Perdeu a mão na pandemia? Veja como negociar as contas e acabar com as dívidas
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Separamos dicas para lidar com o problema e aliviar o bolso nesse cenário tão conturbado
Milena Garcia, de AnaMaria Digital
Quatro em cada dez brasileiros enfrentam problemas com dívidas durante a pandemia. Esses são os dados da pesquisa ‘Bolso dos Brasileiros’, realizada pelo Serasa em parceria com a Opinion Box. Dessa maneira, não dá para falar sobre esse período sem mencionar os impactos financeiros sofridos pela população.
Para Glaucia Coutinho, especialista em finanças e investimentos, um dos principais motivos para o endividamento foi a ausência de planejamento financeiro, como uma reserva de emergências. Além disso, o hábito de parcelar as compras também deixou as suas consequências em um momento com tanta instabilidade econômica.
Esses dois fatores se aliaram ao maior índice de desemprego da década, equivalente a 14,7% de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), especialmente entre as mulheres e mães solo. Para completar, o auxílio emergencial foi insuficiente para que as famílias arcassem com seus compromissos.
Mas e agora? O que pode ser feito para colocar tudo em ordem e amenizar as dívidas? A especialista reuniu algumas dicas para lidar com o problema e aliviar o bolso nesse cenário tão conturbado.
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Organização é a chave
O primeiro passo na hora de quitar as dívidas é determinar quais são as suas prioridades. Para Glaucia, o ideal é privilegiar os serviços essenciais: alimentação, água, luz e plano de saúde. “Afinal, estamos no meio de uma pandemia”, avalia.
A partir disso, é necessário manter uma organização das finanças. Assim, será possível saber exatamente o que está consumindo a sua renda e pode ser eliminado. “Renegocie os serviços que você não consegue cortar, como conta de celular, TV por assinatura, aplicativos com assinaturas mensais…”.
Outra dica, que parece simples, mas faz toda a diferença, é ir ao mercado semanalmente. “Fazer uma compra mensal faz você comprar mais do que efetivamente precisa. Elabore o seu menu da semana e só depois faça sua lista de mercado. Lembre-se também de olhar o que você tem na dispensa”, recomenda a especialista.
Negocie
“Para começar uma negociação, você precisa entender que vai ter que pagar o que deve. O mais importante é saber o quanto você deve de valor principal (o valor sem os juros e sem multa) e o quanto você tem condição de pagar”, aconselha.
Nessa hora, vale ser o mais transparente possível com o seu credor e demonstrar que está disposto a resolver a situação. “Veja se é possível pagar o valor devido isento de juros e multa. Se couber no seu bolso, esse é um bom número para começar”.
Novas fontes
Perdeu o emprego ou está em busca de novas fontes de renda? Aposte nas suas habilidades! “O que você sabe fazer, que ajuda a resolver um problema das pessoas que você conhece e convive? Você é bom de vendas? Que tal vender produtos digitais de outras pessoas?”, propõe Glaucia.
Com o mercado em retração, vale apostar em outros modelos de negócio: “Outra possibilidade é ficar atento às vagas temporárias, pois as empresas estão contratando mais nessa modalidade.”
Luz no fim do túnel
Graças à vacinação, é possível visualizar pouco a pouco um futuro pós-pandemia. Nas finanças, Glaucia alerta que o ciclo de recuperação da economia pode demorar três, cinco ou até 10 anos após o fim da crise. “Depende de muitos fatores políticos e o quanto os empresários estão dispostos a investirem e abrirem novas posições de trabalho”, explica.
Entretanto, segundo a especialista, “sua volta por cima depende muito mais de você ser criativo e arregaçar as mangas, do que efetivamente de ações do governo, que tendem a ser mais demoradas”.
O conselho final da consultora financeira é apostar na criatividade e força de vontade para ganhar dinheiro mesmo durante a crise. “Pense só nas pessoas que estavam desempregadas e viram no início da pandemia a possibilidade de fazerem máscaras para vender. Está difícil para todo mundo, mas não se dê por vencida”, incentiva.
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