que podem desencadear as doenças. Para Paracelso, era altamente recomendável comer muitas frutas e vegetais.
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Lutar contra os vícios
Os “venenos” eram para Paracelso um dos 5 elementos que podiam nos adoecer, ou, na medida certa, nos curar. Assim, tudo que fugia ao mundo natural deveria ser evitado, especialmente substâncias que gerassem um vício, como o tabaco e o álcool. Até mesmo os remédios deveriam ser administrados com muita cautela e somente em casos onde os benefícios da medicação fossem mais fortes que seu custo.
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Cuidar do pensamento e das emoções
O universo emocional e mental que criamos em torno de nós é fundamental para nossa saúde. Para Paracelso, deveríamos nos afastar por completo das emoções de pessimismo, rancor, ódio, tédio, tristeza, vingança e ressentimento, pois eles envenenam a alma e o corpo. Manter a saúde do corpo era, para Paracelso, manter a saudáveis também a mente e as emoções.
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Praticar o bem e o perdão
Para Paracelso, a solidariedade e empatia eram valores que deveriam ser praticados, buscados e altamente valorizados. Prestar ajuda a quem precise, incansavelmente, era um caminho para a elevação espiritual, assim como também era o perdão. Para ele, era necessário esquecer todas as ofensas, rejeitar a vingança e abraçar o pior inimigo com compreensão e o desejo de que ele evolua e saia das trevas em que se encontre. Desejar que Deus castigue os inimigos só alimenta o ódio em nossa alma e envenena nosso espírito, enquanto o perdão e o desejo genuíno de boa sorte para quem nos ataca promove a nossa própria libertação.
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Os astros
Paracelso acreditava profundamente na influência dos astros em nossa vida, especialmente em nossa saúde. Consultar o que diz a conjunção do céu sobre a nossa saúde e buscar nele orientação para o tratamento era certamente parte dos conselhos e prática da medicina de Paracelso.
“Quem não conhece nada, não ama nada.Quem não pode fazer nada, não compreende nada. Quem nada compreende, nada vale. Porém, quem compreende também ama, observa, vê… Quanto maior for o conhecimento inerente a uma coisa, maior será o amor. Quem crê que todas as frutas amadurecem ao mesmo tempo que as amoras nada sabe acerca das uvas”
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