Plantas medicinais estão se defendendo de nós! Como? Camuflagem!
Esse texto foi escrito com todo o cuidado e carinho por um autor convidado. O conteúdo é da sua responsabilidade, não refletindo, necessariamente, a opinião do WeMystic Brasil.
É isso mesmo que você leu no título do artigo: parece que algumas plantas estão cansadas de ser exploradas e desenvolveram um sistema complexo, porém simples, para nos enganar. Como é possível? Eu também me perguntei exatamente a mesma coisa.
A questão é que as plantas, os vegetais em geral, tem muito mais consciência sobre si, sobre sua existência e as ameaças do ambiente do que podemos supor. Essa de que “os vegetais não sofrem como os animais” pode não ser um pensamento tão lógico quanto parece. Pode ser que, num futuro próximo, tomar um chá de ervas possa se tornar bem mais difícil. Há muito mais acontecendo na natureza do que sonha a nossa vã filosofia!
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Medicina chinesa ameaçada
Quando pensamos em ervas medicinais, pensamos logo na medicina chinesa. São milênios onde esse conhecimento vem sendo passado de geração para geração, e sobreviveu até os dias de hoje, para desespero da alopatia. Uma das plantas muito usadas na China é a Fritillaria delavayi, uma espécie de flor que cresce entre as pedras das montanhas Hengduan. Elas são usadas para problemas pulmonares e tosse, e não são muito fáceis de serem capturadas, já que crescem apenas uma vez por ano. Mas, ao que tudo indica, elas estão ainda mais difíceis de serem encontradas e o motivo é: camuflagem de defesa.
Cientistas relataram na revista científica Current Biology que a Fritillaria delavayi está mudando suas cores, para tentar encontrar um pouco mais de paz após tanto esforço para florescer. Os ramos que antes eram de um verde iluminado, agora estão cinzas e também marrom. A planta se apagou para se mesclar mais com o solo e não se destacar tanto na paisagem. Esse tipo de comportamento já foi observado antes entre os vegetais, mas acontecia sempre como defesa a algum animal que se alimentava de uma determinada planta, o que não é o caso da Fritillaria delavayi, que tem como única ameaça a ação humana. Também foi observado pelos pesquisadores que nas áreas onde a Fritillaria delavayi era mais colhida, foram também as regiões onde essas plantas apresentaram modificações mais significativas.
E parece estar funcionando, pois, se antes as cores vibrantes a tornavam alvo fácil, agora elas se fundem com a paisagem e as pessoas têm mais dificuldade para identificá-las.
A hipótese de Gaia – natureza viva, inteligente e alerta
Essa ideia de que a natureza possui inteligência suficiente para, inclusive, se defender, não é nova. Na década de 70, o cientista inglês James Lovelock criou uma teoria ecológica chamada Hipótese de Gaia, que nos permite perceber como esse mecanismo inteligente e integrado funciona. A ecologia é a especialidade da biologia que estuda o meio ambiente e os seres que vivem nele e foi dentro dessa área da ciência que nasceu a Hipótese de Gaia.
Essa teoria estabelece que a Terra é um imenso organismo vivo, pois toda a biosfera do planeta está intimamente ligada com os componentes físicos que nela existem, formando um sistema que age e reage para manter a estabilidade das condições do meio. Quando algo não vai bem, Gaia tenta neutralizar o que está errado para restabelecer o equilíbrio e manter condições adequadas para sustentar a vida. A vida do todo, não a nossa.
Originalmente proposta como “Hipótese de resposta da Terra”, a teoria foi renomeada como Hipótese de Gaia em referência à personagem da mitologia grega que personificava a Terra: Gaia. Deusa da Terra, Mãe geradora de todos os deuses e criadora do planeta, Gaia é também conhecida por Geia, Gaea ou Gê. Nascida do Caos, foi a ordenadora do Cosmos, acabando com a desordem em que aquele se encontrava. Gaia criou a harmonia.
“Deus perdoa. A natureza, nunca”
Gaia não aceita o desequilíbrio, Gaia não gosta de injustiça. Ela reage.
Relação entre a ação humana e desastres naturais
Apesar do movimento negacionista estar mais forte do que nunca, fazendo o que eles sabem de melhor, que é negar realidades incontestáveis, os fatos são muito mais fortes do que a ignorância de alguns. As alterações climáticas, por exemplo, estão fortemente ligadas à ação humana. Ou melhor, à ação destrutiva humana.
Existe uma relação direta entre as agressões ao ambiente e os cataclismos provocados pela natureza injuriada. Conforme estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU), o aquecimento global tem provocado, a cada ano, 150 mil mortes e prejuízos de US$ 70 bilhões. Somos o principal indutor do efeito estufa, de furacões, tufões, secas, inundações, incêndios. A Terra lança grita cada vez mais alto para nos mostrar que a nossa sobrevivência está em perigo, mas a força do dinheiro não nos permite ouvir. Vai faltar água, vai faltar comida, o clima vai ser totalmente inóspito e nossas vidas serão transformadas de forma muito mais radical do que foi, em 2020, com o aparecimento do coronavírus e a necessidade do uso de máscaras e do isolamento social. Essas pessoas que consideram as máscaras uma mordaça e que padecem de doenças emocionais por não conseguirem ficar no conforto de suas casas, desfrutando da companhia dos familiares, deveriam estar muito mais preocupadas com o que está por vir do que chamar de autoritárias algumas medidas sanitárias que visam diminuir o contágio e salvar algumas vidas. Na verdade, esse tipo de pensamento diz muito sobre nós e sobre a forma como tratamos a natureza: se não conseguimos entender sequer a necessidade do isolamento, quando estamos falando de vidas humanas perdidas, o que dirá despertar para o quão nocivo é o nosso estilo de vida e a dimensão do mal que causamos para a natureza.
Hoje, devemos ficar em casa. Amanhã, pode não haver mais “casa”. Falhamos imensamente, vergonhosamente, e continuamos a falhar dia após dias.
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